Criptomoedas: as melhores plataformas para investir
Prefira exchanges licenciadas em países com supervisão financeira clara, como a União Europeia, que tem o regulamento MICA.
Prefira exchanges licenciadas em países com supervisão financeira clara, como a União Europeia, que tem o regulamento MICA.
As criptomoedas continuam a despertar o interesse dos investidores, mesmo depois de, em outubro, ter ocorrido uma das maiores liquidações do mercado de que há memória. Em apenas dois dias, as perdas foram significativas, sobretudo, para quem tinha posições alavancadas. Mas, passado o susto, os investidores voltaram ao business as usual.
Não há dúvida de que os criptoativos conquistaram o seu espaço no mundo financeiro. De acordo com um inquérito estatístico, 15% dos investidores portugueses investiram em criptomoedas, nos últimos três anos. Além dos jovens, mais propensos para o risco, há cada vez mais investidores a incluir criptomoedas nas suas carteiras.
Desde que a administração Trump começou a discutir políticas mais favoráveis à inovação financeira e o Senado aprovou o GENIUS Act, observa-se, também, uma adesão crescente por parte de instituições financeiras tradicionais, que estão a explorar o potencial da tokenização de ativos e das tecnologias blockchain.
Alguns dos principais bancos internacionais, gestoras de fundos e outros grandes players do mercado financeiro, como a SWIFT, a Blackrock, a JPMorgan e a Nasdaq, têm vindo a desenvolver projetos e soluções baseados em blockchain. O objetivo é aumentar a eficiência, segurança e transparência nas transações e nos processos financeiros.
Os conceitos de criptomoedas, tokenização, blockchain e finanças descentralizadas têm sido frequentemente apresentados como símbolos do futuro e de uma revolução financeira aliada à inovação tecnológica. Em termos fiscais, as criptomoedas têm ainda a vantagem de beneficiar de um tratamento favorável em Portugal, onde não há lugar ao pagamento de impostos sobre as mais-valias quando são detidas por 365 ou mais dias.
Perante tanto entusiasmo e especulação, a DECO PROteste Investe aconselha, no entanto, os investidores a manterem uma visão crítica, especialmente perante o paradigma atual de mudanças abruptas. Se é certo que há especulação no mercado financeiro, é inegável que existe muito mais no mercado de criptomoedas.
Se tem um perfil conservador, não é recomendado o investimento em criptomoedas. Se ainda assim quiser arriscar, não invista mais do que 5% da sua carteira, e analise os nossos conselhos para a Bitcoin, Ethereum e Ripple. Uma forma simples de mitigar o risco à exposição ao preço de compra é investir de forma fracionada, utilizando o método DCA (dollar-cost averaging, em inglês). Isto é, investir quantias fixas de forma regular.
Antes de aplicar o seu dinheiro em moedas digitais, é essencial compreender como funciona o mercado e os custos envolvidos, bem como escolher uma plataforma segura.
As criptomoedas têm múltiplos riscos, entre os quais se destacam a volatilidade extrema, por não terem valor intrínseco e o preço depender apenas do equilíbrio entre a procura e a oferta. Acresce a falta de regulação sólida e o risco de ciberataques, assim como a possibilidade de esquemas fraudulentos.
De acordo com a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da Polícia Judiciária, foram abertos cerca de 3000 inquéritos relacionados com criptoativos entre 2022 e 2024. As redes sociais são pródigas em publicidade enganosa. É, por isso, aconselhável escolher plataformas nacionais registadas junto de autoridades europeias.
Para eleger a melhor plataforma, analisámos 10 das plataformas mais conhecidas mundialmente – Binance, Coinbase, Crypto.com, Kraken, Gemini, ByBit, BitPanda, Bit2Me, Coinmotion e OKX – de acordo com dois critérios essenciais: a segurança e os custos.
Quanto às altcoins, também foram escolhidas as mais famosas: Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e Ripple (XRP). Todas as plataformas analisadas disponibilizam as redes nativas para cada criptomoeda escolhida.
Em matéria de segurança, foram considerados cinco aspetos: reputação; tempo máximo de resposta; suporte aos clientes; volume transacionado por dia; e enquadramento no regulamento MiCA. Recordamos que o MiCA é o quadro regulatório da União Europeia para criptoativos. Tem como objetivo proteger e reforçar a confiança dos investidores, uniformizando regras entre os Estados-membros. A 31 de julho de 2026, todas as plataformas deverão agir conforme as suas regras.
Apesar de ainda não estar enquadrada no MiCA, a Binance foi mantida neste estudo pelo facto de ser uma plataforma amplamente reconhecida e utilizada mundialmente (a maior em termos de volume diário, com cerca de 70 mil milhões de dólares). Em Portugal, goza de boa reputação. Contudo, como levamos a sério a segurança dos nossos subscritores mais conservadores, é preferível privilegiar uma plataforma que se enquadre no regulamento MiCA.
