Artigo

Fed põe travão nas bolsas

Bolsa de Wall Street

Os comentários da Fed sobre uma possível moderação dos cortes de taxas geraram receios nos investidores

Publicado em: 18 novembro 2024
Tempo estimado de leitura: ##TIME## min.

Partilhe este artigo

Bolsa de Wall Street

Os comentários da Fed sobre uma possível moderação dos cortes de taxas geraram receios nos investidores

O impacto da reeleição de Trump continua a influenciar os investidores. Enquanto isso, Lisboa volta a contrariar a evolução das suas congéneres mundiais.

Os investidores continuam a avaliar os impactos da eleição de Trump para a Europa e da provável adoção de políticas mais protecionistas, o que fez recuar as bolsas. Ainda assim, o declínio foi mitigado por alguns bons resultados empresariais, como foram os casos da ASML (+2,2%), Siemens Energy (+17,9%) e Alstom (+12,5%). O Stoxx Europe 600 perdeu 0,7% e Zurique 1,4%. 

Nos EUA, a tendência foi mais negativa, após a taxa de juro a 10 anos ter atingido 4,45%. Os comentários da Fed sobre uma possível moderação dos cortes de taxas geraram receios nos investidores no final da semana, com o S&P 500 a descer 2,1% e o Nasdaq a cair 3,1%.

A realização de mais-valias fez com que os semicondutores perdessem 6%. Por sua vez, as farmacêuticas americanas desvalorizaram 8,3% após a nomeação de uma figura polémica contra as vacinas para a pasta da saúde. A Eli Lilly e a Merck caíram 10,3 e 6,4%, respetivamente. 

A pressão sobre o sector de bens de luxo (-1%) mantém-se, já que os recentes dados económicos chineses não trouxeram maior otimismo aos investidores em relação ao crescimento económico. A LVMH (-2%) e a Hermès (-1,6) voltaram a perder terreno. 

As dificuldades ligadas à economia chinesa e as perspetivas para a economia global caso Trump introduza tarifas aduaneiras levaram a uma queda de 6,5% do sector das matérias-primas, com a Anglo American a cair 3,9%.

O setor energético recuou 2,1%, com o preço do petróleo a cair 2% devido à fraca procura. Apesar disso, a Chevron subiu 2,9%.

Lisboa contraria negativismo das bolsas 

A bolsa nacional voltou a contrariar a evolução das suas congéneres mundiais e ganhou 0,6% na semana passada. Apenas três empresas fecharam em queda: Jerónimo Martins (-4,9%), BCP (-1,3%) e Galp Energia (-0,6%), mas dado o seu elevado peso no índice PSI, a subida da bolsa foi ligeira. 

Realce para os resultados da Sonae (+1,4%), cujos lucros subiram 10,6% até setembro, em linha com o esperado, a beneficiar da melhoria do desempenho operacional dos principais negócios e da integração das recentes aquisições.

Por sua vez, o lucro da REN (+2,6%) caiu 12,5%, também em linha com as nossas previsões, devido à quebra das receitas no mercado interno e externo e à deterioração dos resultados financeiros. 

De resto, houve poucas novidades. A EDP Renováveis (+5%) recuperou e liderou os ganhos, seguida pela Navigator (+4,9%). A Mota-Engil ganhou 1,8%, após a assinatura de novos contratos de cerca de 1400 milhões de dólares em África.

Números da semana

91 070 $ 

A cotação da Bitcoin superou pela primeira vez na história os 90 000 dólares, com a eleição de Donald Trump e a perspetiva de menor regulação a dar um novo impulso à cotação. Porém, a elevada volatilidade deverá manter-se.  

3x     

A cotação da Nvidia já mais do que triplicou desde o início do ano, tendo fixado sucessivos máximos históricos. A tecnológica americana é uma das principais responsáveis pela forte subida das bolsas norte-americanas em 2024. 

Top subidas

Walt Disney +16,2%
DEME group +7,8%
Generali +7,3%
PostNL +5,2%
EDP Renováveis +5,0%

Top descidas

Agfa-Gevaert-27,9%
Bayer -15,7%
Euroapi -12,2%
Applied Materials -12,1%
Radius Recycling -11,0%

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 -0,7% 
EUA S&P 500 -2,1% 
EUA Nasdaq -3,2% 
Lisboa PSI +0,6% 
Frankfurt DAX -0,02% 
Londres FTSE 100 -0,1% 
Tóquio NIKKEI 225 -2,2% 

Variação das cotações entre 08/11/24 a 15/11/24, em moeda local.

O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROteste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.