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Subida da inflação não condiciona bolsas

Publicado em:  15 janeiro 2024
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Nos Estados Unidos, a inflação registada em dezembro foi acima das previsões, o que não afetou as bolsas que, na generalidade, valorizaram.

A inflação de dezembro nos EUA (3,4%) saiu acima das previsões (3,2%) e subiu face a novembro (3,1%). Ainda assim, o processo de desinflação em curso não está em causa e não alterou o cenário de corte das taxas de juros este ano. A reação a estes números até foi positiva, com o S&P 500 a ganhar 1,8% e o Nasdaq a subir 3,1%. Na Europa, o Stoxx Europe 600 valorizou apenas 0,1%, apesar do setor tecnológico europeu ter ganho 1,9%. A Microsoft (+5,6%) tornou-se a maior capitalização do mundo, na semana passada, ultrapassando a Apple (+2,6%).

Ao superar os 35 mil pontos, o Nikkei (+6,6%) atingiu novo máximo desde 1990 e acumula uma subida de 34,5% no último ano. A bolsa nipónica beneficia do otimismo sobre a economia japonesa e o dinamismo asiático. A praça japonesa faz parte das nossas carteiras de fundos.

O setor financeiro europeu caiu 0,8%. O Deutsche Bank (-4,5%) e o Société Générale (-4,2%) fecharam no vermelho depois de a financeira Kepler Cheuvreux ter sido cautelosa quanto às perspetivas dos dois bancos e o Qatar ter reduzido a participação no Barclays (-6,5%).

O petróleo está perto dos 80 dólares por barril, com a situação no Médio Oriente a deteriorar-se. Contudo, o setor energético caiu 1,4%. Nos EUA, a Chesapeake Energy Corp. (+4,6%) comprou a Southwestern Energy (+2%) por 7,4 mil milhões de dólares. O setor do transporte aéreo (-1,3%) foi pressionado após o acidente sofrido pela Alaska Airlines (-7,3%) com o seu Boeing 737 Max. A Boeing caiu 12,6% na semana, enquanto a sua concorrente Airbus ganhou 6,8% e passa a estar no quadro das ações. Mantenha-se afastado deste setor.

Nota final para a Bpost (-11,7%), que liderou as perdas, após ter sido alvo de uma recomendação negativa de investimento.

Lisboa na linha de água

A bolsa nacional fechou com um ganho muito ligeiro de 0,1% na semana passada. As duas empresas que mais subiram em 2023 lideraram os ganhos na semana, com o BCP a subir 5,2% e a Mota-Engil a ganhar 3,5%. Pela positiva, realce ainda para as valorizações de 3,2% da Galp Energia, após o anúncio de uma descoberta de petróleo ao largo da Namíbia, e de 2,2% dos CTT.

Pelo contrário, a Jerónimo Martins (-5,8%) liderou as perdas, após divulgar uma subida de 20,6% das suas vendas preliminares em 2023, o que está em linha com as nossas previsões, mas reflete um abrandamento do crescimento no quarto trimestre.

Igualmente em queda esteve a EDP Renováveis (-3,8%) face à incerteza quanto ao timing de descida das taxas de juro. 

Números da semana

30,6 mil milhões de euros 

Valor das vendas da Jerónimo Martins em 2023. Um recorde que representa uma subida de 20,6% face a 2022. Todas as marcas contribuíram positivamente para este desempenho mas os mercados externos (Polónia e Colômbia) continuam a ser os mais dinâmicos. 

4783,83

Valor de fecho do S&P 500 na semana passada, que representa um novo máximo desde janeiro de 2022 e está apenas 0,3% abaixo do seu recorde histórico, fixado nesse mesmo mês.

 

Top subidas

Euroapi +8,3%
Airbus +6,8%
Amazon.com +6,5%
Meta Platforms +6,4%
Accenture +5,9%
 

Top descidas

Bpost -11,7%
Tesla -7,8%
Solvay -7,7%
Agfa-Gevaert -5,9%
Jerónimo Martins -5,8%

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 +0,1% 
EUA S&P 500 +1,8% 
EUA Nasdaq +3,1% 
Lisboa PSI +0,1% 
Frankfurt DAX +0,7% 
Londres FTSE 100 -0,8% 
Tóquio NIKKEI 225 +6,6% 

 

Variação das cotações entre 05/01/24 a 12/01/24, em moeda local.

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