O Banco Central Europeu decidiu reduzir as taxas diretoras em 0,25%, o quarto corte em 2024. Por um lado, o BCE conta com a redução gradual da inflação: 2,1% estimada em 2025 e 1,9% em 2026. Por outro, o crescimento económico da zona euro deverá ser de apenas 1,1% em 2025.
Frankfurt tenta manter à tona uma economia europeia em desaceleração, que terá de se preparar ainda para as turbulências que o regresso de Donald Trump à Casa Branca irá inevitavelmente provocar, bem como para a competitividade crescente dos Estados Unidos e da Ásia.
E o BCE continua sob pressão para continuar os cortes, o que significará crédito mais barato e poderá trazer algum alívio às economias europeias. Não obstante, não se deve esperar milagres. O BCE fará a sua parte do trabalho, mas não conseguirá relançar a produtividade, nem concretizar um verdadeiro mercado único europeu de produtos e serviços financeiros.
Mesmo que os juros mais baixos deem um pequeno impulso às economias europeias, as perspetivas da zona euro continuam pouco animadoras. Por isso, continuamos a não recomendar o investimento em fundos e ETF dedicados à globalidade dos mercados acionistas da zona euro.
Investir via ETF de obrigações
O corte das taxas diretoras do BCE leva à redução das taxas Euribor, que por seu turno, deprime a remuneração dos Certificados de Aforro e dos depósitos a prazo. É um fenómeno observável há meses e que se continuará a acentuar nos próximos trimestres. Em suma, são más notícias para os produtos de capital garantido.
Porém, a redução global das taxas de juro é favorável aos mercados de obrigações. As novas emissões de dívida vão remunerar menos os investidores, tornando mais atrativos os títulos já negociados nos mercados (subida das respetivas cotações). Esta tendência, que deverá manter-se nos próximos trimestres perante a esperada política monetária do BCE, beneficia o desempenho dos fundos e ETF de obrigações denominadas em euros.
O ETF Xtrackers II iBoxx Eurozone Government Bond Yield Plus (LU0524480265) valorizou 6,7% nos últimos doze meses.
No segmento da dívida high yield, o ETF Xtrackers II EUR High Yield Corporate Bond (LU1109943388) ganhou 8,4% no mesmo período.
Estas categorias de fundos/ETF são atrativas para diversificar a carteira. Além de terem menos risco que a generalidade dos mercados de ações, permitem usufruir de yields que estão em níveis interessantes.
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