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Inflação americana condiciona bolsas

Publicado em:  15 abril 2024
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A inflação nos EUA continua difícil de baixar. O aumento das tensões no Médio Oriente também penalizou as bolsas.

Os últimos dados da inflação nos EUA provavelmente adiaram os cortes de taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed). Além disso, o aumento das tensões no Médio Oriente penalizou as bolsas, com o S&P 500 a perder 1,6% e o Stoxx Europe 600 a descer 0,3%, apesar de também ter havido algumas praças a fechar positivas.

A inflação nos EUA continua rígida e difícil de baixar mais, pelo que o cenário de três cortes de taxas este ano, por parte da Fed, é agora menos provável. As taxas americanas a 10 anos, que são uma referência para os investidores, voltaram a subir nas últimas semanas, fixando-se em 4,52%.

Como se previa, o Banco Central Europeu manteve as suas taxas diretoras e abriu as portas para um primeiro corte em junho se a desaceleração dos preços se confirmar. Tendo beneficiado de taxas elevadas nos últimos meses, a banca europeia caiu 3,2%, com o UBS a recuar 6,5%, já que poderá ter de fazer um aumento de capital.

O setor tecnológico (-0,1%) fechou perto da linha de água, com a Alphabet a subir 3,4% e a Melexis a ganhar 1,1%. A Apple saltou 4,1% após o anúncio da integração de inteligência artificial nos seus novos Mac.

O preço do petróleo superou os 90 dólares por barril, estimulado pelas tensões no Médio Oriente entre Israel e o Irão, que é o terceiro maior produtor de petróleo da OPEP. O setor energético caiu 0,6%, apesar da Shell ter ganho 6,2%.

A perspetiva de uma economia global mais dinâmica e de uma procura de metais mais firme permitiu um aumento de 2,4% do setor europeu de matérias-primas. A Anglo American subiu 5,4%. Ao invés, a Radius Recycling (-13,6%) continua a sofrer após os resultados trimestrais dececionantes.

Lisboa liderou os ganhos

Ao contrário do que tem sido habitual este ano, a bolsa de Lisboa (+1,9%) foi a que mais subiu na semana passada, graças à recuperação do grupo EDP (EDP Renováveis: +9,3% e EDP: +3,6%) e aos novos máximos desde outubro de 2018 fixados pela Galp Energia (+4,5%), a beneficiar da subida do preço do petróleo e da elevada margem de refinação anunciada já esta segunda-feira no seu trading update.

Os CTT (+3%) também mantiveram a toada positiva encetada após o anúncio das contas anuais, ao passo que a GreenVolt (+1,8%) viu a sua cotação ajustar para o preço da OPA, o que nos levou a alterar o conselho do título.

Do lado oposto, a Mota-Engil (-5,1%) liderou as perdas, mas ainda acumula um ganho de 12,4% desde o início do ano. 

Números da semana

12 dólares

A Galp teve uma margem de refinação (12 dólares por barril), acima do esperado, no primeiro trimestre. Ao invés, a produção de petróleo recuou 4% e as vendas de produtos petrolíferos caíram 5%. A empresa apresentará resultados trimestrais a 30 de abril.  

9240 dólares

O preço do cobre está a recuperar e atingiu os 9240 dólares por tonelada face aos 8000 de fevereiro. O metal vermelho está a beneficiar de uma economia chinesa ligeiramente mais dinâmica e dos enormes investimentos em inteligência artificial.

Top subidas

EDP Renováveis +9,3%
Solvay +7,9%
Shell +6,2%
Anglo American +5,4%
Atenor +5,2%

Top descidas

Radius Recycling -13,6%
VF Corp -12,0%
Zoetis -9,6%
BBVA -8,7%
Intel -7,8%

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 -0,3% 
EUA S&P 500 -1,6% 
EUA Nasdaq -0,5% 
Lisboa PSI +1,9% 
Frankfurt DAX -1,4% 
Londres FTSE 100 +1,1% 
Tóquio NIKKEI 225 +1,4% 

 

Variação das cotações entre 05/04/24 a 12/04/24, em moeda local.

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