ETF para investir na Polónia

A Polónia possui uma situação financeira sólida e um elevado potencial económico.
A Polónia possui uma situação financeira sólida e um elevado potencial económico.
Com uma valorização de 29% desde o início do ano, a bolsa de Varsóvia revela agora alguma hesitação.
O travão ao otimismo surge após as eleições presidenciais polacas. Tal como o anterior presidente, o recém-eleito Karol Nawrocki promete continuar a dificultar a governação do Governo pró-europeu de Donald Tusk.
Apesar deste prolongamento da conflitualidade institucional, a Polónia deverá manter um bom dinamismo económico.
Como mercado emergente, a bolsa de Varsóvia permanece atrativa. O rendimento do dividendo atinge 6,4% e o rácio cotação/lucro esperado é de apenas 9,3, contra 12,9 da média dos mercados emergentes e abaixo da sua própria média histórica de 11,6. E isto apesar de ter valorizado quase 30% desde o início do ano.
Pode dedicar até 5% da carteira às ações polacas através da compra do ETF iShares MSCI Poland.
Na Polónia, todos os indicadores económicos são positivos. Na última década, o crescimento médio superou os 3%. A taxa de emprego é elevada, próxima de 73%, os salários reais aumentaram 9,5% em 2024 e o endividamento das famílias é limitado, cerca de 24% do PIB e 87% das famílias são proprietárias da sua habitação.
No plano das finanças públicas, os défices foram contidos, embora o aumento das despesas militares, em 2024, tenha elevado o défice para 6,6% do PIB. Apesar disso, a dívida pública manteve-se entre 50% e 55% do PIB.
A Polónia conserva assim uma situação financeira sólida e um elevado potencial económico, sustentado por uma procura interna robusta.
Acrescem os fundos europeus que deverão impulsionar o crescimento, em 2025 e 2026. O plano de recuperação e resiliência (PRR) e o Repower EU representa mais de 60 mil milhões de euros de investimento e serão acompanhados por um ainda maior investimento privado.
A Polónia tem ainda outra vantagem, pois num contexto de incerteza no comércio internacional, oferece aos investidores um perfil pouco habitual na Europa, onde o crescimento assenta mais na procura interna e no investimento do que nas exportações.
O atual Governo polaco, liderado por Donald Tusk, antigo Presidente do Conselho Europeu, melhorou bastante as relações entre Varsóvia e Bruxelas.
Conseguiu desbloquear milhares de milhões de euros em fundos europeus, anteriormente suspensos devido a preocupações com o Estado de Direito na Polónia.
No entanto, várias medidas propostas por Tusk foram bloqueadas pelo Presidente cessante. Agora, ao escolherem Karol Nawrocki, os eleitores polacos optaram por manter a difícil coabitação política, o que poderá afetar a forma como os fundos europeus serão desembolsados.
Segundo o banco central, o desempenho económico da Polónia dependerá, em grande medida, da execução desses fundos, dada a sua influência sobre o investimento.
A situação política reduz a visibilidade sobre o futuro imediato da Polónia. No entanto, é importante relativizar.
Num mundo marcado por incerteza e dificuldades económicas, a Polónia continua a apresentar uma situação invejável, com boa governação, finanças públicas sólidas e um dinamismo invejável da procura interna.
As famílias, empresas e o Estado mantêm uma margem de manobra significativa. A esperada descida das taxas diretoras deverá também estimular a economia, cuja taxa de crescimento se estima ficar acima de 3% em 2025 e 2026.
Acresce que a Polónia, graças aos laços culturais, posiciona-se como porta de entrada privilegiada para o mercado ucraniano. Apesar da guerra, muitas empresas polacas já se instalaram na Ucrânia e estarão bem colocadas para beneficiar da paz, quando o conflito eventualmente terminar.