ETF para investir na Indonésia

O potencial económico da Indonésia continua a justificar o investimento
O potencial económico da Indonésia continua a justificar o investimento
No início de 2025, o ritmo de crescimento do PIB da Indonésia abrandou devido à redução da despesa pública, à queda do investimento e ao menor dinamismo das exportações. Países asiáticos, como a Indonésia, beneficiaram da reorganização do comércio mundial durante o primeiro mandato de Donald Trump, que visava sobretudo os produtos chineses.
Atualmente, a guerra comercial do Presidente americano abrange todos os países. Esta incerteza afeta os investimentos reais, com empresas a suspender projetos de expansão, e os investimentos financeiros.
As ações indonésias não têm sido poupadas, registando uma perda de 14,4% desde o início do ano e de 7,8% nos últimos doze meses. No entanto, este mau desempenho é sobretudo reflexo das perdas cambiais da rupia indonésia face ao euro.
Em 2025, a bolsa de Jacarta perde 2,6% em moeda local. A performance é dececionante face aos ganhos da maioria dos mercados globais, mas a queda é ainda muito maior em euros.
Os fatores internos também não têm sido favoráveis. O novo Presidente, Prabowo Subianto, eleito em fevereiro de 2024, deveria continuar as políticas bem-sucedidas dos últimos dez anos. Contudo, desde que assumiu funções em outubro, adotou um rumo diferente.
O apoio ao consumo das famílias mais carenciadas, através de ajuda alimentar e da redução do preço da eletricidade e dos transportes terá custos elevados. Como a Indonésia tem uma regra orçamental que limita o défice público a 3% do PIB, estas despesas implicam cortes noutros setores.
As obras públicas viram o seu orçamento reduzido em cerca de 70%! Um corte que atrasará dezenas de projetos de infraestruturas.
Para tirar partido do seu potencial, a Indonésia precisa de investir mais em infraestruturas, ainda subdesenvolvidas apesar dos esforços da última década.
Segundo o índice de desempenho logístico do Banco Mundial de 2023, a Indonésia ocupava a 63.ª posição, muito atrás da Tailândia (34.ª) e do Vietname (43ª.), que também apostam na indústria e na integração nos fluxos comerciais internacionais.
Alguns estudos estimam que se o investimento público e privado fosse 40% do PIB, face aos atuais 30%, o crescimento anual do PIB poderia atingir os 7%, contra 5% na última década.
Infelizmente, a política do novo Presidente implica uma redução do investimento público. E, dada a incerteza comercial, o investimento privado também poderá diminuir este ano. No entanto, restam muitas oportunidades para captar os investidores.
Com mais de 280 milhões de habitantes, a Indonésia é o quarto país mais populoso do mundo. A população é jovem e milhões de indonésios continuarão a migrar do campo para as cidades e para empregos mais produtivos. A Indonésia possui níquel e outros minerais essenciais à transição energética.
Com estes trunfos, continuará a atrair investidores que querem diversificar cadeias de produção demasiado centradas na China. Apesar de limitar a capacidade de investimento público, a regra do défice permite conter a dívida pública em apenas 40% do PIB, um dos níveis mais baixos da região. Isso afasta o risco de uma crise financeira grave, além do banco central se manter independente.
Na prática, a política do novo Presidente penaliza a melhoria das infraestruturas no curto/médio prazo, mas não compromete o elevado potencial económico da Indonésia. Quando o nevoeiro comercial causado por Trump se dissipar, os investidores voltarão à Indonésia.
A bolsa de Jacarta apresenta um rácio cotação/lucro esperado de apenas 11. É um valor bastante aquém da sua média histórica de 14,2 e ainda mais longínquo da média dos mercados globais, atualmente em 17,3. O dividend yield de 3% é igualmente atrativo (2,1% da média global).
Estes indicadores, em conjunção com o potencial económico da Indonésia, tornam a bolsa de Jacarta um investimento com potencial. Recomendamos 2 ETF dedicados às ações indonésias. Contudo, dado o maior risco deve limitar a exposição a 5% da carteira.