A semana ficou marcada por uma boa recuperação das bolsas de ambos os lados do Atlântico, que já se tinha iniciado na semana anterior, depois do surgimento de receios sobre uma recessão nos EUA.
Os indicadores económicos americanos tranquilizaram os investidores sobre a saúde da maior economia mundial. As vendas a retalho cresceram em julho e o grupo de distribuição Walmart (+8,1%) aumentou as suas previsões. Ainda assim, este anúncio contrasta com os da McDonald's (+3,9%) e da Pepsico (+0,1%), que apontam para uma queda do volume de negócios.
O S&P 500 ganhou 3,9% e Stoxx Europe 600 subiu 2,5%. A queda na perceção de risco favoreceu o índice Nasdaq que progrediu 5,3%. O setor de semicondutores valorizou 13% graças à Nvidia (+18,9%), que publicará resultados no dia 28 . A Micron Technology ganhou 16% e a Broadcom subiu 11,8%. A Applied Materials valorizou 8,7% após prever receitas acima do esperado para o quarto trimestre. As ações europeias de tecnologia ganharam 4,6%, com a ASML (+6,2%) em destaque.
As dificuldades da economia chinesa continuam a pesar sobre o preço do petróleo (+0,5%). O setor energético subiu 1,7%, com a TotalEnergies a ganhar 1,6%.
O setor financeiro europeu valorizou 4,3%. O suíço UBS (+6,5%) publicou lucros trimestrais acima do previsto graças à banca de investimento e às poupanças associadas à fusão com o Credit Suisse. Os grandes grupos bancários viram os seus lucros ajudados pelas taxas de juro elevadas e pela resiliência das economias. A Zurich Insurance ganhou 4,4% e a Aegon 5,3%.
Lisboa acompanha ganhos do exterior
A bolsa nacional seguiu a tendência positiva das suas congéneres mundiais e ganhou 1,6% na semana passada, elevando os ganhos acumulados desde o início do ano para 4,1%, ainda assim abaixo da maioria das restantes bolsas europeias.
Apenas duas cotadas fecharam a semana em queda (EDP Renováveis: -1% e Corticeira Amorim: -0,9%). Todos as outras subiram, com destaque para o BCP (+5,2%), que liderou os ganhos, à boleia do bom momento do setor. Seguiram-se a Jerónimo Martins: +3,5%, a recuperar das quedas recentes após o anúncio de resultados sob pressão, e a Impresa (+3,5%), sem notícias relevantes.
De resto, numa altura em que a maioria dos investidores ainda está de férias e há poucas novidades a nível empresarial, realce igualmente para os ganhos de 2,7% quer do grupo de distribuição Sonae, quer da construtora Mota-Engil.
Números da semana
+44,7
O BCP lidera os ganhos da bolsa de Lisboa em 2024, com uma subida de 44,7%. As elevadas taxas de juro favorecem o setor pois aumentam a margem financeira dos bancos, o que ajudou a que o BCP tivesse uma subida do lucro semestral de 14,7% que ficou um pouco acima do que esperávamos.2,9%
Valor da taxa de inflação americana em julho, o quarto mês consecutivo de queda. Este valor, um pouco inferior ao previsto, tranquilizou os investidores e abre espaço para a Fed iniciar em breve os cortes de taxas de juro.
Top subidas
Nvidia +18,9%
Bayer +11,7%
Cisco Systems +8,8%
Applied Materials +8,7%
Ferrari +8,5%
Top descidas
VF Corp -3,0%Kraft Heinz -1,8%
Anglo American -1,8%
Procter & Gamble -1,6%
Aperam -1,4%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +2,5% |
EUA S&P 500 | +3,9% |
EUA Nasdaq | +5,3% |
Lisboa PSI | +1,6% |
Frankfurt DAX | +3,4% |
Londres FTSE 100 | +1,8% |
Tóquio NIKKEI 225 | +8,7% |
Variação das cotações entre 09/08/24 a 16/08/24, em moeda local.
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