Durante a semana, o Nasdaq recuou 2,1% e o S&P 500 cedeu 0,8%. Os primeiros resultados trimestrais apresentados pelos gigantes da tecnologia norte-americanos ficaram aquém das expectativas e levaram a mais uma semana de variações negativas nas cotações. Foram os casos da Tesla (-8,1%) e da Alphabet (-6%). Muitas destas ações (pesos pesados tecnológicos) estavam próximas dos máximos históricos após meses de subida.
O Stoxx Europe 600 registou um ganho de 0,6%, ajudado pelo setor farmacêutico (+1,4%), pelos serviços públicos (+1%) e seguros (+0,8%).
Apesar destes ganhos ligeiros, a situação na Europa não é muito diferente da dos EUA, também com resultados frequentemente dececionantes. A LVMH (-2,5%), a Nestlé (-6,2%) e o Deutsche Bank (-4,1%) apresentam resultados abaixo das expectativas. Para piorar a situação, a economia do velho continente continua a dar sinais de fraqueza.
A queda das cotações afeta todos os setores, mas sobretudo o tecnológico (-2,5%). A Intel desceu 4,9% e a Nvidia 4,1%. Em sentido oposto, os resultados da IBM (+4,6%) foram bem recebidos pelos investidores.
Um dos setores que mais regrediu esta semana foi o automóvel (-4,6%), que sofreu com a publicação de resultados e perspetivas dececionantes, especialmente da Porsche (-2,4%), da Stellantis (-13%) e da Ford. A Renault (-9,4%), por sua vez, apresentou resultados satisfatórios com uma margem operacional recorde de 8,1% no primeiro semestre, mas a sua cotação sofreu com a má performance do seu aliado japonês Nissan, que reviu em baixa a previsão de lucro devido às dificuldades no mercado norte-americano.
Em contraciclo, a Michelin (+5,3%) foi uma das poucas ações do setor a encerrar a semana em alta. A empresa francesa viu as suas vendas diminuírem no primeiro semestre, mas protegeu as suas margens vendendo os pneus a um preço mais elevado.
Bolsa portuguesa cai com perspetivas dececionantes
O PSI perdeu 2% esta semana muito por culpa da Jerónimo Martins (-21,4%) e Altri (-6,7%), cujas apresentações semestrais dececionaram os investidores. No caso da dona do Pingo Doce, os lucros semestrais caíram 29% face ao mesmo período de 2023 e ficaram um pouco abaixo do esperado. A margem EBITDA passou de 6,9% para 6,4%, e segundo consta no relatório, a pressão sobre a mesma pode ser ainda maior no segundo semestre. O aumento dos juros suportados foi outra das causas da degradação dos resultados.
Já a Altri até teve um crescimento homólogo das vendas de 122%, mas a expectativa de correção de preços da pasta de papel nos próximos meses e o aumento das dúvidas em relação ao megaprojeto industrial na Galiza não agradaram aos investidores. Ainda assim, a ação ganha 8,9% desde o início do ano.
A REN (-0,2%) apresentou uma queda de 22,9% dos resultados semestrais que, ainda assim, caíram menos do que esperávamos.
Em sentido oposto, a EDPR (+3,5%), a EDP (+3,3%), a Mota-Engil (+2,7%) e o grupo CTT (+2,5%), tiveram ganhos relevantes e ajudaram a que o índice não afundasse ainda mais.
Números da semana
2,43 mil milhões €
Foi quanto caiu a capitalização bolsista da Jerónimo Martins a semana passada. Esta variação atira o valor total da empresa para baixo dos 10 mil milhões de euros. Algo que já não acontecia desde 2021.-4,3%
O mercado de petróleo continua volátil e, esta semana, a cotação do barril caiu mais 4,3% (a tendência tem sido de descida desde o início do mês). Desta feita, a principal razão é a expectativa de enfraquecimento da procura proveniente da China.
Top subidas
Lockheed Martin +10,5%
Euroapi +10,0%
Radius Recycling A +9,1%
Check Point Sftw.Techs. +7,2%
Harley-Davidson +6,4%
Top descidas
Jeronimo Martins -21,4%Stellantis -13,0%
Renault -9,4%
Tesla -8,1%
Paccar -7,9%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +0,6% |
EUA S&P 500 | -0,8% |
EUA Nasdaq | -2,1% |
Lisboa PSI | -2,0% |
Frankfurt DAX | +1,4% |
Londres FTSE 100 | +1,6% |
Tóquio NIKKEI 225 | -6,0% |
Variação das cotações entre 19/07/24 a 26/07/24, em moeda local.
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