Artigo

Quando ocorrerá o corte das taxas?

Publicado em:  08 abril 2024
Tempo estimado de leitura: ##TIME## min.

Partilhe este artigo

A incerteza quanto ao calendário do corte de taxas por parte da Reserva Federal levou ao fecho negativo nos mercados bolsistas.

Os mercados bolsistas fecharam negativos na semana passada, com uma queda de 1,2% para o Stoxx Europe 600 e de 1% para o S&P 500. A bolsa de Zurique perdeu 2% enquanto Tóquio desceu 3,4%.

Mas, afinal, o que “assustou” as bolsas? Foi a incerteza quanto ao calendário do corte de taxas por parte da Reserva Federal (Fed). A economia americana permanece forte, apesar dos juros elevados e do aumento do preço das matérias-primas, o que pode dissuadir a Fed de reduzir rapidamente o preço do dinheiro. O seu presidente afirmou que, apesar de não ter pressa em baixar os juros, este é o cenário central, mas há outros membros da instituição menos afirmativos.

O relatório mensal sobre o emprego nos EUA, divulgado na sexta-feira, alimentou os receios de taxas elevadas durante mais tempo e implicou um aumento das taxas de juro de mercado americanas a 10 anos para 4,4%, face aos 4% do início de março e aos 3,8% do início de 2024.

O preço do petróleo (+4,7%) atingiu os 91,55 dólares por barril, na sequência do ataque aéreo israelita à embaixada iraniana em Damasco, aumentando as tensões. Um ataque de drones ucranianos também atingiu uma grande refinaria na Rússia.

O setor petrolífero subiu 4,5% na Europa, com a TotalEnergies (+5,2%) a fixar um novo máximo histórico e a Shell (+5,2%) a estreitar várias das metas de desempenho do primeiro trimestre para o topo do intervalo já previsto.

A subida dos preços das matérias-primas originou uma subida de 3,2% do setor, com a Anglo American a valorizar 7%.

As empresas de semicondutores (-1,9%) foram penalizadas pela subida das taxas de longo prazo e pelas más notícias sobre a atividade da Intel (-12,4%). O setor está quase inalterado desde o início de março, após a forte progressão no início do ano.

Lisboa não escapa à maré vermelha

A bolsa nacional caiu 1% na semana, em linha com as suas congéneres mundiais. Com a subida das taxas de juro de mercado, a EDP Renováveis (-4,3%) e a EDP (-3,3%) voltaram a liderar as perdas.

Seguiram-se a Jerónimo Martins (-2,8%), ainda afetada pela perspetiva de um 2024 mais desafiante, e a Mota-Engil (-2,6%), que manteve a correção das últimas semanas. O setor de media também fechou no vermelho, com a Impresa e a Cofina a recuarem 1,7 e 1,4%, respetivamente.

Pela positiva, os CTT (+3,8%) lideraram os ganhos e mantiveram a recuperação iniciada após a divulgação dos resultados anuais, seguidos pela Galp (+2,6%), que beneficiou da subida do preço do petróleo.

Números da semana

7,30 €

O perito independente nomeado pela CMVM, Ernest & Young, fixou em 7,30 euros por ação a contrapartida mínima a oferecer na OPA sobre a GreenVolt, um euro abaixo da oferta de 8,30 euros da americana KKR. A operação deverá arrancar depois do final de maio. 

+8,5%

Subida do setor das matérias-primas no último mês. A queda esperada das taxas de juro, a tímida melhoria da atividade na China e o vigor da economia norte-americana, podem reavivar a procura de matérias-primas, como o cobre, o alumínio ou o minério de ferro.

Top subidas

Meta Platforms +8,6%
Solvay +8,1%
Anglo American +7,0%
Renault +6,1%
ENI +5,9% 

Top descidas

Intel-4,9% ACS -12,4%
VF Corp -10,3%
Ralph Lauren -8,4%
Stellantis -6,6%
Tesla -6,2%

 

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 -1,2% 
EUA S&P 500 -1,0% 
EUA Nasdaq -0,8% 
Lisboa PSI -1,0% 
Frankfurt DAX -1,7% 
Londres FTSE 100 -0,5% 
Tóquio NIKKEI 225 -3,4% 

 

Variação das cotações entre 29/03/24 a 05/04/24, em moeda local.

O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROteste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.