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Ataques dos EUA ao Irão provocam quedas ligeiras nas bolsas

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A incerteza nas bolsas tornou-se normal e os investidores estão a habituar-se a ela.

Publicado em: 23 junho 2025
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A incerteza nas bolsas tornou-se normal e os investidores estão a habituar-se a ela.

Os confrontos entre Israel e o Irão estão a dissuadir os investidores de assumirem mais risco. 

Os ataques dos EUA agravaram a situação e aguarda-se uma possível resposta do Irão e o seu impacto no Estreito de Ormuz, importante rota de transporte de petróleo e gás, pelo que as bolsas europeias abriram em queda ligeira esta segunda-feira. 

A relutância em correr riscos é alimentada ainda pelas negociações comerciais entre os EUA e parceiros comerciais, que não parecem avançar muito. A incerteza nas bolsas tornou-se normal e os investidores estão a habituar-se a ela. Na última semana, o Stoxx Europe 600 caiu 1,5% e o S&P 500 perdeu 0,2%.

Consideradas por alguns como menos sensíveis à conjuntura, as ações tecnológicas americanas (+0,4%) conseguiram fechar no verde, com o segmento de semicondutores a subir 1,7%. A Intel ganhou 4,7% e a Nvidia valorizou 1,3%. A Apple teve um ganho semanal de 2,3%.

A subida do preço do petróleo (+3,4%) para o pico mais alto em mais de quatro meses alimenta receios de uma inflação persistente, em ambos os lados do Atlântico.

Temendo aumentos de preços nos próximos meses, a Reserva Federal manteve a sua principal taxa de juro diretora inalterada.

O sector petrolífero europeu valorizou 0,8%, graças à subida do petróleo. O envolvimento dos EUA na guerra Irão-Israel suscitou receios de uma escalada regional. A Repsol e a Shell subiram 4,5% e 1,3%. A subida do preço do petróleo pressionou o setor do transporte aéreo (-1,1%), que perde 9,9% em 2025. 

As ações de defesa (-1,5%) perderam terreno pois a guerra no Médio Oriente não está a mudar o panorama do sector nesta altura.

As farmacêuticas europeias caíram 4,9%, com a Novo Nordisk a desvalorizar 7,8%.

Lisboa com queda ligeira

Após semanas em alta, a bolsa de Lisboa recuou 0,4% na semana passada, em linha com a maioria das congéneres mundiais. A Mota-Engil (-11,2%) liderou as perdas e continua a corrigir dos fortes ganhos recentes, seguida pela Ibersol (-8%), cuja cotação sofreu o ajuste técnico relativo ao pagamento do dividendo. Outro título que ajustou ao destaque do dividendo foi o BCP (-1,8%), mas descontando esse efeito, a ação até subiu. 

Numa semana pouco fértil em notícias empresarias, a Novabase (+5,4%) recuperou parte das perdas da semana anterior e liderou os ganhos, ao subir 5,4%.
EDP Renováveis (+3,2%) e EDP (+1,8%) fecharam o pódio e continuam a recuperar após o desanuviar da incerteza em relação aos apoios às energias renováveis nos EUA. 

Números da semana

0,698 €  

Apesar de ter caído 1,8% na semana, devido ao ajuste técnico do destaque do dividendo, a cotação do BCP atingiu os 0,698 euros no fecho do dia 16 de junho, tendo mesmo rompido a barreira dos 0,70 euros durante a sessão, valor que não era atingido desde novembro de 2015. 

77 dólares       

A escalada da guerra entre Israel e o Irão, com a entrada em cena dos EUA este fim de semana, voltou a estimular o preço do petróleo, que fechou a semana nos 77 dólares por barril. O risco de o Irão bloquear o estreito de Ormuz pode sustentar os preços em alta.

Top subidas

Telecom Italia +7,8%
Bpost +6,8%
Novabase +5,4%
Intel +4,7%
Repsol +4,5% 

 

Top descidas

Euroapi -11,5%
Mota-Engil -11,2%
Renault -10,3%
Accenture -8,5%
Ibersol -8,0%
 

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 -1,5% 
EUA S&P 500 -0,2% 
EUA Nasdaq +0,2% 
Lisboa PSI -0,4% 
Frankfurt DAX -0,7% 
Londres FTSE 100 -0,9% 
Tóquio NIKKEI 225 +1,5% 

Variação das cotações entre 13/06/25 a 20/06/25, em moeda local.

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