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Risco dos mercados financeiros: volatilidade e diversificação

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Quanto mais volátil é o mercado também maior é o risco

Publicado em: 30 dezembro 2025
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Quanto mais volátil é o mercado também maior é o risco

A volatilidade é a principal medida de risco nos mercados financeiros. Conheça as diferenças entre mercados emergentes e desenvolvidos e como a diversificação pode reduzir o risco da carteira. 

Nos mercados financeiros, o risco é habitualmente quantificado através da volatilidade. Este indicador estatístico mede a amplitude das variações ao longo do tempo.

Quanto mais intensas forem as oscilações das cotações, maior será a incerteza quanto ao resultado do investimento. Em termos simples, um mercado mais volátil é mais arriscado.

Mercados emergentes: volatilidade elevada e forte heterogeneidade 

Os mercados emergentes apresentam, de forma geral, níveis de risco mais elevados. Economias com estruturas produtivas e institucionais menos consolidadas, frequentemente dependentes de capitais estrangeiros, tendem a atravessar períodos de maior instabilidade, o que se traduz numa volatilidade mais acentuada das respetivas bolsas. 

Contudo, as diferenças entre estes mercados são significativas. A Turquia e o Brasil são os casos mais extremos, com volatilidades de 32% e 30%, respetivamente. Este comportamento resulta das flutuações das bolsas locais e da instabilidade cambial.

A forte e, sobretudo, irregular depreciação da lira turca e do real brasileiro face ao euro na última década contribuiu de forma decisiva para o aumento do risco total. 

Outros mercados emergentes apresentam perfis de risco mais contidos. A Polónia e a China registam volatilidades de 24% e 23%, enquanto Coreia do Sul, Indonésia e México e Índia se situam em torno dos 20%.

Mercados desenvolvidos e o impacto da diversificação global 

Nos mercados desenvolvidos, o risco é mais reduzido e as diferenças entre praças financeiras menos marcadas. Os Estados Unidos apresentam uma volatilidade de 16%, enquanto a zona euro regista 15%, valor idêntico ao observado na bolsa de Lisboa. A Suíça e o Japão surgem com um nível de risco ainda mais baixo, de 13% e 12%, respetivamente. 

Mais importante é o efeito da diversificação e que é evidente quando se observa o mercado mundial. O seu nível de risco está em torno de 13%, sendo inferior ao da maioria das bolsas individualmente. 

O mesmo se verifica quando se considera o conjunto dos mercados emergentes, porque tendem a oscilar de formas muito diferentes. Por exemplo, um problema na economia Indonésia será bastante distinto de uma crise no Brasil e tenderão a não estar correlacionados nem na dimensão nem no momento. 

Risco, rendimento esperado e decisões de alocação 

O risco é apenas um dos elementos a ponderar nas decisões de investimento. Em teoria, assumir um risco mais elevado está associado a um rendimento esperado superior, mas há limites. 

- implica aceitar a possibilidade de perdas significativas, algo desajustado para a maioria dos investidores. 

- os mercados nem sempre funcionam de forma plenamente eficiente, existindo distorções que podem subestimar os riscos reais ou gerar oportunidades. 

- o risco histórico constitui apenas uma referência para o futuro. As diferenças de volatilidade entre mercados evoluem ao longo do tempo e o nível global de risco não é constante. 

Em síntese, uma estratégia de diversificação adequada passa inexoravelmente por combinar ETF e fundos dedicados a vários, e mais promissores, mercados (e incluindo obrigações). Esta abordagem permite reduzir o risco total de uma carteira sem comprometer de forma excessiva o rendimento esperado.

Volatilidade dos mercados de ações 

Turquia: 32% 

Brasil: 30% 

Polónia: 24% 

China: 23% 

Coreia do Sul: 20% 

Indonésia: 20% 

México: 20% 

Índia: 19% 

Estados Unidos: 16% 

Zona euro: 15% 

Portugal: 15% 

Mercado mundial: 13% 

Mercados emergentes: 13% 

Suíça: 13% 

Japão: 12% 

Fonte: Refinitiv; com base nos índices de ações Datastream, nos últimos 10 anos e incluindo efeitos das variações cambiais face ao euro 

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