A forte queda na criação de empregos nos EUA, em agosto, divulgada na sexta-feira, reforçou o cenário de descida das taxas de juro diretoras em setembro por parte da Reserva Federal. Porém, revela um enfraquecimento da economia americana, o que desagradou aos mercados bolsistas.
Ainda assim, o S&P 500 (+0,3%) encerrou a semana ligeiramente positivo, tal como o Nasdaq (+1,1%), que beneficiou da desaceleração das taxas de juro de longo prazo após a publicação dos números do emprego.
Pelo contrário, na Europa, o Stoxx Europe 600 recuou 0,2%, penalizado pelas tensões quanto ao rendimento das obrigações no início da semana. A bolsa de Zurique ganhou 1,5%, graças à valorização da Roche (+5,3%).
O segmento tecnológico (+1,4% nos EUA) beneficiou dos bons resultados da Broadcom (+12,6%) e da Alphabet (+10,1%), que disparou após uma decisão judicial que evitou a sua cisão e que catapultou a cotação das ações para novo máximo histórico (+48,3% em 12 meses).
Já a Apple subiu 3,3%, pois também beneficia da decisão. A Schneider Electric recuperou 3,9%, aproveitando o entusiasmo pela tecnologia e a subida da recomendação do Deutsche Bank.
O setor petrolífero (-1,7%) continua pressionado em bolsa. A OPEP+ irá aumentar novamente a produção de ouro negro em outubro, alimentando ainda mais a oferta mundial.
Além disso, a procura poderá ser menos dinâmica se a desaceleração nos EUA se confirmar. O preço do barril de petróleo desceu 3,8% para a casa dos 65 dólares. A Exxon Mobil perdeu 4,4% e a TotalEnergies desceu 3,1%.
Bolsa de Lisboa em queda ligeira
Numa semana de indefinição nas bolsas a nível mundial, a praça lisboeta recuou 0,7%. Ainda assim, mantém uma valorização significativa de 20,8% desde o início do ano.
A penalizar o índice PSI esteve sobretudo a Galp Energia (-5%), que liderou as quedas após nova descida do preço do petróleo. Em seguida estiveram os CTT (-3,3%), o BCP, que corrigiu mais 1,8%, e a EDP (-1%) que, tal como a sua subsidiária EDP Renováveis (-0,4%), continua a sofrer alguma pressão vinda dos EUA, nomeadamente com a versão de Trump à energia eólica offshore.
Pela positiva, realce para o setor da distribuição que liderou os ganhos. A Jerónimo Martins valorizou 3,6% e a Sonae subiu 1,6%. Em alta, embora ligeira, esteve também a Mota-Engil (+0,9%), que continua a ser a melhor ação nacional em 2025, acumulando um ganho expressivo de 75%.
Números da semana
22 mil
Número de empregos criados nos EUA em agosto, claramente abaixo dos 75 mil esperados. Se este dado torna praticamente certa a descida das taxas de juro por parte da Fed na próxima semana, também reforça as preocupações relativas à saúde da economia americana.
41$
Catorze anos depois, o preço da prata voltou a atingir os 41 dólares. Apesar de ainda estar longe dos máximos de abril de 2011 (perto de 50 dólares) é mais um sinal da muito provável descida das taxas de juro nos EUA e da fraqueza do dólar.
Top subidas
Alphabet C +10,1%
Corning +6,2%
Telecom Italia +5,8%
Adidas +5,6%
Danone +5,5%
Top descidas
Texas Instrum. -7,2%
Sanofi -5,9%
Stellantis -5,3%
Galp Energia -5,0%
Euroapi -5,0%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -0,2% |
EUA S&P 500 | +0,3% |
EUA Nasdaq | +1,1% |
Lisboa PSI | -0,7% |
Frankfurt DAX | -1,3% |
Londres FTSE 100 | +0,2% |
Tóquio NIKKEI 225 | +0,7% |
Variação das cotações entre 29/08/25 a 05/09/25, em moeda local.
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