O presidente da Reserva federal, Jerome Powell, mencionou na sexta-feira a possibilidade de uma flexibilização da política monetária nos EUA a partir de setembro. Estas declarações deram algum ânimo às bolsas.
A eventual descida das taxas de juro irá apoiar a economia dos EUA, os investimentos das empresas e o consumo das famílias. Sensível a esta última variável, a American Express valorizou 4,5%. Antes do efeito Powell, os índices tinham sido penalizados pelas declarações do fundador da OpenAI sobre o risco de uma bolha na IA.
O próximo dado aguardado com expectativa é a divulgação dos resultados trimestrais da Nvidia (-1,4%) nesta quarta-feira, que permitirão ter uma ideia mais clara sobre as perspetivas futuras da IA.
O S&P 500 ganhou 0,3% na semana passada, ao passo que o Nasdaq perdeu 0,6%. O setor tecnológico americano recuou 1,5%, com o segmento de semicondutores a descer 1,6%. A Microsoft desvalorizou 2,5%.
Com um peso menor da tecnologia, o Stoxx Europe 600 (+1,4%) teve um desempenho melhor. Na Europa, os setores farmacêutico (+4%) e de alimentação e bebidas (+3,3%) desempenharam o papel de valores refúgio. A Nestlé valorizou 4,2%, a Diageo ganhou 4,4% e a Novo Nordisk liderou os ganhos, ao subir 11,7%.
No setor segurador europeu (inalterado), a Aegon (+5,9%) publicou bons resultados semestrais e aumentou a recompra de ações próprias.
Por fim, o setor da defesa (+0,4%) mostrou-se volátil, oscilando entre a esperança de uma trégua na Ucrânia e a realidade no terreno. A BAE Systems subiu 0,2%.
Lisboa lidera, a ganhar 2,6%
Graças ao grupo EDP (EDP Renováveis: +9,9% e EDP: +4,5%), que beneficiou de uma clarificação relativa à fiscalidade das energias renováveis nos EUA (menos desfavorável do que o previsto), a bolsa de Lisboa subiu 2,6% e foi uma das líderes da semana a nível mundial.
Embora o período de férias ainda reduza a negociação e contribua para a inexistência de grandes novidades empresariais, realce para a subida de 4,5% da NOS e de 3,6% da Corticeira Amorim, que beneficiou do facto de a cortiça ter ficado isenta de tarifas no acordo comercial entre os EUA e a União Europeia.
De resto, apenas duas ações fecharam em queda, a Mota-Engil (-6,6%), que corrigiu dos fortes ganhos recentes, e o BCP (-0,4%), afetado pelo aumento do imposto sobre a banca polaca.
Números da semana
8000
Embora tenha fechado a semana ligeiramente abaixo deste valor, a bolsa de Lisboa ultrapassou os 8000 pontos na sessão de quinta-feira, o que já não acontecia desde fevereiro de 2011. Em 2025, a praça nacional já valorizou 25,1% e é uma das melhores a nível global.
+82,6%
As empresas europeias de defesa lideram os ganhos setoriais em 2025 com uma valorização de 82,6%. A decisão de rearmamento da Europa reforçou as boas perspetivas do setor para os próximos anos.
Top subidas
Novo Nordisk +11,7%
EDP Renováveis +9,9%
PostNL +9,6%
Euroapi +6,5%
Texas Instrum. +5,9%
Top descidas
Mota-Engil -6,6%
Bpost -6,3%
Sofina -4,6%
Meta Platforms -3,9%
Deutsche Post -3,9%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +1,4% |
EUA S&P 500 | +0,3% |
EUA Nasdaq | -0,6% |
Lisboa PSI | +2,6% |
Frankfurt DAX | +0,02% |
Londres FTSE 100 | +2,0% |
Tóquio NIKKEI 225 | -1,7% |
Variação das cotações entre 15/08/25 a 22/08/25, em moeda local.
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