China: autonomia tecnológica e oportunidades de investimento
Apesar da volatilidade do mercado, a China consolida posições
Apesar da volatilidade do mercado, a China consolida posições
Vale a pena investir em ações chinesas? Sim, a exposição à China continua interessante a médio/longo prazo.
Apesar da volatilidade e da dependência das exportações, os rácios de valorização estão próximos da média histórica e a dimensão do mercado torna a diversificação atrativa.
Os investidores aguardavam um acordo comercial entre Washington e Pequim. É certo que Trump reduziu as tarifas de 57% para 47%, mas no geral definiu-se apenas uma trégua de doze meses.
A prioridade da China é a autossuficiência tecnológica. As restrições às exportações de semicondutores e de tecnologias avançadas forçaram a China a investir em alternativas. Assim, os capitais que já não foram canalizados para o setor imobiliário foram redirecionados para a investigação e desenvolvimento.
Esta estratégia, apoiada pelo Governo, coloca a ciência e a inovação no centro das prioridades. E, em vários domínios, a China já colhe os frutos dessa aposta.
A segunda prioridade passa pela diversificação dos mercados de exportação. Pequim (e o resto do mundo) gostaria de ver o mercado interno tornar-se o principal motor, sustentado pelo consumo das famílias e pelo investimento privado.
No entanto, apesar dos estímulos, o consumo cresce lentamente, com o sentimento penalizado pela queda dos preços no imobiliário. Do lado das empresas, a trégua com Washington não será suficiente para encorajar muitos investimentos de longo prazo.
A China mantém, por isso, uma forte dependência das exportações. Consciente de que as vendas para os EUA continuarão sob escrutínio, terá de expandir-se para outros mercados, especialmente emergentes, uma estratégia que já produziu resultados nos últimos meses.
Apesar de tudo, Pequim deverá alcançar o seu objetivo de crescimento de 5% em 2025. O início de ano foi particularmente favorável, impulsionado pelos compradores norte-americanos que anteciparam encomendas antes da aplicação das novas tarifas.
A partir do verão, o crescimento abrandou para 4,8%, refletindo a fraqueza do investimento. Ainda assim, as exportações mantiveram a economia em movimento.
A margem de manobra para estímulos adicionais é, contudo, mais limitada do que no passado. O défice orçamental médio dos últimos quatro anos rondou 6,5% do PIB, levando a dívida pública a subir de 70%, em 2021, para 88% em 2024.
Já no campo monetário, há mais espaço de manobra. A taxa diretora permanece em 3%. A deflação recorrente e o desejo de estimular o consumo poderão levar o banco central a novas descidas de taxas. Com a dívida das famílias em somente 60% do PIB, o crédito mais barato poderá dar algum impulso ao consumo.
Embora a trégua com os EUA não ofereça a estabilidade desejada, permite que Pequim consolide posições. Apesar da maior volatilidade do mercado, a dimensão e a competitividade da China não podem ser ignoradas.
Além disso, e apesar da forte subida, os rácios de valorização PER (cotações/lucros esperados) dos mercados chineses estão próximos da sua média histórica e ainda bastante aquém da média global. Em suma, uma exposição reforçada à China é uma diversificação interessante a longo prazo.
Os fundos/ETF “A Shares” da China estão mais virados para o mercado interno e o peso das tecnológicas é menor (21%). Os restantes fundos/ETF incluem os gigantes como a Tencent, Alibaba e Xiaomi, pelo que as tecnológicas pesam quase 50% nas carteiras.
Para uma maior diversificação da aposta na China, deverá optar por um produto de cada uma destas duas subcategorias.
UBS MSCI China A SF UCITS ETF USD acc
Xtrackers CSI300 Swap UCITS ETF 1C
iShares MSCI China A UCITS ETF USD
Fidelity China Focus A Acc EUR
Ninety One GSF All China Equity A Acc USD
iShares MSCI China UCITS ETF USD Acc