As bolsas fecharam maioritariamente positivas na semana, apesar da persistente incerteza sobre as tarifas que os EUA querem impor aos parceiros comerciais. O adiamento das tarifas de 9 de julho para 1 de agosto alimentou o otimismo dos investidores em relação a um acordo.
O S&P 500 e o Nasdaq fecharam quase na linha de água, com ganhos de 0,02% e 0,1%, respetivamente. O setor tecnológico americano (+0,2%) foi de novo estimulado pela Nvidia (+3%), que se tornou a primeira empresa cotada com um valor superior a 4 biliões de dólares e ator chave na IA. O setor de semicondutores valorizou 2,1%, com a Intel a ganhar 5,9%.
Na Europa, o Stoxx Europe 600 subiu 1,7%, com Paris e Frankfurt a progredirem 1,9 e 2,2%. Os investidores apostam num acordo entre a Europa e os Estados Unidos até 1 de agosto. Até lá, Trump pode abalar os mercados com declarações inflamadas, mas os investidores parecem habituar-se aos seus ziguezagues.
O setor automóvel europeu recuperou 3,2%, com a BMW a valorizar 9%, a Mercedes a ganhar 5% e a Volkswagen VZ a subir 3,2%.
O setor farmacêutico subiu 1,8%, após a Merck (+3,8%) ter anunciado a aquisição da Verona Pharma. O setor energético avançou 0,7%, apesar da estabilidade do preço do petróleo (-0,1%) e dos anúncios esperados da Shell (+1,2%) e Exxon (+2,4%).
Os dados trimestrais da Shell dececionaram no setor químico e a Exxon confirmou que a queda do petróleo reduzirá o lucro no 2.º trimestre. O setor da defesa europeu avançou 3,2%, com a Thales a ganhar 1,2%. Por fim, as ações europeias mais defensivas sofreram com o otimismo dos investidores: telecomunicações (-1,5%) e utilities (-1,6%).
Lisboa perto da linha de água
A bolsa nacional recuou uns ligeiros 0,1% na última semana, mas acumula uma subida robusta de 21,5% desde o início do ano.
A liderar os ganhos da semana esteve a Mota-Engil (+8,1%), que volta a dar sinais de força, e os CTT (+5,8%) que fixaram um novo máximo desde meados de 2016, há nove anos.
A Galp (+1,7%) fechou o pódio depois de anunciar uma subida de 6% da sua produção de petróleo no 2.º trimestre. Em contrapartida, anunciou uma descida de 20% da margem de refinação.
De resto, as variações foram pouco significativas e mesmo as empresas que mais desceram (Corticeira Amorim e Altri) recuaram “apenas” 2,2% cada uma. Para além do desenrolar da questão das tarifas, os investidores aguardam agora a divulgação dos resultados semestrais, que terá início na segunda quinzena de julho.
Números da semana
12%
Já esta sexta-feira, a EDP e a EDP Renováveis anunciaram dados relativos à atividade no semestre, com a produção de eletricidade a crescer 12% em ambas as empresas, acima dos valores registados no 1º trimestre, a beneficiar do aumento da capacidade instalada de 11 e 18%, respetivamente.
4 biliões $
A Nvidia é a primeira empresa da história a ultrapassar os 4 biliões de dólares de valorização bolsista. A empresa fechou num novo máximo histórico de 164,10 dólares, estimulada pelo entusiasmo em torno dos seus chips para a inteligência artificial.
Top subidas
BMW +9,0%
Kion Group +8,2%
Mota-Engil +8,1%
Atenor +7,3%
Knorr Bremse +6,9%
Top descidas
Autodesk -9,6%
Accenture -5,4%
Ericsson -4,6%
Netflixl -3,6%
Walmart -3,6%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +1,7% |
EUA S&P 500 | +0,02% |
EUA Nasdaq | +0,1% |
Lisboa PSI | - 0,1% |
Frankfurt DAX | +2,2% |
Londres FTSE 100 | +1,7% |
Tóquio NIKKEI 225 | -0,4% |
Variação das cotações entre 3/07/25 a 10/07/25, em moeda local.
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