Melhores ações para 2026
Os mercados acionistas têm beneficiado de uma conjuntura favorável de crescimento económico
Os mercados acionistas têm beneficiado de uma conjuntura favorável de crescimento económico
Quem aplicou parte das suas poupanças nos mercados bolsistas nos últimos anos e não cedeu ao “pânico”, vendendo durante a pandemia e crise inflacionária de 2022, tem razões para sorrir.
Nos últimos 10 anos, o índice mundial MSCI World, que mede a evolução das principais bolsas do globo, subiu 133,9% (em euros), o que equivale a uma valorização média anual de 8,9 por cento. Com efeito, os mercados acionistas têm beneficiado de uma conjuntura favorável de crescimento económico e do aumento dos lucros das empresas.
Ainda assim, a evolução das bolsas tem sido desigual. Nos EUA, os mercados quase triplicaram de valor – o S&P 500 valorizou 196,2% (11,5% ao ano), na última década, ou mais do que quadruplicaram – o Nasdaq subiu 313,7% (15,3% ao ano).
Na Europa, o Stoxx Europe 600 registou ganhos mais modestos – 49,8% (4,1% ao ano). A bolsa de Lisboa, graças ao bom desempenho recente, subiu 52,9% em 10 anos (4,3% ao ano).
As bolsas norte-americanas atingiram, em 2025, sucessivos recordes, e tudo indica que a economia do outro lado do Atlântico continuará a expandir-se no próximo ano, impulsionada pelos estímulos económico e fiscal, bem como por medidas de desregulação. Ainda assim, o ritmo de crescimento deverá abrandar.
O mercado de trabalho está menos dinâmico, o que limita o potencial do consumo. Esta aterragem suave da economia é favorável ao mercado financeiro. Desde que a inflação se mantenha controlada, a Fed pode continuar a reduzir as taxas de juro, o que é positivo para as ações.
Por sua vez, a IA continuará a agitar os mercados (leia as páginas 12 a 14). Por outro lado, há o risco de a Fed se tornar uma fonte de turbulência para as bolsas, em 2026. Em maio, Jerome Powell completará o segundo mandato de quatro anos.
Criticado por Donald Trump por não ter reduzido as taxas de juro o suficiente, o atual presidente da Fed deverá ser substituído por um apoiante da Casa Branca, o que pode ameaçar a independência da Fed e conduzir a mudanças na política monetária. Um dólar fraco é, no entanto, pouco provável.
As ações americanas merecem, no entanto, ter um lugar de destaque no seu portefólio, razão pela qual recomendamos, neste artigo, cinco empresas. No velho continente, a economia continua pouco dinâmica e, em 2026, não deverá crescer significativamente.
Os custos energéticos elevados, o fraco consumo e a ausência de reformas estruturais, para restaurar a confiança dos agentes económicos, não incentivam as empresas a investir mais. Apesar de, na Alemanha, estar projetado um plano de estímulos, os seus efeitos far-se-ão sentir lentamente. O cenário é, por isso, mais conservador.
Apesar de a avaliação das bolsas europeias ser mais baixa do que nos EUA (17,5 vezes os lucros versus 28,5), reflete menor potencial de crescimento.
Mesmo que a Europa tenha um ano positivo no mercado bolsista em 2026 – o Stoxx Europe 600 está a valorizar 10,9% este ano –, tal dever-se-á, sobretudo, ao dinamismo de alguns setores, como da defesa e financeiro, ou à procura de alternativas às ações americanas, e não tanto à força da sua economia.
De forma seletiva, as ações europeias merecem, por isso, ter o seu lugar numa carteira de investimento. Quanto aos países emergentes, este ano foi positivo para a maioria das economias, e 2026 continuará a ser sinónimo de crescimento.
A guerra comercial com os EUA foi evitada e a descida da inflação, bem como das taxas de juro de longo prazo, permitiram aumentar o investimento e o consumo. Índia, México, entre outros, beneficiam de um mercado interno dinâmico e de uma população jovem e em crescimento. Por sua vez, a procura de matérias-primas continuará a beneficiar países produtores como o Brasil e a Indonésia.
De entre as cerca de 150 ações que a DECO PROteste Investe acompanha diariamente, cerca de um terço merecem conselho de compra. Destas, selecionámos doze, que correspondem na íntegra à nossa carteira de ações. Perante o atual cenário macroeconómico e, sobretudo, o nível de valorização das bolsas, impõe-se alguma cautela.
Por essa razão, privilegiamos o investimento em empresas líderes e com uma presença muito relevante nos respetivos setores de atividade, com negócios consolidados, estáveis e estruturas financeiras sólidas. Na maior parte dos casos, distribuem de forma recorrente bons dividendos.
Para uma boa diversificação, as 12 empresas escolhidas abrangem cinco mercados geográficos e oito setores de atividade, desde os mais defensivos, como o farmacêutico, até aos mais arriscados, como o tecnológico.
