Os bons resultados e a previsão de receitas e de rentabilidade acima do esperado para o trimestre atual por parte da americana Nvidia (+8,5%; texto na pág. 8) estimularam os índices bolsistas, que fixaram novos recordes. Foi o caso do Stoxx Europe 600 (+1,2%), CAC 40 (+2,6%), DAX 30 (+1,8%), S&P 500 (+1,7%) e Nikkei (+1,6%). As expectativas sobre a inteligência artificial e o seu impacto na economia parecem ilimitadas aos olhos dos investidores. Estas boas notícias relegaram temporariamente para segundo plano as incertezas sobre o ritmo dos cortes de taxas de juro por parte dos bancos centrais.
As tecnológicas ganharam 1,6% (+45,9% no último ano, em euros) graças à Nvidia que impulsionou o setor nos EUA (+1,8%). As de semicondutores subiram 4,6% e elevaram os ganhos dos 12 meses para 78,7% (em euros). A Texas Instruments valorizou 2,1%.
Na Europa, as empresas químicas (+3,2%) e os construtores automóveis (+3,3%) fecharam no verde, a beneficiar dos bons resultados empresariais apresentados.
Ao invés, o setor europeu de alimentação e bebidas caiu 0,1%, após resultados pouco encorajadores da Nestlé (-1,9%) e da Danone (-1%). Já os números da Kraft Heinz (+3,6%) e da Unilever (+4%) foram mistos, mas os da Coca Cola (+3%) foram mais tranquilizadores. Para 2024, os grupos deste setor permanecem cautelosos. Os aumentos de preços estão a abrandar, os volumes continuam frágeis e as empresas procuram manter a rentabilidade através do aumento da produtividade, apesar dos elevados custos de marketing e de inovação para produtos mais saudáveis.
Lisboa com ganhos ligeiros
A bolsa de Lisboa (+0,7%) fechou em alta pela segunda semana consecutiva, acompanhando a tendência positiva do exterior. A liderar os ganhos estiveram de novo a Mota-Engil (+4,4%) e o BCP (+4,1%) que irá anunciar resultados hoje após o fecho do mercado. Seguiu-se a Corticeira Amorim (+3,8%), que apresentou uma queda de 9,7% dos lucros face a 2022, devido à quebra das vendas e a um maior nível de impostos. Ainda assim, vai manter o dividendo de 0,20 euros por ação dos dois anos anteriores.
Por sua vez, a Navigator (-3,6%) anunciou uma redução dos lucros anuais de 30%, apesar de ter obtido o segundo melhor resultado da sua história.
A penalizar o índice PSI, esteve o grupo EDP, que anuncia resultados esta semana. A EDP Renováveis recuou 5,8% e liderou as perdas, ao passo que a EDP desceu 1,2%.
Números da semana
17 419
Apesar das dificuldades da economia alemã, Frankfurt, a principal bolsa continental da Europa fechou a semana a fixar um novo recorde. As perspetivas de um abrandamento económico ligeiro e temporário continuam a não fazer mossa nos mercados.
788,17 USD
Cotação de fecho da Nvidia na semana passada, que representa também um novo máximo histórico. O título foi impulsionado pela apresentação de resultados e estimativas muito acima do esperado, devido à elevada procura pelos seus processadores para a inteligência artificial.
Top subidas
Air Liquide +10,8%Nvidia +8,5%
Carrefour +7,9%
Repsol +7,2%
Adidas +7,1%
Top descidas
Agfa-Gevaert -11,1%
Atenor -8,0%
EDP Renováveis-5,8%
ArcelorMittal -5,1%
Radius Recycling -4,2%
A semana em números
| Principais Bolsas | |
| Europa Stoxx 600 | +1,2% |
| EUA S&P 500 | +1,7% |
| EUA Nasdaq | -1,4% |
| Lisboa PSI | +0,7% |
| Frankfurt DAX | +1,8% |
| Londres FTSE 100 | -0,1% |
| Tóquio NIKKEI 225 | +1,6% |
Variação das cotações entre 16/02/24 a 23/02/24, em moeda local.
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