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Menor inflação confirma que taxas de juro vão descer

Publicado em:  04 março 2024
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A inflação da zona euro desceu para 2,6% em fevereiro. Também nos EUA, a inflação recuou. São números que validam uma possível redução das taxas de juro.

A macroeconomia voltou ao centro das atenções após várias semanas dedicadas aos resultados anuais das empresas. A inflação da zona euro desacelerou para 2,6% em fevereiro face a 2,8% em janeiro e, nos EUA, a inflação (excluindo energia e alimentação) também recuou ligeiramente face a janeiro. São números que validam o cenário de redução das taxas de juro por parte dos bancos centrais nos próximos meses. Porém o momento dos cortes é incerto, o que pode originar alguma volatilidade e a realização de mais-valias.

As bolsas americanas continuam a beneficiar do clima económico favorável. O S&P ganhou 1% e o Nasdaq subiu 1,7%. Na Europa, o Stoxx Europe 600 valorizou apenas 0,1%, com um fraco desempenho dos setores mais defensivos, como o alimentar (-2,4%) e o farmacêutico (-0,7%). Amsterdão recuou 0,1% e Paris desceu 0,4%. A bolsa de Frankfurt (+1,8%) teve uma boa subida, com a Mercedes a ganhar 3,4%.

Aproveitando o apetite pelo risco, o setor de semicondutores ganhou 4,7% na semana. A Nvidia valorizou 4,4% e a Texas Instruments subiu 4,5%. O setor tecnológico, no seu todo, progrediu 1,6%. Em alta esteve igualmente o setor automóvel (+3,2%).

As petrolíferas fecharam inalteradas, com a Repsol a subir 0,9% e a Chevron a cair 1,2%.

Nota final para a bitcoin (+23,1%), que superou os 63.000 dólares, a beneficiar do lançamento de ETFs nos EUA, que facilitam o investimento nesta criptomoeda.

Lisboa em terreno negativo

Depois de duas semanas em alta, a bolsa de Lisboa (-0,7%) voltou às perdas na semana passada, apesar de nenhuma empresa ter registado quedas significativas.

A nível de resultados, a EDP Renováveis (-2,4%) desiludiu ao apresentar uma queda dos lucros de 50%, abaixo do esperado, penalizada, entre outros fatores, pela descida dos preços da eletricidade. Por sua vez, os lucros da EDP (-1%) cresceram 40% em 2023 mas também ficaram abaixo do esperado devido a imparidades não recorrentes no Brasil, Colômbia e Portugal.

O BCP caiu 2,9%, apesar de ter anunciado um forte aumento dos lucros em 2023 que superou o esperado e de ter anunciado a distribuição de 30% dos lucros.

Pela positiva, destacou-se novamente a Mota-Engil (+5,8%), que apresenta os resultados do ano passado esta terça-feira. Seguiram-se a Novabase (+3,6%), ainda a beneficiar do bom momento do setor e do anúncio de um dividendo generoso, e a Cofina, que está a aproveitar as boas audiências da CMTV neste início de ano.

Números da semana

5,80 €

A Mota-Engil continua a sua escalada impressionante e a bater sucessivos máximos desde 2014, a beneficiar da expectativa de bons resultados em 2023, que serão apresentados esta terça-feira, dia 5 de março. 

5137,08

Novo máximo histórico fixado pelo principal índice bolsista norte-americano, o S&P 500, no fecho da semana passada. A boa saúde da economia, os resultados positivos das empresas, o boom da inteligência artificial e a expectativa de cortes das taxas de juro justificam esta evolução.

Top subidas

Kion Group +12,2%
DEME Group +9,7%
Applied Materials +6,6%
Vodafone Group +6,4%
Mota-Engil +5,8%
 

Top descidas

Euroapi -41,3%
Radius Recycling -11,6%
Enagas -8,1%
Carrefour -6,5%
Alphabet C -5,0%

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 +0,1% 
EUA S&P 500 +1,0% 
EUA Nasdaq +1,7% 
Lisboa PSI -0,7% 
Frankfurt DAX +1,8% 
Londres FTSE 100 -0,3% 
Tóquio NIKKEI 225 +2,1% 

 

Variação das cotações entre 23/02/24 a 01/03/24, em moeda local.

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