Os mercados bolsistas fecharam negativos na semana passada, com uma queda de 1,2% para o Stoxx Europe 600 e de 1% para o S&P 500. A bolsa de Zurique perdeu 2% enquanto Tóquio desceu 3,4%.
Mas, afinal, o que “assustou” as bolsas? Foi a incerteza quanto ao calendário do corte de taxas por parte da Reserva Federal (Fed). A economia americana permanece forte, apesar dos juros elevados e do aumento do preço das matérias-primas, o que pode dissuadir a Fed de reduzir rapidamente o preço do dinheiro. O seu presidente afirmou que, apesar de não ter pressa em baixar os juros, este é o cenário central, mas há outros membros da instituição menos afirmativos.
O relatório mensal sobre o emprego nos EUA, divulgado na sexta-feira, alimentou os receios de taxas elevadas durante mais tempo e implicou um aumento das taxas de juro de mercado americanas a 10 anos para 4,4%, face aos 4% do início de março e aos 3,8% do início de 2024.
O preço do petróleo (+4,7%) atingiu os 91,55 dólares por barril, na sequência do ataque aéreo israelita à embaixada iraniana em Damasco, aumentando as tensões. Um ataque de drones ucranianos também atingiu uma grande refinaria na Rússia.
O setor petrolífero subiu 4,5% na Europa, com a TotalEnergies (+5,2%) a fixar um novo máximo histórico e a Shell (+5,2%) a estreitar várias das metas de desempenho do primeiro trimestre para o topo do intervalo já previsto.
A subida dos preços das matérias-primas originou uma subida de 3,2% do setor, com a Anglo American a valorizar 7%.
As empresas de semicondutores (-1,9%) foram penalizadas pela subida das taxas de longo prazo e pelas más notícias sobre a atividade da Intel (-12,4%). O setor está quase inalterado desde o início de março, após a forte progressão no início do ano.
Lisboa não escapa à maré vermelha
A bolsa nacional caiu 1% na semana, em linha com as suas congéneres mundiais. Com a subida das taxas de juro de mercado, a EDP Renováveis (-4,3%) e a EDP (-3,3%) voltaram a liderar as perdas.
Seguiram-se a Jerónimo Martins (-2,8%), ainda afetada pela perspetiva de um 2024 mais desafiante, e a Mota-Engil (-2,6%), que manteve a correção das últimas semanas. O setor de media também fechou no vermelho, com a Impresa e a Cofina a recuarem 1,7 e 1,4%, respetivamente.
Pela positiva, os CTT (+3,8%) lideraram os ganhos e mantiveram a recuperação iniciada após a divulgação dos resultados anuais, seguidos pela Galp (+2,6%), que beneficiou da subida do preço do petróleo.
Números da semana
7,30 €
O perito independente nomeado pela CMVM, Ernest & Young, fixou em 7,30 euros por ação a contrapartida mínima a oferecer na OPA sobre a GreenVolt, um euro abaixo da oferta de 8,30 euros da americana KKR. A operação deverá arrancar depois do final de maio.+8,5%
Subida do setor das matérias-primas no último mês. A queda esperada das taxas de juro, a tímida melhoria da atividade na China e o vigor da economia norte-americana, podem reavivar a procura de matérias-primas, como o cobre, o alumínio ou o minério de ferro.
Top subidas
Meta Platforms +8,6%
Solvay +8,1%
Anglo American +7,0%
Renault +6,1%
ENI +5,9%
Top descidas
Intel-4,9%
ACS -12,4%
VF Corp -10,3%
Ralph Lauren -8,4%
Stellantis -6,6%
Tesla -6,2%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -1,2% |
EUA S&P 500 | -1,0% |
EUA Nasdaq | -0,8% |
Lisboa PSI | -1,0% |
Frankfurt DAX | -1,7% |
Londres FTSE 100 | -0,5% |
Tóquio NIKKEI 225 | -3,4% |
Variação das cotações entre 29/03/24 a 05/04/24, em moeda local.
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