O Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juro da zona euro em 0,25%, como esperado. Porém, este ciclo de corte de taxas pode estar a chegar ao fim, de acordo com a presidente do BCE, e o próximo corte parece agora menos certo.
Esta declaração apanhou os mercados um pouco de surpresa, já que a economia corre o risco de se deteriorar mais nos próximos meses, afetada pelas tarifas.
Em contrapartida, uma economia americana resiliente, uma administração Trump mais flexível nas negociações comerciais e a ascensão do sector tecnológico continuam a impulsionar os índices. O Stoxx Europe 600 subiu 0,7% na última semana, com o alemão Dax a ganhar 1,6% e a fixar um novo recorde.
Nos EUA, enquanto se aguarda a divulgação do importante relatório mensal sobre o emprego esta sexta-feira, o S&P 500 subiu 0,5% e o Nasdaq ganhou 0,6%, apesar de ter sido pressionado no final da semana pela queda da Tesla (-20,6%) originada pela escalada do diferendo entre Trump e Musk. O mercado teme que Trump prejudique o desenvolvimento das empresas de Musk.
O setor de semicondutores ganhou 2,6% após a divulgação da forte procura de servidores de IA da Hewlett Packard no último trimestre. Ainda assim, as previsões da Broadcom não geraram entusiasmo. A Nvidia (ver pág. 3) subiu 0,6%.
O preço do petróleo (+1,9%) recuperou após as negociações diretas entre Trump e Xi Jinping. O setor petrolífero europeu valorizou 2%, com a Shell a ganhar 1,4%.
Nota final para a subida do setor europeu da defesa (+4,1%). A BAE Systems ganhou 5,3%.
Lisboa em máximos de há 11 anos
A bolsa nacional manteve a tendência de alta dos últimos meses e subiu mais 0,6% na semana, acumulando ganhos há 8 semanas consecutivas. Além disso, o índice PSI também fixou um novo máximo desde maio de 2014, há cerca de 11 anos.
Desta vez, foi a Galp (+5,1%) a liderar as subidas, ao beneficiar da recuperação do preço do petróleo. No ranking das subidas, destaque para o setor dos serviços públicos, com a EDP Renováveis a ganhar 4,5%, REN a valorizar 2,2% e EDP a subir 1,2%, todas a beneficiar da redução das taxas de juro, que diminuiu os custos financeiros e melhora as condições de investimento.
Nas quedas, liderou a Novabase (-11,7%), a ajustar o destaque do dividendo. A impedir maior valorização do PSI estiveram alguns títulos que têm tido melhor desempenho na bolsa em 2025 mas corrigiram na semana: Jerónimo Martins (-4,3%), Mota-Engil (-2,6%) e BCP (-2,1%), embora em todos os casos sem notícias relevantes que o justifiquem.
Números da semana
Há 11 anos
A bolsa de Lisboa acumula um ganho de 16,4% em 2025 e fechou num novo máximo desde maio de 2014, há mais de 11 anos. É, sem dúvida, um sinal muito positivo. Mas não invalida que deva diversificar bem os seus investimentos e não concentrá-los apenas na praça nacional.
-0,25%
Como era largamente esperado, e numa altura em que a inflação da zona euro dá sinais de recuo, o Banco Central Europeu (BCE) cortou pela oitava vez a taxa de juro de referência em 0,25%, colocando-a no patamar dos 2%. Espera-se agora que o BCE faça uma pausa no corte das taxas.
Top subidas
Euroapi +11,4%
Melexis +9,7%
Bayer +6,9%
Meta Platforms +6,1%
Anglo American +6,0%
Top descidas
Tesla -20,6%
Novabase -11,7%
Carrefour-9,6%
Renault -6,1%
Stellantis -5,3%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +0,7% |
EUA S&P 500 | +0,5% |
EUA Nasdaq | +0,6% |
Lisboa PSI | +0,6% |
Frankfurt DAX | +1,6% |
Londres FTSE 100 | +1,1% |
Tóquio NIKKEI 225 | -2,3% |
Variação das cotações entre 29/05/25 a 05/06/25, em moeda local.
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