A onda de choque chinesa que abalou as bolsas na segunda-feira desapareceu depressa, mas a tranquilidade não está totalmente restaurada. Levará tempo até que os investidores avaliem as implicações do surgimento da DeepSeek no mercado da Inteligência Artificial e noutros setores.
Os semicondutores (-10,3%) pagaram o preço mais alto pelo surgimento de nova concorrência na IA: Nvidia (-15,8%), STMicroelectronics (-10,2%) e Broadcom (-9,6%). Globalmente, o setor tecnológico perdeu 3% nos EUA, mas subiu 0,6% na Europa graças à ASML (+3,1%), já que o grupo holandês publicou resultados de 2024 e previsões para 2025 muito boas.
O Stoxx Europe 600 ganhou 1,8% (+6,3% desde o início do ano). Zurique valorizou 2,5%, com a Novartis e a Nestlé a progredirem 5,9% e 3,7%, respetivamente.
Nos EUA, o S&P 500 (-1%) e o Nasdaq (-1,6%) continuam a dar sinais de um início de ano mais difícil. A confirmação da aplicação de taxas alfandegárias pelos EUA aos seus parceiros comerciais fez com que os índices norte-americanos caíssem na sexta-feira e com que as praças europeias abrissem em queda esta segunda-feira.
A nível de resultados, a Meta Platforms (+6,4%), a Apple (+5,9%) e a IBM (+13,7%) foram as vencedoras da semana, ao contrário da Microsoft (-6,5%), cujos números apresentados foram mistos.
Os anúncios (esperados) das políticas monetárias por parte da Fed (manteve os juros) e do BCE (redução de 0,25% nas suas taxas) passaram para segundo plano.
Os setores mais defensivos fecharam no verde, como foram os casos do farmacêutico (+2,3%), da distribuição (+1,9%) e da alimentação e bebidas (+1,3%). Realce para a subida de 5,7% da distribuição europeia.
Lisboa em alta ligeira
O índice PSI fechou com um ganho ligeiro de 0,3% na semana passada, a beneficiar da recuperação do grupo EDP, que liderou os ganhos na bolsa nacional: EDP (+4,7%) e EDP Renováveis (+2,8%). Seguiram-se a Semapa (+2,7%) e a Ibersol (+2,4%), que mantiveram a recente tendência positiva.
Ao invés, a Mota-Engil (-3,9%) liderou as perdas, seguida da Galp Energia (-3%), que esta segunda-feira anunciou alguns dados referentes à sua atividade no último trimestre de 2024, que não apresentam grandes surpresas, apesar das quedas homólogas de 13% da produção de petróleo e de 15% da margem de refinação.
Nota final para a NOS (+1,8%) que anunciou a compra da Claranet Portugal (serviços tecnológicos) por 152 ME, com o objetivo de reforçar a oferta do grupo nesta atividade, que tem registado um bom crescimento.
Números da semana
-0,25%
Tal como era amplamente esperado, o Banco Central Europeu (BCE) cortou pela quinta vez consecutiva a sua principal taxa de juro, que está agora nos 2,75%. Com a inflação relativamente controlada, o BCE procura estimular o débil crescimento económico da zona euro.
2809,79 dólares
O ouro ganhou 1,3% na semana passada, tendo atingido um novo máximo histórico nos 2809,79 dólares por onça. A desvalorização do dólar ajuda a estimular a cotação do ouro e das commodities que são transacionadas na nota verde.
Top subidas
IBM +13,7%
Check Point +12,1%
Knorr Bremse +7,0%
Meta Platforms +6,4%
Accenture +6,2%
Top descidas
Teva Pharma -18,2%Nvidia -15,8%
Schneider Electric -9,3%
Lookheed Martin -6,8%
Intel -6,7%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +1,8% |
EUA S&P 500 | -1,0% |
EUA Nasdaq | -1,6% |
Lisboa PSI | +0,3% |
Frankfurt DAX | +1,6% |
Londres FTSE 100 | +2,0% |
Tóquio NIKKEI 225 | -0,9% |
Variação das cotações entre 24/01/25 a 31/01/25, em moeda local.
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