A divulgação de uma taxa de inflação de 2,7% nos EUA em novembro eliminou o risco da Reserva Federal não descer as taxas de juro esta semana. Porém, alguns anúncios dececionantes por parte das empresas pesaram nos índices. O S&P 500 perdeu 0,6% e o Nasdaq ganhou 0,3%, superando os 20 000 pontos durante a semana. Em 2024, acumula um ganho de 39,8% em euros.
Sensíveis às taxas de juro, as ações de tecnologia (+0,2% a nível mundial) fecharam no verde. A Alphabet (+8,6%) apresentou um chip para computação quântica e viu a sua cotação atingir um novo máximo histórico. A Apple também subiu 2,2% e Microsoft 0,8%.
Como aconteceu ao longo do ano, a Europa ficou para trás, com uma descida de 0,8% do índice Stoxx Europe 600. O esperado corte de 25 pontos base das taxas de juro de referência por parte do Banco Central Europeu não animou os mercados, embora tenha ajudado o setor automóvel (+1,9% na Europa) a registar uma semana positiva.
A esperança de um plano de estímulos para reativar o consumo na China impulsionou os construtores automóveis alemães, que estiveram em crise durante todo o ano, e o setor de bens de luxo (+1,5%). Neste último, a LVMH subiu 1,4%. No primeiro, a Volkswagen VZ valorizou 5,9%, a Mercedes subiu 5,1% e a BMW ganhou 3,8%.
A americana Oracle (-9,5%) esteve em contraciclo depois de ter divulgado vendas e lucros trimestrais abaixo das expectativas, o que penalizou o segmento de software.
Por fim, a Tesla ganhou mais 12,1% e fixou novos máximos de sempre. A General Motors (-1,6%) saiu do negócio dos táxis autónomos, abrindo caminho à Tesla. Além disso, o futuro governo dos EUA pode facilitar as regras para veículos autónomos.
Lisboa com subida ligeira
A bolsa nacional fechou com um ganho de 0,3% na semana passada, ajudada pelas subidas da Mota-Engil (+7,5%) e da Galp Energia (+3,8%), que lideraram os ganhos, com a petrolífera a continuar a beneficiar da descoberta de petróleo na Namíbia.
Igualmente em alta, a Jerónimo Martins (+1,7%) anunciou o adiamento da sua entrada na Eslováquia para o primeiro trimestre de 2025 face à previsão inicial de até ao final deste ano.
Pela negativa, destaque uma vez mais para o grupo EDP, que liderou as perdas: EDP Renováveis (-3,6%) e EDP (-2,9%), mais uma vez pressionadas pela perspetiva de menores apoios ao setor das renováveis nos EUA.
Seguiu-se a Corticeira Amorim (-2,5%), que anunciou a venda da nórdica Timberman Denmark, o que deverá gerar uma mais-valia de cerca de 14 ME nas contas da empresa.
Números da semana
-0,25%
Como se esperava, o Banco Central Europeu cortou pela quarta vez este ano a sua taxa de juro diretora em 25 pontos base, colocando-a na fasquia dos 3%. A redução da taxa de inflação e o baixo crescimento da zona euro justificam esta decisão.
2,7%
Apesar da ligeira aceleração da taxa de inflação nos Estados Unidos de 2,6% em outubro para 2,7% em novembro, o valor saiu em linha com o esperado e abre portas a um novo corte das taxas de juro americanas ainda neste mês de dezembro por parte da Reserva Federal.
Top subidas
Tesla +12,1%
Alphabet A +8,6%
Telecom Italia +8,5%
Diageo +8,1%
Mota-Engil +7,5%
Top descidas
Euroapi -32,7%Radius Recycling -6,9%
Aperam -6,4%
Kion Group -6,2%
Knorr Bremse -6,0%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -0,8% |
EUA S&P 500 | -0,6% |
EUA Nasdaq | +0,3% |
Lisboa PSI | +0,3% |
Frankfurt DAX | +0,1% |
Londres FTSE 100 | -0,1% |
Tóquio NIKKEI 225 | +1,0% |
Variação das cotações entre 6/12/24 a 13/12/24, em moeda local.
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