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BCE corta taxas de juro diretoras

Publicado em:  07 junho 2024
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BCE reduziu a sua principal taxa diretora, o que permitiu às bolsas europeias fecharem a semana no verde.

Pela primeira vez em cinco anos, o BCE reduziu a sua principal taxa diretora em 0,25%, graças, segundo a instituição, à melhoria das perspetivas para a inflação. Ainda assim, como esta continua longe da meta dos 2%, o BCE teve o cuidado de não dar indicações sobre os próximos passos. Embora esperado, este anúncio permitiu às bolsas europeias fecharem no verde, com o Stoxx Europe 600 a subir 1,6%. Amesterdão valorizou 2%, estimulada pela ASML (+8,7%) e Zurique subiu 3%, graças à Roche (+4,3%).

Nos EUA, os números do emprego sugerem uma redução das tensões, o que aumenta as hipóteses de um corte das taxas em breve. O S&P 500 subiu 2,2% e fixou um novo máximo histórico, com as taxas de juro de longo prazo a baixarem para os 4,29% (a 10 anos). As novidades no setor de semicondutores (+5,7%) impulsionaram o Nasdaq (+2,6%) e as empresas de tecnológicas (+3,4%).

Na feira de informática Computex, em Taiwan, vários grandes empresas revelaram os seus mais recentes desenvolvimentos. A Nvidia (+9,5%) indicou que a sua próxima família de chips para ferramentas de inteligência artificial (IA), denominada Rubin, será implementada em 2026 e que planeia lançar uma nova família de chips de IA todos os anos. A cotação atingiu um novo recorde.

A Intel (+0,8%) apresentou as versões mais recentes dos processadores para servidores de computador, Xeon, e a nova geração de chips para portáteis, Lunar Lake. Anunciou ainda que receberá 11 mil milhões da Apollo, em troca de 49% da sua nova unidade de produção de semicondutores na Irlanda.

O preço do petróleo recuou para valores abaixo dos 80 dólares por barril, pressionado por sinais de aumento da oferta global a partir do final deste ano e em 2025, ao passo que as perspetivas para a procura continuam pouco claras. O setor energético desvalorizou 1,5%, com a Chevron a perder 1,5% e a Repsol a descer 1,9%.

Lisboa em contraciclo

A bolsa de Lisboa não seguiu a tendência positiva das suas congéneres mundiais e perdeu 0,4% última semana, reduzindo os ganhos acumulados em 2024 para 6,5%.

Numa semana sem grandes novidades, a Novabase (-12%) foi a ação que mais caiu, com a cotação a ajustar ao destaque do dividendo a ser distribuído de 1,79 euros por ação. Seguiu-se a Mota-Engil, com uma descida de 3,5%, apesar da construtora ter assegurado um novo contrato de 135 ME no Brasil, que reforça a sua presença na América latina.

Pela positiva, a EDP (+2,4%), que liderou os ganhos, e a REN (+0,4%) beneficiaram da decisão do BCE de cortar as taxas de juro.

Números da semana

-0,25%

Como se previa, o BCE cortou pela primeira vez desde 2019 a sua principal taxa de juro diretora em 25 pontos base, para os 4,25%, embora não se tenha comprometido com novos cortes para o futuro. 

1/10

A partir de segunda-feira, dia 10, os acionistas da Nvidia, que passou a ser a segunda empresa mais valiosa do mundo depois de ultrapassar a Apple, irão receber mais 9 ações por cada uma detida (stock split de 1 para 10). A cotação ajustará para um décimo do valor, por forma a ficar tudo igual para os acionistas. O objetivo é aumentar a liquidez bolsista do título.

Top subidas

VF Corp +10,1%
Nvidia +9,5%
ASML Holding +8,7%
Autodesk +8,0%
Euroapi +6,6% 

Top descidas

Novabase -12,0%
Solvay -9,9%
Radius Recycling -5,4%
GlaxoSmithKline-5,2%
Soc. Générale -5,0% 

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 +1,6% 
EUA S&P 500 +2,2% 
EUA Nasdaq +2,6% 
Lisboa PSI -0,4% 
Frankfurt DAX +0,8% 
Londres FTSE 100 +0,7% 
Tóquio NIKKEI 225 +1,7% 

 

Variação das cotações entre 30/05/24 a 06/06/24, em moeda local.

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