Os investidores ficaram mais tranquilos após a revisão em alta do valor do crescimento económico do segundo trimestre nos EUA (3% face aos 2,8% estimados anteriormente), o que diminuiu as preocupações sobre um rápido abrandamento da economia americana. Os receios sobre a inflação também baixaram após a publicação do índice CPE, pelo que está aberta a porta para o primeiro corte de taxas de juro pela Fed.
As bolsas aguardavam ainda o anúncio da Nvidia (-7,7%), gigante dos semicondutores, mas as previsões da administração dececionaram um pouco os investidores que tinham expectativas muito altas. Porém, as perspetivas em relação ao setor da inteligência artificial (IA) não nos parecem postas em causa. A Apple (+1%) e a Nvidia estão (supostamente) a negociar um investimento na OpenAI, como parte de uma nova angariação de fundos. Por seu lado, a Dell Technologies (+3,2%) aumentou as previsões de lucros anuais graças à procura dos seus servidores utilizando IA.
O Nasdaq desvalorizou 0,9%, com o setor de semicondutores a perder 4,2% devido à queda da Nvidia. A Broadcom (-2,1%), a AMD (-4,1%) e a Arm (-2%) fecharam todas no vermelho. Por sua vez, a ASML recuou 0,8%.
Menos dependente do setor tecnológico, o Stoxx Europe 600 subiu 1,3%, com Frankfurt a ganhar 1,5%. A inflação da zona euro em agosto atingiu o nível mais baixo dos últimos três anos, o que permitirá um novo corte de taxas por parte do Banco Central Europeu.
Na Europa, o setor químico (+1,4%) e as farmacêuticas (+1,4%) fecharam em alta. O preço do petróleo permanece volátil e durante a semana caiu abaixo dos 77 dólares por barril, num contexto de fraca procura. Mas o setor energético valorizou 0,4%. O clima do setor da defesa (+2%) continua favorável, com a BAE Systems (ver pág. 6) a ganhar 3,9% e a Thales a subir 2,5%.
Lisboa sobe pela terceira semana consecutiva
A bolsa nacional voltou a fechar em alta, ao ganhar 0,9% na semana passada. A Mota-Engil apresentou os números do primeiro semestre, com o lucro a subir 65% mas a ficar abaixo das elevadas expectativas do mercado, o que levou o título a descer 11,1% e a liderar as perdas.
De resto, destaque pela positiva para uma nova subida do BCP (+2,8%), que continua em máximos dos últimos 8 anos, e para a recuperação da EDP Renováveis (+3,5%), que liderou os ganhos, a beneficiar da perspetiva de corte das taxas de juro de um lado e do outro do Atlântico. Em alta estiveram também os CTT (+3,2%), embora sem notícias relevantes que o justifiquem.
Números da semana
+496,7%
Desde o mínimo histórico atingido no final de outubro de 2020, a cotação do BCP já quase sextuplicou e lidera os ganhos da bolsa de Lisboa em 2024, com uma valorização acumulada de 51,6%. O clima favorável do setor bancário é o maior responsável por esta evolução.+140,6%
Apesar da queda de 7,7% da semana passada, devido a perspetivas menos exuberantes do que o esperado, a gigante dos semicondutores Nvidia acumula uma impressionante valorização de 140,6% (em euros) desde o início do ano.
Top subidas
Intel +7,3%
VF Corp +6,6%
Adidas +5,8%
Berkshire Hat. B +5,0%
Ageas +4,0%
Top descidas
Mota-Engil -11,1%Nvidia -7,7%
Telefônica Brasil -4,4%
Tesla -2,8%
Applied Materials -2,7%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +1,3% |
EUA S&P 500 | +0,2% |
EUA Nasdaq | -0,9% |
Lisboa PSI | +0,9% |
Frankfurt DAX | +1,5% |
Londres FTSE 100 | +0,6% |
Tóquio NIKKEI 225 | +0,7% |
Variação das cotações entre 23/08/24 a 30/08/24, em moeda local.
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