Setor Tecnologia
Cotação 261,02 USD - Nova Iorque
Risco 3 (1 a 5)
Líder global em consultoria e serviços empresariais, a Accenture tem uma estrutura financeira sólida, baixo risco da atividade e boa diversificação geográfica. Tem ainda uma clientela fiel, receitas recorrentes e poder na fixação dos preços.
O investimento em serviços de digitalização para as empresas e em IA permite-lhe níveis de rentabilidade elevados e um perfil de crescimento dinâmico.
Apesar do abrandamento da atividade de consultoria ter penalizado a cotação, a Accenture tem trunfos para continuar a ganhar quota de mercado. Os serviços de IA generativa têm potencial para ajudar o grupo a continuar a aumentar as receitas e os lucros.
Setor Químico
Cotação 164,28 EUR - Euronext Paris
Risco 3 (1 a 5)
A empresa química francesa, especialista em gases industriais, tem em marcha um ambicioso plano para dar resposta às necessidades de setores promissores, como os do hidrogénio, saúde, eletrónica ou semicondutores.
As soluções que apresenta para a transição energética, têm ajudado a Air Liquide a ganhar grandes projetos, sobretudo na Europa. Os resultados comprovam que a empresa está protegida dos altos e baixos dos ciclos económicos.
As recentes aquisições na Coreia do Sul e na Índia reforçam o posicionamento do grupo no mercado para aumentar a rentabilidade e os lucros, com a aposta na transição energética, IA e digital.
Setor Distribuição
Cotação 234,42 USD - Nasdaq
Risco 3 (1 a 5)
A Amazon oferece uma ampla gama de produtos e serviços para empresas e consumidores. Tem fama no retalho online, mas o motor de crescimento e negócio mais rentável é a cloud. Após uma fase de abrandamento, este segmento, que representa dois terços do lucro, acelerou o crescimento.
Ao invés, as atividades de distribuição nos EUA (75% da divisão de comércio eletrónico) crescem menos que o esperado, devido à concorrência dos chineses Temu e Shein. Ainda assim, os lucros deverão continuar a crescer mais de 20% ao ano em 2025 e 2026. A cotação fixou um novo máximo no início de novembro, mas mantém potencial de subida.
Setor Tecnologia
Cotação 939,10 EUR - Amesterdão
Risco 3 (1 a 5)
A holandesa ASML Holding é a maior fabricante mundial de equipamentos para semicondutores e a empresa tecnológica europeia com maior capitalização bolsista.
As suas máquinas são de elevada complexidade tecnológica, o que lhe permite ser quase monopolista na atividade, conferindo-lhe um poder significativo na fixação dos preços e uma margem operacional muito confortável.
Mesmo tendo como principais clientes gigantes do setor, como a TSMC, a ASML mantém uma posição dominante e as metas para 2030. O crescimento da IA, deverá impulsionar os lucros, sobretudo a partir de 2027. A valorização da ação é significativa, mas justifica-se.
Setor Seguros
Cotação 38,59 EUR - Euronext Paris
Risco 3 (1 a 5)
A Axa é uma multinacional francesa de seguros, que opera também na área da gestão de ativos. Nos últimos anos, a seguradora fez mudanças que criaram um perfil de crescimento favorável, quer através de aquisições quer via crescimento orgânico, tendo-se retirado dos mercados onde não tinha dimensão crítica.
Graças ao perfil sólido e à sua boa capacidade de aumentar os preços, o grupo lida bem com a atual conjuntura de incerteza. As baixas necessidades de investimento e o balanço forte permitem à Axa distribuir uma parte significativa dos resultados sob forma de dividendos e recomprar ações próprias, sendo este um dos seus principais trunfos.
Setor Defesa
Cotação 1624 p. - Londres
Risco 3 (1 a 5)
É líder no Reino Unido e um dos 10 principais fornecedores das forças armadas dos EUA, usufruindo de relações antigas no Médio Oriente. A boa diversificação geográfica é um dos pontos fortes do grupo britânico, que reviu em alta os objetivos para 2025.
A administração mostra-se confiante graças aos recentes contratos e investimentos em capacidade de produção. A empresa irá produzir novas fragatas para a Noruega e satélites e sistemas de rastreio de mísseis para os EUA. Na aviação, a Turquia está prestes a adquirir caças Typhoon, desenvolvidos pela BAE Systems em conjunto com a a Leonardo e a Airbus.
Setor Financeiro
Cotação 1038,62 USD - Nova Iorque
Risco 3 (1 a 5)
A maior gestora de ativos do mundo tem beneficiado de resultados muito positivos. No terceiro trimestre, obteve resultados que superaram as previsões, e conseguiu uma boa captação de capital para os seus ETF, onde é líder incontestada, beneficiando do seu bom posicionamento no mercado e da ascensão dos índices bolsistas.
O grupo é dinâmico a lançar novos produtos para os clientes, como ETF que investem em bitcoin. Além disso, a Blackrock continua a diversificar as fontes de receita, sobretudo via aquisições. A ação negoceia a 20 vezes o lucro para 2026, mas a valorização corresponde à qualidade dos ativos e ao seu potencial de desenvolvimento.
