Mar agitado nos fundos PPR

A instabilidade tomou conta dos mercados financeiros nos primeiros seis meses do ano. A política comercial dos Estados Unidos – nomeadamente a imposição de tarifas às importações – gerou alguma desorientação nas principais bolsas mundiais.

Os avanços e recuos sucessivos de Donald Trump deixaram muitos investidores à beira de um ataque de nervos, mas, como em tudo, os mercados acabaram por se adaptar.

Nos últimos dois meses, houve algumas valorizações, ainda que pouco acentuadas. Os investidores parecem agora mais amenizados. O mercado obrigacionista tem recuperado terreno, beneficiando da diminuição das taxas de juros na Europa, razão pela qual os fundos PPR mais defensivos, ou seja, que aplicam menos em ações e mais em obrigações, registaram valorizações.

Fundos PPR ganharam, em média, 0,2%, em junho 

Da nossa análise mensal fazem parte mais de 80 fundos PPR, divididos em três classes, consoante o perfil de risco: defensivos, neutros e agressivos. No quadro abaixo colocamos apenas os 10 melhores de cada categoria, desde que tenham um histórico de cinco anos.

Em junho, devido à valorização das obrigações, os fundos PPR defensivos, que aplicam até 25% em ações, ganharam, em média, 0,2 por cento. No entanto, nesta classe, os ganhos não foram uniformes. Variaram entre -0,1% (BPI Vida PPR, Caixa PPR Rendimento Mais) e 0,9% (PPR 5 Estrelas).

Na categoria de risco intermédio, nos que aplicam entre 25% e 50% em ações, o ganho médio foi também de 0,2%, mas as variações foram mais acentuadas: entre -0,5% (PPR Praemium V Ações) e 1,8% (PPR Geração Activa).

É na categoria dos mais agressivos, ou seja, que investem mais de metade da carteira em ações, que se registaram as maiores diferenças: entre -1,6% (BPI Reforma Global Equities PPR/OICVM) e 4,5% (Bankinter Mega TT PPR/OICVM). 

Escolhas Acertadas mantêm-se 

São três os fundos PPR que merecem o título de Escolha Acertada, nas diferentes classes de risco.

Nos defensivos, o fundo Optimize PPR/ OICVM Moderado, que estava no pódio no primeiro trimestre, perdeu terreno nos últimos meses. Ainda assim, obteve 3,8%, nos últimos 12 meses, e 1,7% nos últimos cinco anos.

É provável que os cortes nas taxas de juro comecem a abrandar no segundo semestre, pelo que a valorização das obrigações poderá já não ser tão expressiva e os defensivos que aplicam uma pequena parte em ações poderão valorizar, se os mercados estabilizarem.

Na categoria de risco intermédio, o Alves Ribeiro PPR mantém-se inabalável na liderança: ganhou 4% ao ano, nos últimos cinco; e 5%, nos últimos 12 meses. Pode subscrever este plano de poupança-reforma, bem como o da Optimize, com condições mais vantajosas ao abrigo dos nossos protocolos.

Por fim, na categoria dos agressivos, o BPI Reforma Global Equities PPR/OICVM continua a merecer a nossa recomendação, apesar de ter sido bastante penalizado no último ano (-8%) devido à sua elevada exposição às ações norte-americanas. Nos últimos cinco anos, conseguiu 7% ao ano.

Ainda que o M3 Investimento PPR se destaque no rendimento – 10% ao ano, nos últimos cinco, e 6,3% no último ano –, tem elevadas comissões de subscrição e de resgate (5 por cento). O mesmo se passa com os fundos BBVA Estratégia Investimento PPR e PPR Golden SGF Poupança Dinâmica, que apresentam um rendimento melhor do que o da nossa Escolha Acertada.

Os encargos superiores penalizam o seu rendimento. Por essa razão, não são eleitos. Nos próximos meses, se se justificar, as recomendações poderão alterar, mas, para já, tratando-se de um investimento a longo prazo, o BPI Reforma Global Equities PPR/OICVM é o mais adequado, sobretudo se ainda estiver longe da reforma.

Acompanhe os fundos PPR no canal Reforma. 

Seguro PPR da Lusitania Vida garante mínimo de 2%

São poucos os seguros PPR em subscrição que oferecem rendimento mínimo. Adequados para quem não gosta de arriscar e quer capital garantido, ou está a menos de 10 anos da idade em que tenciona reformar-se, a nossa recomendação é o Lusitania Poupança Reforma PPR.

A taxa mínima garantida para este ano é de 2 por cento. No ano passado, rendeu 2,4% mas, deduzida a comissão de gestão, o rendimento anual atribuído ao subscritor foi de 1,6 por cento.

Note que os seguros PPR têm apresentado um rendimento abaixo da inflação, pelo que recomendamos estes produtos apenas como forma de acautelar a poupança acumulada ao longo da vida.

Todavia, para quem está longe da reforma, não é a melhor forma de rentabilizar. No caso de subscrever ao abrigo do nosso protocolo, está isento das comissões de subscrição e de resgate. O subscritores DECO PROteste Investe beneficiam ainda de um prémio de fidelização anual de 0,1%, sobre o saldo médio anual, nos primeiros cinco anos de vigência do contrato.