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António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.
5 regras de ouro para criar um fundo de emergência
Há um mês - 15 de fevereiro de 2023
António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.

Para criar um fundo de emergência, coloque de parte o montante equivalente a seis salários, quantia para ficar meio ano sem trabalhar.
No ano que terminou, assistimos a uma subida galopante da inflação, para níveis que já não se viam desde 1992. Para este ano, a previsão do Banco de Portugal é de 5,8 por cento. Apesar de ligeiramente mais baixa do que no ano passado, estima-se que continue elevada, e a níveis muito acima do rendimento proporcionado pelos produtos de poupança. Por essa razão, é quase certo que 2023 será mais um ano de rendimento real negativo.
Apesar de não ser um incentivo à poupança, há uma boa razão pela qual deve criar um fundo de emergência. Quando menos se espera, os imprevistos acontecem (doença, desemprego, carro avariado, entre outros), e se não tiver uma almofada financeira, pode mergulhar num mar de dificuldades, sendo, eventualmente, obrigado a recorrer ao crédito, o que só servirá para agravar a sua situação.
Por onde começar?
Para criar um fundo de emergência, coloque de parte o montante equivalente a seis salários, quantia para ficar meio ano sem trabalhar. Claro que as necessidades variam de pessoa para pessoa. Por essa razão, terá de levar em conta algumas variáveis, como o valor do salário, ou o montante das despesas mensais.
Quem não tem filhos ou um crédito à habitação pode necessitar de um fundo de emergência menos elevado do que alguém que, usufruindo do mesmo salário, tenha esses mesmos encargos. Consoante a situação, quatro salários podem ser suficientes, mas, por precaução, aponte para seis.
É aconselhável criar uma conta distinta da habitual apenas para esse fim, escolhendo um produto financeiro que possa ser fácil e rapidamente mobilizável. É certo que os produtos com maior liquidez, menos arriscados, de capital garantido, não são muito rentáveis e dificilmente igualam ou superam a inflação.
Por essa razão, não se recomenda depositar demasiado dinheiro em, por exemplo, contas com rendimentos tão baixos. Só irá perder poder de compra.
Além da rentabilidade, é igualmente importante ter em conta a segurança dos produtos escolhidos. Assim, sugerimos que aplique o montante em depósitos até um ano, mobilizáveis a qualquer momento, e Certificados de Aforro.
Os depósitos não mobilizáveis podem até render um pouco mais, mas não servem para este propósito.
Certificados de Aforro são os mais rentáveis
Estes títulos do Estado rendem, atualmente, 2,5% líquidos. Um rendimento que supera todos os depósitos bancários, até mesmo os promocionais.
O seu rendimento depende da Euribor a três meses, pelo que beneficiaram bastante com a subida destas taxas nos últimos meses, despertando o interesse dos aforradores. Com a vantagem de terem a garantia do Estado, não cobram comissões e são facilmente convertidos em liquidez, dado poderem ser mobilizados três meses após a subscrição.
Quem tem as séries antigas – A ou B – deverá mantê-las, pois estão a render 3,6% líquidos.
Já os Certificados do Tesouro Poupança Valor têm uma taxa de juro anual crescente, entre 0,5 e 1,15% líquidos. Contudo, não podem ser levantados nos primeiros 12 meses. Não são, por isso, aconselhados para o fundo de emergência.
Vale a pena diversificar o fundo de emergência?
Certamente já ouviu a expressão “não colocar todos os ovos no mesmo cesto”. O mesmo significa diversificar, uma regra de ouro para as poupanças.
Portanto, a menos que consiga negociar uma boa taxa para o montante total do seu fundo de emergência, reparta o dinheiro por mais do que um produto, sempre dentro do universo das aplicações que apresentam as melhores taxas e elevada liquidez.
Pode, por exemplo, colocar uma parte num depósito e outra em Certificados de Aforro. Embora sejam, por princípio, mais rentáveis, não se aventure por produtos sem capital garantido, como fundos de investimento, ações, obrigações e produtos estruturados. O risco é mais elevado, não sendo, por isso adequados à constituição de um fundo de emergência.
Contudo, cumprido o objetivo de ter uma almofada que permita fazer face a situações inesperadas, se tiver capital excedente, invista-o numa estratégia de longo prazo, de forma a obter rentabilidades superiores às dos produtos com capital garantido.
Em resumo, são estas as 5 regras de ouro para criar um fundo de emergência:
- Reservar montante entre quatro e seis salários
- Colocar o montante numa conta à parte
- Aplicar uma parte em Certificados de Aforro, atualmente o produto mais rentável
- Aplicar uma parte em depósitos de curto prazo (até 1 ano) e com as melhores taxas do mercado
- Excluir produtos sem capital garantido ou depósitos não mobilizáveis
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