Depois de quase ter exigido a demissão de Jerome Powell, presidente da Fed, Trump voltou atrás, evitando um novo choque nas bolsas.
A trégua nos mercados foi também alimentada por comentários da Casa Branca sobre uma redução das tarifas na guerra comercial com a China. A notícia fez recuar o preço do ouro (-0,9%) no final da semana.
Na frente empresarial, os anúncios algo sombrios de empresas como a IBM (-2,7%), a Procter & Gamble (-5,6%) e a Nestlé (-2,5%) foram ofuscados pelos resultados positivos de empresas ligadas à tecnologia, como a SAP (+8,2%), a STMicroelectronics (+13,9%), a Alphabet (+6,8%), a Texas Instruments (+9,7%) e a Tesla (+18,1%).
De facto, os mercados foram impulsionados pelo setor tecnológico (+7,4%), que recuperou bem após algumas semanas bastante difíceis. O S&P 500 e o Nasdaq subiram 4,6% e 6,7%. O alívio das tensões nos EUA permitiu à Europa fechar no verde. O Stoxx Europe 600 ganhou, com Paris a subir 3,4% e Frankfurt 4,9%.
A desejada redução das tensões comerciais com a China favoreceu o setor dos semicondutores (+9,1%). A Intel (+5,9%) poderá reduzir a sua força de trabalho em 20% para tentar defender a rentabilidade.
O setor automóvel europeu (+6,5%) beneficiou da possível flexibilização do comércio. A Volkswagen VZ recuperou 9,2% e a Mercedes valorizou 8,7%.
O setor europeu da defesa (-3,1%) foi alvo da tomada de mais-valias, após a Thales (-7,6%) anunciar uma queda das encomendas trimestrais face a 2024 e especulações sobre o congelamento da guerra na Ucrânia.
Os setores considerados mais defensivos marcaram passo, como a alimentação e bebidas (-0,4%), as telecomunicações (-0,3%) e as empresas de serviços públicos (+0,7%).
Bolsa nacional continua em alta
Lisboa seguiu a tendência positiva das suas congéneres mundiais e ganhou 3,1%. Numa semana mais curta, com a bolsa fechada na segunda-feira, e em que não houve grandes novidades, os ganhos foram generalizados.
Apenas duas empresas nacionais fecharam no vermelho: a NOS (-10,2%), cuja cotação foi alvo de uma correção técnica referente à distribuição do dividendo de 0,40 euros por ação, no dia 24 de abril, e a Altri, que sofreu uma queda muito ligeira de apenas 0,1%.
A liderar os ganhos esteve a Mota-Engil (+8,7%), seguida dos CTT (+6,7%) e da EDP Renováveis (+6,3%). O BCP também teve uma semana muito positiva e subiu 6,1%.
Já esta segunda-feira, a Galp (+3,6%) abriu a época nacional de divulgação dos resultados trimestrais, ao anunciar uma queda de 41% do lucro recorrente no primeiro trimestre, a refletir a conjuntura mais adversa do setor.
Números da semana
-14,4%
Mesmo com a recuperação da semana passada, a bolsa de Nova Iorque ainda acumula uma perda de 14,4% (em euros) desde o início do ano. Pelo contrário, o índice europeu Stoxx Europe 600 voltou a terreno positivo na semana passada e está a subir 2,5% desde o início do ano.
-21,4%
O setor automóvel, que já enfrentava desafios significativos com a transição energética, tem sido uma das principais vítimas das tarifas impostas por Trump e acumula uma perda significativa de 21,4% (em euros) desde o início do ano. Não aconselhamos exposição a este setor.
Top subidas
Tesla +18,1%
Netflix +13,2%
Melexis +12,0%
Kion Group +10,4%
Applied Materials +10,3%
Top descidas
NOS -10,2%Thales -7,6%
Engie -6,7%
Procter & Gamble -5,6%
Verizon -4,8%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +2,8% |
EUA S&P 500 | +4,6% |
EUA Nasdaq | +6,7% |
Lisboa PSI | +3,1% |
Frankfurt DAX | +4,9% |
Londres FTSE 100 | +1,7% |
Tóquio NIKKEI 225 | +2,8% |
Variação das cotações entre 18/04/25 a 25/04/25, em moeda local.
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