Setor Tecnologia
Cotação 490 USD - Nasdaq
Risco 2 (1 a 5)
Líder mundial de software e player dominante com o Windows, Office, Azure e LinkedIn, a Microsoft tem diversificado a sua atividade. Produz dispositivos de hardware (surface, tablets e laptops) e adquiriu uma posição na OpenAI (27% do capital), para beneficiar do potencial da IA.
Com um ecossistema de atividades poderoso e uma base de clientes ampla e fiel, a rentabilidade é boa e a situação financeira sólida. As receitas e os lucros têm crescido bem e a empresa continua a ganhar quota na área estratégica da cloud face aos concorrentes Amazon e Alphabet. É uma ação de risco baixo e que está razoavelmente valorizada face à qualidade dos seus fundamentais.
Setor Serviços públicos
Cotação 3,30 EUR - Lisboa
Risco 2 (1 a 5)
A REN gere as redes de transporte e armazenamento de gás e eletricidade em Portugal, operando também no Chile. Com uma atividade muito regulada e de baixo risco, está envolvida em alguns novos projetos ligados à transição energética, o que pode dinamizar um pouco a sua atividade.
Porém, continuará a ser uma empresa de perfil conservador, com perspetivas de crescimento limitadas. Ainda assim, apresenta uma boa estabilidade dos resultados e um dividendo atrativo e regular. A cotação, com uma volatilidade muito abaixo da média, subiu bastante em 2025, mas ainda está a níveis interessantes.
Setor Farmacêutico
Cotação 86,15 EUR - Euronext Paris
Risco 3 (1 a 5)
Depois de um ano difícil em 2024 e da alienação de parte da sua atividade de medicamentos não sujeitos a receita média (Opella), para se focar nos fármacos de prescrição e nas vacinas, a farmacêutica francesa voltou a registar um aumento dos lucros em 2025.
O grupo beneficia do lançamento recente de tratamentos e, sobretudo, do sucesso do seu principal medicamento, Dupixent, cuja patente expira em 2030.
Embora precise de encontrar novos produtos estrela até ao final da década, a Sanofi dispõe de um bom pipeline, fortalecido por diversas aquisições, o que deverá acelerar a comercialização de novas terapias e sustentar o crescimento nos próximos anos.
Setor Industriais e serviços diversos
Cotação 230,25 EUR - Euronext Paris
Risco 3 (1 a 5)
A Schneider é especialista em equipamentos elétricos orientados para a gestão de energia e a automação industrial. Com um portfólio diversificado e presença em setores de forte crescimento, como centros de dados, IA e transição energética, o grupo francês reforçou a oferta ao adquirir várias empresas de software. Isso permite-lhe disponibilizar soluções avançadas de eficiência energética.
A aceleração da digitalização, a maior interligação das redes elétricas e, sobretudo, o crescimento dos centros de dados e da IA, estimularão a procura pelo seu software. Embora a ação esteja a ser negociada a 23 vezes o lucro, as perspetivas permancecem sólidas.
Setor Saúde animal
Cotação 124,44 USD - Nova Iorque
Risco 2 (1 a 5)
Líder mundial na saúde animal, o grupo norte-americano beneficia da crescente importância dos animais de estimação, operando num setor pouco cíclico, o que reduz o risco da ação. A ZoetisTem um bom portefólio de produtos e um elevado nível de inovação num mercado em rápido crescimento.
A redução da previsão de vendas para este ano levantou dúvidas sobre a dinâmica de crescimento habitual da Zoetis, mas a empresa deverá continuar a beneficiar do crescimento futuro do mercado animal (70% das vendas), que é muito resiliente. Apesar da correção do título em bolsa, os rácios de avaliação da ação continuam um pouco altos, mas justificam-se.
Se equaciona investir na bolsa, mas a falta de conhecimentos técnicos, ou de tempo para acompanhar os mercados, o impedem de se aventurar, pode aderir ao protocolo da DECO PROteste Investe com o Banco Carregosa, que replica a nossa carteira de ações. Assim, não tem de se preocupar com os títulos que deve comprar e vender.
A carteira baseia-se nos conselhos de investimento em ações da DECO PROteste Investe. O Banco Carregosa assegura a sua gestão com a execução das ordens de compra e venda dos títulos.
1. Diversificação e investimento a longo prazo longo prazo (mínimo de 5 anos) são essenciais para reduzir o risco e beneficiar de maior rendimento.
2. Aplique apenas uma parte das suas poupanças e só o dinheiro que tem a certeza que não irá precisar em breve.
3. Endividamento.Nunca se endivide para comprar ações, porque aumenta significativamente o risco de perda. Ao ter de suportar os juros do crédito, pode anular parcial ou totalmente os eventuais ganhos da carteira de ações.
4. Evite fazer muitas transações ao longo do ano porque, dessa forma, arrisca-se a perder os melhores dias de bolsa, o que pode afetar bastante a rentabilidade da sua carteira.
5. Não ceda ao pânico de vender tudo quando os mercados estão em queda. Siga a atualidade das bolsas, mas faça apenas alguns ajustes pontuais à sua carteira.