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O Brasil teve um desempenho económico robusto em 2024

Publicado em: 27 dezembro 2024
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O Brasil teve um desempenho económico robusto em 2024

Apesar do crescimento económico, o Brasil enfrenta mais problemas. É uma boa oportunidade de investimento?

O Brasil registou um desempenho robusto em 2024. No terceiro trimestre, o crescimento homólogo do PIB atingiu 4%, impulsionado por vários setores. Sete reduções consecutivas das taxas de juro, entre setembro de 2023 e agosto de 2024, tornaram o crédito mais acessível.

Além disso, os programas sociais e subsídios estatais promovidos pelo Presidente Lula estimularam o consumo das famílias, que cresceu 5,5% em termos anuais. O investimento privado subiu 10,8%, a produção industrial 4,2%, a construção 5,7% e o setor dos serviços 4,1%.

Velocidade excessiva

Infelizmente, o Brasil permanece vulnerável ao sobreaquecimento devido à ausência de reformas estruturais. Em primeiro lugar, com o desemprego em apenas 6,2%, o nível mais baixo em anos, os salários aumentaram 4,3% na indústria.

Assim, depois de recuar, a inflação voltou a subir de 3,7% na primavera para 4,9% em novembro. Em segundo lugar, as políticas do Governo de Brasília também contribuíram para a expansão económica, mas à custa da acentuada deterioração das contas públicas.

O défice orçamental atinge 9,5% do PIB, ainda mais do que os 8,9% de 2023 e a dívida pública poderá alcançar 82% do PIB até 2027. A elevada dívida torna o financiamento dispendioso e os custos totais da dívida não estão longe de atingir 10% do PIB, um valor alarmante para uma economia emergente como o Brasil.

Mercado de dívida em alerta

A falta de medidas efetivas para inverter o grave desequilíbrio orçamental afugentou os investidores. Em 2024, o real brasileiro depreciou-se 17% face ao euro e 22% em relação ao dólar e a taxa de juro a 10 anos do Brasil subiu de 10,4% para 14,1%.

Para conter a saída de capitais, o banco central aumentou a taxa diretora de 10,5% para 12,25% (+1,75%) nos últimos meses de 2024 e planeia novas subidas em janeiro e março deste ano. Estas medidas visam conter a inflação, mas vão travar o crescimento económico no médio prazo.

Comércio: esperança na Europa, dificuldades nos EUA

O comércio tem potencial para beneficiar o Brasil. Por um lado, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia é promissor, especialmente para a agricultura. Também pode facilitar a importação de máquinas europeias, modernizando a produção. Porém, carece de aprovação final por parte dos países envolvidos.

Por outro lado, as relações com os EUA deverão ser mais tensas. O Presidente Lula apoiou Kamala Harris, enquanto Trump mantém ligações com o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros políticos brasileiros alinhados com a sua visão política.

Conselho

O crescimento económico não basta para atrair investidores, como comprova o recuo de 9% da bolsa de São Paulo em 2024 (-24% em euros!). Apesar do dinamismo, o Brasil enfrenta inflação elevada, défices orçamentais preocupantes e uma dívida crescente, problemas que comprometem o seu potencial.

Embora os ativos brasileiros permaneçam atrativos a longo prazo, são arriscados. Recomendamos fundos e ETF de ações brasileiras apenas para os investidores dispostos a assumir mais riscos.

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