As bolsas aplaudiram a disponibilidade da China para negociar as tarifas com os EUA, pelo que os sinais de um possível alívio das tensões comerciais permitiram aos índices continuar a recuperar. Os americanos S&P 500 e o Nasdaq ganharam 2,9 e 3,4%, ao passo que o Stoxx Europe 600 subiu 3,1%, com Frankfurt a valorizar 3,8% e Paris 3,1%.
No setor tecnológico (+4,3%), os investidores ficaram aliviados com os fortes resultados da Microsoft (+11,1%), que superaram as expectativas graças ao crescimento na cloud e na IA. A Meta Platforms (+9,1%) também registou bons lucros trimestrais, ao contrário da Qualcomm (-5,9%), especialista em chips para smartphones, cujos lucros desiludiram. Quanto à Apple (-1,9%) e à Amazon (+0,5%), as reações aos resultados foram mistas.
O sector financeiro europeu (+2,1%) foi de novo estimulado por expectativas de fusões, com o banco italiano Mediobanca a fazer uma oferta sobre a subsidiária bancária da Generali. Os investidores aplaudiram ainda os bons resultados do HSBC (+1,4%), do Deutsche Bank (+4,7%), do Swedbank (+7,4%) e do Société Générale (+8,5%).
O setor europeu da defesa (+8%) também esteve em alta, com boas subidas da Thales (+8,2%) e da BAE Systems (+5,7%).
Pelo contrário, o setor automóvel europeu (-0,3%) foi pressionado pela apresentação de resultados dececionantes, nomeadamente da Volkswagen VZ (-1,3%). No caso da Mercedes (-2,4%), a rentabilidade diminuiu e a empresa suspendeu as projeções para 2025. Por fim, a Stellantis (+2,2%) também se mostrou cautelosa para este ano.
O preço do petróleo diminuiu 8,4%, após a OPEP+ surpreender o mercado ao acelerar a subida da produção a partir de junho, apesar da fraca procura. O setor caiu 0,6% e a TotalEnergies perdeu 3,6%. A Shell (+1,3%) está a considerar fazer uma oferta pela BP.
Lisboa com subida ligeira
A bolsa nacional fechou a semana passada com um ganho ligeiro de 0,3%, bastante inferior ao da maioria das suas congéneres.
Numa semana marcada pelo apagão de segunda-feira, que não teve impacto relevante nos mercados, os pesos pesados EDP (-4,2%), cuja cotação ajustou ao pagamento do dividendo, e Galp (-2%), pressionada pela descida do preço do petróleo e após apresentar resultados, impediram maiores ganhos do índice PSI.
A liderar as subidas esteve a Semapa (+6,5%), seguida da Novabase (+5,3%) e da Mota-Engil (+5,2%), mas sem notícias relevantes que o justifiquem. Pelo contrário, esta semana será fértil ao nível da divulgação de resultados, com 8 empresas nacionais a apresentarem as contas trimestrais.
Números da semana
+43%
Os CTT, que fixaram um novo máximo desde meados de 2016 na semana passada, lideram os ganhos na bolsa de Lisboa em 2025, com uma subida de 43%. O grupo tem beneficiado sobretudo das boas perspetivas de crescimento do negócio do Expresso e Encomendas.
+81,6%
Mesmo com a perspetiva de um eventual cessar-fogo na Ucrânia, o setor europeu da defesa acumula um ganho impressionante de 81,6% desde o início do ano, a beneficiar da política de rearmamento da Europa transversal a quase todos os países.
Top subidas
Novo Nordisk B +13,0%
VF Corp +12,3%
Microsoft +11,1%
Airbus +10,2%
Meta Platforms +9,1%
Top descidas
PostNL -8,1%Eli Lilly -6,9%
Adidas -4,7%
Aperam -4,5%
EDP -4,2%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +3,1% |
EUA S&P 500 | +2,9% |
EUA Nasdaq | +3,4% |
Lisboa PSI | +0,3% |
Frankfurt DAX | +3,8% |
Londres FTSE 100 | +2,2% |
Tóquio NIKKEI 225 | +3,2% |
Variação das cotações entre 25/04/25 a 2/05/25, em moeda local.
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