Os últimos dados da inflação nos EUA provavelmente adiaram os cortes de taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed). Além disso, o aumento das tensões no Médio Oriente penalizou as bolsas, com o S&P 500 a perder 1,6% e o Stoxx Europe 600 a descer 0,3%, apesar de também ter havido algumas praças a fechar positivas.
A inflação nos EUA continua rígida e difícil de baixar mais, pelo que o cenário de três cortes de taxas este ano, por parte da Fed, é agora menos provável. As taxas americanas a 10 anos, que são uma referência para os investidores, voltaram a subir nas últimas semanas, fixando-se em 4,52%.
Como se previa, o Banco Central Europeu manteve as suas taxas diretoras e abriu as portas para um primeiro corte em junho se a desaceleração dos preços se confirmar. Tendo beneficiado de taxas elevadas nos últimos meses, a banca europeia caiu 3,2%, com o UBS a recuar 6,5%, já que poderá ter de fazer um aumento de capital.
O setor tecnológico (-0,1%) fechou perto da linha de água, com a Alphabet a subir 3,4% e a Melexis a ganhar 1,1%. A Apple saltou 4,1% após o anúncio da integração de inteligência artificial nos seus novos Mac.
O preço do petróleo superou os 90 dólares por barril, estimulado pelas tensões no Médio Oriente entre Israel e o Irão, que é o terceiro maior produtor de petróleo da OPEP. O setor energético caiu 0,6%, apesar da Shell ter ganho 6,2%.
A perspetiva de uma economia global mais dinâmica e de uma procura de metais mais firme permitiu um aumento de 2,4% do setor europeu de matérias-primas. A Anglo American subiu 5,4%. Ao invés, a Radius Recycling (-13,6%) continua a sofrer após os resultados trimestrais dececionantes.
Lisboa liderou os ganhos
Ao contrário do que tem sido habitual este ano, a bolsa de Lisboa (+1,9%) foi a que mais subiu na semana passada, graças à recuperação do grupo EDP (EDP Renováveis: +9,3% e EDP: +3,6%) e aos novos máximos desde outubro de 2018 fixados pela Galp Energia (+4,5%), a beneficiar da subida do preço do petróleo e da elevada margem de refinação anunciada já esta segunda-feira no seu trading update.
Os CTT (+3%) também mantiveram a toada positiva encetada após o anúncio das contas anuais, ao passo que a GreenVolt (+1,8%) viu a sua cotação ajustar para o preço da OPA, o que nos levou a alterar o conselho do título.
Do lado oposto, a Mota-Engil (-5,1%) liderou as perdas, mas ainda acumula um ganho de 12,4% desde o início do ano.
Números da semana
12 dólares
A Galp teve uma margem de refinação (12 dólares por barril), acima do esperado, no primeiro trimestre. Ao invés, a produção de petróleo recuou 4% e as vendas de produtos petrolíferos caíram 5%. A empresa apresentará resultados trimestrais a 30 de abril.9240 dólares
O preço do cobre está a recuperar e atingiu os 9240 dólares por tonelada face aos 8000 de fevereiro. O metal vermelho está a beneficiar de uma economia chinesa ligeiramente mais dinâmica e dos enormes investimentos em inteligência artificial.
Top subidas
EDP Renováveis +9,3%
Solvay +7,9%
Shell +6,2%
Anglo American +5,4%
Atenor +5,2%
Top descidas
VF Corp -12,0%
Zoetis -9,6%
BBVA -8,7%
Intel -7,8%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -0,3% |
EUA S&P 500 | -1,6% |
EUA Nasdaq | -0,5% |
Lisboa PSI | +1,9% |
Frankfurt DAX | -1,4% |
Londres FTSE 100 | +1,1% |
Tóquio NIKKEI 225 | +1,4% |
Variação das cotações entre 05/04/24 a 12/04/24, em moeda local.
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