Os investidores continuam a avaliar os impactos da eleição de Trump para a Europa e da provável adoção de políticas mais protecionistas, o que fez recuar as bolsas. Ainda assim, o declínio foi mitigado por alguns bons resultados empresariais, como foram os casos da ASML (+2,2%), Siemens Energy (+17,9%) e Alstom (+12,5%). O Stoxx Europe 600 perdeu 0,7% e Zurique 1,4%.
Nos EUA, a tendência foi mais negativa, após a taxa de juro a 10 anos ter atingido 4,45%. Os comentários da Fed sobre uma possível moderação dos cortes de taxas geraram receios nos investidores no final da semana, com o S&P 500 a descer 2,1% e o Nasdaq a cair 3,1%.
A realização de mais-valias fez com que os semicondutores perdessem 6%. Por sua vez, as farmacêuticas americanas desvalorizaram 8,3% após a nomeação de uma figura polémica contra as vacinas para a pasta da saúde. A Eli Lilly e a Merck caíram 10,3 e 6,4%, respetivamente.
A pressão sobre o sector de bens de luxo (-1%) mantém-se, já que os recentes dados económicos chineses não trouxeram maior otimismo aos investidores em relação ao crescimento económico. A LVMH (-2%) e a Hermès (-1,6) voltaram a perder terreno.
As dificuldades ligadas à economia chinesa e as perspetivas para a economia global caso Trump introduza tarifas aduaneiras levaram a uma queda de 6,5% do sector das matérias-primas, com a Anglo American a cair 3,9%.
O setor energético recuou 2,1%, com o preço do petróleo a cair 2% devido à fraca procura. Apesar disso, a Chevron subiu 2,9%.
Lisboa contraria negativismo das bolsas
A bolsa nacional voltou a contrariar a evolução das suas congéneres mundiais e ganhou 0,6% na semana passada. Apenas três empresas fecharam em queda: Jerónimo Martins (-4,9%), BCP (-1,3%) e Galp Energia (-0,6%), mas dado o seu elevado peso no índice PSI, a subida da bolsa foi ligeira.
Realce para os resultados da Sonae (+1,4%), cujos lucros subiram 10,6% até setembro, em linha com o esperado, a beneficiar da melhoria do desempenho operacional dos principais negócios e da integração das recentes aquisições.
Por sua vez, o lucro da REN (+2,6%) caiu 12,5%, também em linha com as nossas previsões, devido à quebra das receitas no mercado interno e externo e à deterioração dos resultados financeiros.
De resto, houve poucas novidades. A EDP Renováveis (+5%) recuperou e liderou os ganhos, seguida pela Navigator (+4,9%). A Mota-Engil ganhou 1,8%, após a assinatura de novos contratos de cerca de 1400 milhões de dólares em África.
Números da semana
91 070 $
A cotação da Bitcoin superou pela primeira vez na história os 90 000 dólares, com a eleição de Donald Trump e a perspetiva de menor regulação a dar um novo impulso à cotação. Porém, a elevada volatilidade deverá manter-se.
3x
A cotação da Nvidia já mais do que triplicou desde o início do ano, tendo fixado sucessivos máximos históricos. A tecnológica americana é uma das principais responsáveis pela forte subida das bolsas norte-americanas em 2024.
Top subidas
Walt Disney +16,2%
DEME group +7,8%
Generali +7,3%
PostNL +5,2%
EDP Renováveis +5,0%
Top descidas
Agfa-Gevaert-27,9%Bayer -15,7%
Euroapi -12,2%
Applied Materials -12,1%
Radius Recycling -11,0%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -0,7% |
EUA S&P 500 | -2,1% |
EUA Nasdaq | -3,2% |
Lisboa PSI | +0,6% |
Frankfurt DAX | -0,02% |
Londres FTSE 100 | -0,1% |
Tóquio NIKKEI 225 | -2,2% |
Variação das cotações entre 08/11/24 a 15/11/24, em moeda local.
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