No que respeita aos custos, considerámos as comissões de depósito e de levantamento, bem como certas limitações impostas. Por exemplo, algumas plataformas de criptomoedas, como a Bit2Me, aplicam taxas de inatividade quando o investidor não inicia sessão, ou não executa operações durante um determinado período de tempo (três e doze meses, respetivamente).
Na grande maioria das plataformas, as taxas de depósito deixaram de ser cobradas, ou dependem do método pelo qual são transferidas as moedas FIAT (euros, libras, dólares…). São aceites transferências SEPA, por norma, menos onerosas, por Mastercard, entre outras. As transferências por SWIFT são as mais caras.
As taxas de levantamento dependem se os levantamentos são feitos em moedas FIAT, ou o montante é transferido de uma criptomoeda para outra na mesma plataforma, ou para uma plataforma diferente.
Para transacionar criptomoedas, dispõe de várias redes. Cada uma destas infraestruturas blockchain, onde as transações de cada moeda são realizadas, tem as suas próprias regras, velocidade, taxas e nível de segurança.
Na prática, cada criptomoeda tem a sua via para circular – e, em alguns casos, existem versões alternativas dessas vias, feitas para serem mais rápidas ou baratas. Importa referir que cada vez que faz um depósito ou levantamento, deve garantir que a rede de envio e a rede de destino são a mesma – caso contrário, pode perder os fundos. Verifique sempre tudo duas ou três vezes, especialmente se usar redes alternativas.
As taxas de rede (network/gas fees), utilizadas para cobrir o custo de processamento, confirmação e registo das transações efetuadas, variam consoante a cripto e o valor desta, e de rede para rede – se está ou não congestionada. A Binance oferece taxas de rede muito baixas por ter uma rede própria, a BNB Smart Chain (BNB), que é significativamente mais económica do que outras blockchains. Por exemplo, transferir Bitcoin para dólares na rede BNB custa apenas 0,03 dólares, e exige um levantamento mínimo de 0,06 dólares. Se utilizar a rede nativa Bitcoin (BTC) dentro da Binance, o custo da transação sobe para cerca de 3,11 dólares, e o limite mínimo de levantamento é de 14,50 dólares.
Rede Principal (Nativa) – Rede BTC/SegWit
Redes alternativas – Lightning Work
Tempo máximo por transação – 60 minutos
Observações – Pela via “Lightning” demora apenas alguns segundos
Rede Principal (Nativa) – Rede ETH (ERC20)
Redes alternativas – Arbitrum, Base
Tempo máximo por transação – 5 minutos
Observações – Arbitrum e Base apresentam taxas mais acessíveis e maior rapidez
Rede Principal (Nativa) – XRP Ledger
Redes alternativas – BEP20, ERC20
Tempo máximo por transação – 10 segundos
Observações – XRP Ledger é ultrarrápida e mais eficiente do que as alternativas.
Como já referido, as plataformas foram escolhidas com base não só no seu reconhecimento e regulação, mas sobretudo pela segurança e pelos custos que cobram. Ponderados todos os critérios, a Coinbase obteve a classificação final mais elevada (4,6), merecendo, por isso, o título de Escolha Acertada.
Esta plataforma tem a vantagem de não cobrar qualquer tipo de taxa a quem levanta euros ou libras por via SEPA. Tão-pouco exige custos de custódia ou de manutenção. A Gemini e a Crypto.com também não os cobram, mas o limite mínimo de levantamento é de 10 e 80 euros, respetivamente, ao passo que na Coinbase é de apenas 1 euro. Estas três plataformas aplicam, no entanto, taxas de rede, que, como referimos, variam.
Em termos de segurança, a Coinbase é também Escolha Acertada. A sua integração no S&P500 representa um importante voto de confiança no mercado tradicional, conferindo à plataforma um prestígio adicional em relação a outras exchanges de criptoativos.
Ao fazer parte de um dos principais índices da bolsa americana, a Coinbase passa a ser vista como uma empresa consolidada, estável e transparente. A Binance, apesar de ser a plataforma mais usada e de ter as taxas de rede menores, perde um pouco de credibilidade por ainda não estar enquadrada no MICA.
Coinbase (EA) 4,0
ByBit 3,9
Bitpanda 3,23
Kraken 3,18
Binance 2,9
Bit2Me 2,7
OKX 2,5
Coinmotion 2,4
Gemini 1,6
Crypto.com 0,6
Coinbase (EA) 5
Gemini 5
Crypto.com 5
Coinmotion 4
Binance 4
Kraken 3
Bitpanda 3
ByBit 3
Bit2Me 2
OKX 1
Coinbase (EA) 4,60
Gemini 3,64
ByBit 3,54
Binance 3,54
Coinmotion 3,46
Bitpanda 3,29
Kraken 3,27
Bit2Me 2,59
Crypto.com 2,23
OKX 2,00
A exchange é a plataforma onde compra, vende e guarda as suas criptomoedas. Escolher uma plataforma fidedigna é essencial para proteger o seu dinheiro. Verifique se a plataforma tem os seguintes requisitos: