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Bolsas entram no novo ano com o pé esquerdo

Publicado em:  08 janeiro 2024
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As bolsas abriram o ano com perdas. O setor tecnológico foi dos mais afetados.

Na primeira semana de 2024, os investidores realizaram algumas mais-valias enquanto aguardam por mais indicações sobre o timing dos cortes de taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed). O setor tecnológico foi dos mais afetados, com o Nasdaq a perder 3,3% e com as ações tecnológicas europeias a caírem 4,6%. As empresas de semicondutores desvalorizaram 4,1% a nível global.

Os índices não tão expostos à tecnologia tiveram perdas menores: o S&P 500 desceu 1,5% e o Stoxx Europe 600 recuou 0,6%, graças ao bom desempenho dos setores mais defensivos. Paris desceu 1,6% enquanto Zurique ganhou 0,4% graças à Novartis (+6,5%). A cautela dos investidores e a subida das taxas de juro de longo prazo também penalizaram as ações cíclicas, como os construtores automóveis (-2,6%), as empresas de aço e ferro (-2,4%) e as de matérias-primas (-2,8%).

A subida das yields das obrigações também prejudicou as ações de crescimento, como a Tesla (-4,4%), a Applied Materials (-8,1%) ou a Apple (-5,9%) que foi ainda afetada pelas dúvidas quanto à procura do novo iPhone.

Ao invés, os setores mais defensivos e menos procurados em 2023 fecharam no verde, como foram os casos das farmacêuticas (+3,4%), das operadoras de telecomunicações (+1,4 na Europa) e das empresas de serviços públicos (+0,6%). Nas telecomunicações, as grandes vencedoras da semana foram a Verizon (+6,6%), a Telefónica (+4,5%), a Orange (+3,9%) e a Vodafone (+2,7%).

Lisboa contraria quedas

A bolsa nacional conseguiu contrariar as quedas da maioria das suas congéneres mundiais e entrou em 2024 com um ganho de 2,1%. A construtora Mota-Engil (+12,8%) voltou a liderar as subidas, seguida da Galp Energia (+8%), que beneficiou da recuperação de 1,7% do preço do petróleo e do anúncio de que há sinais da presença de hidrocarbonetos num poço ao largo da Namíbia. A fechar o pódio ficou o BCP (+6,3%), que também manteve a tendência muito positiva trazida de 2023.

Igualmente em alta esteve a NOS (+3,8%), que acompanhou a toada positiva do setor das telecomunicações. Por sua vez, os CTT (+2,6%) anunciaram novos aumentos de preços para fevereiro e a concretização da venda de ativos imobiliários.

Pelo contrário, a subida das taxas de juro de longo prazo voltou a penalizar a EDP Renováveis (-4,6%) e a sua casa mãe EDP (-0,3%). A Jerónimo Martins (-3,4%) foi outro dos títulos que impediu maiores ganhos do índice PSI, embora sem notícias relevantes. 

Números da semana

4,05% 

As taxas de juro americanas de longo prazo (a 10 anos) voltaram a recuperar um pouco no início do ano, tendo ultrapassado de novo a fasquia dos 4%, devido à incerteza quanto ao timing dos cortes de taxas de juro por parte da Fed. Mas ainda continuam abaixo dos 5% atingidos em outubro.

44 184 dólares

A expectativa de aprovação já esta semana, nos Estados Unidos, do primeiro ETF ligado diretamente à Bitcoin continua a impulsionar o preço da maior criptomoeda. Dado o elevado risco, não aconselhamos o investimento. 

 

Top subidas

Mota-Engil +12,8%
Teva Pharma +8,5%
Galp Energia +8,0%
Merck +7,5%
Verizon +6,6%

Top descidas

Melexis -11,0%
VF Corp -10,1%
Applied Materials -8,1%
Schnitzer Steel -7,7%
Agfa-Gevaert -7,5%
 

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 -0,6% 
EUA S&P 500 -1,5% 
EUA Nasdaq -3,3% 
Lisboa PSI +2,1% 
Frankfurt DAX -0,9% 
Londres FTSE 100 -0,6% 
Tóquio NIKKEI 225 -0,3% 

 

Variação das cotações entre 29/12/23 a 05/01/23, em moeda local.

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