Depois de atingirem novos recordes na segunda-feira, os índices bolsistas americanos recuaram com a realização de algumas mais-valias. O S&P 500 caiu 0,3%, ao passo que o Nasdaq perdeu 0,7%.
A causa desta ligeira correção foi a publicação de vários indicadores económicos sólidos que podem levar a Fed a ser mais cautelosa do que o esperado em relação a futuros cortes de taxas de juro. Pelo contrário, na Europa, o Stoxx Europe 600 fechou em alta ligeira, com um ganho de 0,1%. Amesterdão subiu 0,9% e Frankfurt 0,4%.
O setor de semicondutores avançou 0,2%, estimulado pelo anúncio de um investimento futuro de 100 mil milhões de dólares da Nvidia (+0,9%) na OpenAI e de uma parceria estratégica entre os dois pesos pesados da inteligência artificial.
No mesmo setor, a Intel subiu 20% (+77% em 2025), após informações de que o grupo estaria em negociações com potenciais novos parceiros, como a Apple (+4,1%) e a TSMC. O setor automóvel europeu (-0,6%) foi abalado pelo aviso sobre os resultados feito pela Porsche (-2,6%), filial do grupo Volkswagen (-6,8%).
A mudança de tom do presidente Trump, que agora acredita que a Ucrânia pode reconquistar todo o território ocupado pela Rússia, estimulou o setor de defesa, que subiu 3,6% na Europa. Thales (+4,9%), BAE Systems (+3,1%) e Lockheed Martin (+3,1%) fecharam no verde.
Nota final para o setor energético (+1,5%), que beneficiou da recuperação do preço do petróleo. A Repsol valorizou 8,3% e a TotalEnergies ganhou 5,3%.
Lisboa liderou ganhos
Estimulada sobretudo pelo grupo EDP e pela Galp Energia, que têm um elevado peso no índice PSI, a bolsa de Lisboa liderou as subidas na semana passada, com uma valorização de 3,2%. Em 2025, está a valorizar 24,7%.
Depois da justiça americana ter contrariado Trump e dado luz verde a um parque eólico offshore (no mar) da dinamarquesa Orsted, a EDP Renováveis (+14,3%), que tem os seus planos de energia eólica offshore congelados nos EUA, foi contagiada pela notícia e liderou os ganhos em Lisboa. A sua casa mãe EDP também aproveitou o embalo e subiu 5,7%.
Em alta esteve também a Galp (+6,8%), a beneficiar da valorização do preço do petróleo (+5,1%). De resto, destaque para a recuperação de 3% do BCP e para a descida de 5,8% da Mota-Engil, cuja cotação tem sofrido alguma volatilidade apesar da forte valorização de 73,3% que regista este ano. A Jerónimo Martins caiu 4%.
Números da semana
+3,8%
Crescimento do PIB americano no segundo trimestre, refletindo a quebra das importações e o aumento do consumo. Este valor confirma a robustez da economia e lança dúvidas sobre futuras reduções das taxas de juro nos EUA.
100 mMD
O mercado da obesidade poderá rondar 100 mil milhões de dólares de vendas em 2030. A Pfizer quer aproveitar a oportunidade com a aquisição da Metsera e a Roche comprou a biotecnológica 89bio.
Top subidas
Intel +20,0%
EDP Renováveis +14,3%
H&M +13,6%
Repsol +8,3%
Applied Materials +7,3%
Top descidas
Novo Nordisk -10,3%
Euroapi -7,4%
Volkswagen VZ -6,8%
Stellantis -6,4%
Sonova -6,0%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +0,1% |
EUA S&P 500 | -0,3% |
EUA Nasdaq | -0,7% |
Lisboa PSI | +3,2% |
Frankfurt DAX | +0,4% |
Londres FTSE 100 | +0,7% |
Tóquio NIKKEI 225 | +0,7% |
Variação das cotações entre 19/09/25 a 26/09/25, em moeda local.
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