Artigo

Risco de recessão aumenta

Bolsa de Wall Street

Os investidores estão atentos às perspetivas anunciadas para os próximos trimestres

Publicado em: 14 abril 2025
Tempo estimado de leitura: ##TIME## min.

Partilhe este artigo

Bolsa de Wall Street

Os investidores estão atentos às perspetivas anunciadas para os próximos trimestres

As bolsas recuperaram a meio da semana com a reviravolta de Trump, mas as tarifas continuam a ameaçar os lucros das empresas.

A reviravolta de Trump nas tarifas permitiu que as bolsas recuperassem a meio da semana. Os smartphones e computadores foram retirados, na sexta-feira, da lista de produtos sujeitos à tarifa de 145% imposta à China, estando agora sujeitos à taxa de 20%. Porém, ainda nada de fundamental foi resolvido.

As tarifas são ameaça aos lucros empresariais, como evidenciado pela Volkswagen VZ (-2,4%). As empresas não têm a visibilidade necessária para investir e Trump continua determinado em travar uma guerra comercial e económica com a China. 

Ainda assim, o S&P 500 e o Nasdaq subiram 5,7% e 7,3%. O próximo passo é a publicação dos resultados trimestrais das empresas, com os investidores atentos às perspetivas anunciadas para os próximos trimestres. 

As ações tecnológicas americanas subiram 9,4%, com os semicondutores a recuperarem 16,2%. A Nvidia valorizou 17,6%. A Alphabet (+7,9%) confirmou o investimento de 75 mil milhões de dólares em 2025 para aumentar as suas capacidades em data centers e IA. 

Mais dependente de setores como o farmacêutico (-5,7%, taxas alfandegárias), o energético (-6,3%, queda do petróleo) ou o automóvel (-1,8%, taxas alfandegárias), o Stoxx Europe 600 caiu 1,9%. A Stellantis desvalorizou 12,6% e liderou as quedas das empresas que acompanhamos.  

Os stocks dos fabricantes de equipamentos desportivos não ganharam com a suspensão das taxas alfandegárias nos países do Sul da Ásia, onde as suas fábricas estão localizadas. A Adidas caiu 0,2%, a Puma desceu 3,4% e a Nike recuou 5%.

O preço do petróleo caiu para cerca de 60 dólares, devido aos receios de recessão e de uma guerra comercial com a China. A Repsol caiu 11,1% e a Shell 9,2%. Beneficiando de uma maior visibilidade sobre os lucros, o sector da defesa europeu subiu 10,5%, com a BAE Systems a ganhar 9,2%. 

Lisboa em queda com a Europa 

A bolsa nacional não escapou às quedas generalizadas nas praças europeias e perdeu 1,7% na semana. Devido à descida do preço do petróleo, a Galp Energia (-11,7%) liderou as perdas, seguida dos CTT (-7,4%), que corrigiu das subidas recentes, e da EDP (-2,9%), ainda a refletir as perspetivas de menor crescimento a curto prazo.

Ao invés, a EDP Renováveis (+1,3%) fechou em alta ligeira, depois de divulgar os detalhes de pagamento do seu dividendo. 

A liderar os ganhos esteve o BCP (+7,1%), após os primeiros resultados trimestrais da banca americana terem sido bem recebidos pelo mercado. Seguiram-se a Semapa e a Altri, com ganhos de 3,3 e 2,8%, respetivamente. Ainda no setor da pasta e do papel, a Navigator subiu 0,9%. 

Números da semana

0,8819 €  

Além da queda das bolsas, outra consequência da atual guerra comercial é a significativa desvalorização do dólar americano que, num curto espaço de tempo, atingiu o seu valor mais baixo face ao euro desde o início de 2022.É mais uma preocupação para a administração americana e para quem investe nos EUA. 

3236 $    

Pelo contrário, num período de enorme incerteza e elevada volatilidade, o ouro brilha, ao beneficiar do seu estatuto de ativo refúgio. Fixou na semana passada um novo máximo histórico acima dos 3200 dólares por onça. 

Top subidas

Nvidia +17,6%
Applied Materials +14,2%
Walmart +11,6%
DEME Group +11,5%
Lockheed Martin +9,9%

Top descidas

Stellantis -12,6%
ENI -11,9%
Galp Energia -11,7%
Repsol -11,1%
Shell -9,2%
 

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 -1,9% 
EUA S&P 500 +5,7% 
EUA Nasdaq +7,3% 
Lisboa PSI -1,7% 
Frankfurt DAX -1,3% 
Londres FTSE 100 -1,1% 
Tóquio NIKKEI 225 -0,6% 

Variação das cotações entre 04/04/25 a 11/04/25, em moeda local.

O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROteste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.