A reviravolta de Trump nas tarifas permitiu que as bolsas recuperassem a meio da semana. Os smartphones e computadores foram retirados, na sexta-feira, da lista de produtos sujeitos à tarifa de 145% imposta à China, estando agora sujeitos à taxa de 20%. Porém, ainda nada de fundamental foi resolvido.
As tarifas são ameaça aos lucros empresariais, como evidenciado pela Volkswagen VZ (-2,4%). As empresas não têm a visibilidade necessária para investir e Trump continua determinado em travar uma guerra comercial e económica com a China.
Ainda assim, o S&P 500 e o Nasdaq subiram 5,7% e 7,3%. O próximo passo é a publicação dos resultados trimestrais das empresas, com os investidores atentos às perspetivas anunciadas para os próximos trimestres.
As ações tecnológicas americanas subiram 9,4%, com os semicondutores a recuperarem 16,2%. A Nvidia valorizou 17,6%. A Alphabet (+7,9%) confirmou o investimento de 75 mil milhões de dólares em 2025 para aumentar as suas capacidades em data centers e IA.
Mais dependente de setores como o farmacêutico (-5,7%, taxas alfandegárias), o energético (-6,3%, queda do petróleo) ou o automóvel (-1,8%, taxas alfandegárias), o Stoxx Europe 600 caiu 1,9%. A Stellantis desvalorizou 12,6% e liderou as quedas das empresas que acompanhamos.
Os stocks dos fabricantes de equipamentos desportivos não ganharam com a suspensão das taxas alfandegárias nos países do Sul da Ásia, onde as suas fábricas estão localizadas. A Adidas caiu 0,2%, a Puma desceu 3,4% e a Nike recuou 5%.
O preço do petróleo caiu para cerca de 60 dólares, devido aos receios de recessão e de uma guerra comercial com a China. A Repsol caiu 11,1% e a Shell 9,2%. Beneficiando de uma maior visibilidade sobre os lucros, o sector da defesa europeu subiu 10,5%, com a BAE Systems a ganhar 9,2%.
Lisboa em queda com a Europa
A bolsa nacional não escapou às quedas generalizadas nas praças europeias e perdeu 1,7% na semana. Devido à descida do preço do petróleo, a Galp Energia (-11,7%) liderou as perdas, seguida dos CTT (-7,4%), que corrigiu das subidas recentes, e da EDP (-2,9%), ainda a refletir as perspetivas de menor crescimento a curto prazo.
Ao invés, a EDP Renováveis (+1,3%) fechou em alta ligeira, depois de divulgar os detalhes de pagamento do seu dividendo.
A liderar os ganhos esteve o BCP (+7,1%), após os primeiros resultados trimestrais da banca americana terem sido bem recebidos pelo mercado. Seguiram-se a Semapa e a Altri, com ganhos de 3,3 e 2,8%, respetivamente. Ainda no setor da pasta e do papel, a Navigator subiu 0,9%.
Números da semana
0,8819 €
Além da queda das bolsas, outra consequência da atual guerra comercial é a significativa desvalorização do dólar americano que, num curto espaço de tempo, atingiu o seu valor mais baixo face ao euro desde o início de 2022.É mais uma preocupação para a administração americana e para quem investe nos EUA.
3236 $
Pelo contrário, num período de enorme incerteza e elevada volatilidade, o ouro brilha, ao beneficiar do seu estatuto de ativo refúgio. Fixou na semana passada um novo máximo histórico acima dos 3200 dólares por onça.
Top subidas
Nvidia +17,6%
Applied Materials +14,2%
Walmart +11,6%
DEME Group +11,5%
Lockheed Martin +9,9%
Top descidas
Stellantis -12,6%ENI -11,9%
Galp Energia -11,7%
Repsol -11,1%
Shell -9,2%
A semana em números
| Principais Bolsas | |
| Europa Stoxx 600 | -1,9% |
| EUA S&P 500 | +5,7% |
| EUA Nasdaq | +7,3% |
| Lisboa PSI | -1,7% |
| Frankfurt DAX | -1,3% |
| Londres FTSE 100 | -1,1% |
| Tóquio NIKKEI 225 | -0,6% |
Variação das cotações entre 04/04/25 a 11/04/25, em moeda local.
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