O setor tecnológico americano (-6,9%) foi, mais uma vez, vítima da guerra comercial de Trump contra a China.
A Nvidia (-12,5%) vai enfrentar novas restrições nas exportações para a China e liderou as perdas. As possíveis restrições também se aplicam à AMD, outra vítima da guerra comercial. Na Europa, a ASML (-4,4%) espera que 2025 e 2026 sejam menos rentáveis do que o esperado. O setor de semicondutores caiu 8,4%. Esta situação leva-nos a não aconselhar uma exposição excessiva ao setor tecnológico, apesar da queda de 26,1% em 2025.
Na semana, o S&P 500 e o Nasdaq caíram 4,6 e 5,7%, respetivamente. A Europa fechou em alta, com o Stoxx Europe 600 a subir 1,3%, graças aos setores petrolífero (+4,4%), financeiro (+3,4%) e de telecomunicações (+3,5%). No início da semana, a esperança de um relaxamento da política norte-americana levou a uma recuperação de 1,2% da bolsa alemã, com as bolsas europeias a fecharem na quinta-feira e só reabriram terça-feira.
O setor automóvel europeu subiu 2,7% após Trump ter mostrado abertura para fazer isenções às tarifas de 25%, dando liberdade aos fabricantes para se expandirem nos EUA. A Stellantis subiu 6,1% e a BMW 2,3%.
A previsão de lucros da Heineken para 2025 ajudou o setor europeu de alimentação e bebidas a ganhar 4,3%. A líder mundial de cervejas, a AB InBev valorizou 4,3%.
As farmacêuticas ganharam 1,6% estimuladas pelos progressos da Eli Lily (+8,4%) no tratamento da obesidade. A Novartis subiu 2,1% e a Roche 1,5%.
A gigante de streaming Netflix (+6,1%), com receitas 12,5% superiores e um lucro de 6,67 dólares por ação (+25%), superou mais uma vez as expectativas no primeiro trimestre. O crescimento dos subscritores e os aumentos dos preços impulsionam os resultados.
Lisboa seguiu Europa em alta
A bolsa nacional fechou a semana a subir 2,3%, em linha com a Europa. A Galp (+6%) liderou os ganhos, com a recuperação de 3,8% do preço do petróleo e após divulgar alguns dados (sem surpresas) sobre o seu primeiro trimestre. Seguiu-se a EDP (+5,9%) que divulgou esta terça-feira um aumento de 5% da produção de eletricidade no primeiro trimestre de 2025. Por sua vez, a produção da EDP Renováveis (+3,5%) subiu 10%. Ainda no setor energético, a REN (+2,9%) anunciou também esta terça-feira a compra de uma empresa chilena, mercado onde já opera.
De resto, as subidas foram generalizadas, com apenas 4 títulos em queda: NOS (-3,4%), que irá pagar um dividendo bruto de 0,40 euros por ação a 24 de abril, Mota-Engil (-3%), BCP (-1,1%) e Corticeira Amorim (-0,9%).
Números da semana
-3%
Sem surpresa, os primeiros dados da atividade da Galp no primeiro trimestre confirmam uma conjuntura setorial mais difícil, com a produção do grupo a baixar 3% em termos homólogos, a margem de refinação a cair 53% (+7% face ao quarto trimestre) e o preço médio do petróleo a descer 9% face há um ano.
71,4 milhões de dólares
A REN anunciou a compra da empresa de transmissão elétrica chilena, Tensa, por 71,4 milhões de dólares, reforçando a sua presença no país. A aquisição, que não é de grande dimensão, está alinhada com a estratégia prudente de investimento da empresa.
Top subidas
Eli Lilly +8,4%Ericsson B +6,8%
Stellantis +6,1%
Netflix +6,1%
Galp Energia +6,0%
Top descidas
Nvidia -12,5%Tesla -9,8%
Meta Platforms -8,8%
LVMH -8,4%
Amazon.com -8,1%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +1,3% |
EUA S&P 500 | -4,6% |
EUA Nasdaq | -5,7% |
Lisboa PSI | +2,3% |
Frankfurt DAX | +1,2% |
Londres FTSE 100 | +1,7% |
Tóquio NIKKEI 225 | +0,9% |
Variação das cotações entre 14/04/25 a 21/04/25, em moeda local.
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