Onde investir para fazer o dinheiro render

Quanto maior o prazo, mais riscos poderá assumir com vista a um melhor rendimento.
Quanto maior o prazo, mais riscos poderá assumir com vista a um melhor rendimento.
Para começar a investir, não tem de ser milionário. É certo que, se já tiver algum capital acumulado, terá mais opções onde investir.
Mas mesmo com pequenas quantias mensais é possível aplicar em produtos financeiros rentáveis. Até um simples depósito a prazo gera rendimento, embora não seja a melhor solução para ganhar dinheiro na maioria dos casos.
Seja para pagar os estudos universitários dos filhos, preparar a reforma ou aumentar o património para deixar em herança, as regras que deve seguir para saber onde investir são idênticas.
A meta é acumular capital e o que muda é o prazo. Quanto menos anos faltarem até ao objetivo, menos riscos deve correr e menor é a rentabilidade que pode alcançar.
Quanto mais cedo começar a poupar (e a investir bem), mais capital conseguirá acumular no futuro. Os juros compostos farão o “milagre”
O primeiro passo é sempre criar uma rede de segurança financeira. A vida é repleta de imprevistos. Para não ter de mexer nos investimentos ou recorrer a empréstimos, crie um fundo de emergência.
Trata-se de um montante disponível para fazer face a eventualidades: problemas de saúde, desemprego, reparações no seu imóvel ou automóvel, entre outros.
Esse pé-de-meia deve ter um montante aproximado de seis vezes os gastos mensais habituais, o suficiente para se manter durante um semestre sem trabalhar.
Mas há outras variáveis a ter em conta. Quem não tenha filhos nem crédito à habitação não necessitará de um montante tão elevado.
O dinheiro para enfrentar imprevistos deve estar “guardado” num produto financeiro com garantia capital, que possa ser facilmente levantado e sem custos. O foco não é rentabilidade, mas a segurança e a liquidez.
Os depósitos a prazo são uma solução possível. O capital está garantido e pode, na maioria dos casos, levantar o dinheiro em qualquer altura.
A perceção de segurança e de risco é subjetiva, mas há uma regra universal: quanto mais seguras forem as aplicações, menor será o seu potencial de rendimento. Correr riscos calculados nas decisões de investimento permite esperar uma rentabilidade maior, mas não está garantida. Por isso, há “risco”
Para manter uma estratégia mais conservadora tem os depósitos a prazo e produtos do Estado como os Certificados de Aforro e os Certificados do Tesouro Poupança Valor.
Estes são vendidos aos balcões dos CTT e através do serviço Aforro Net da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP. Em 2025, e depois das últimas alterações às respetivas fórmulas de cálculo do rendimento, os produtos do Estado ficaram pouco interessantes.
Dispõe também dos seguros de capitalização com capital garantido. São produtos financeiros geridos por seguradoras e normalmente vendidos pelos bancos. Em regra, estes seguros têm o prazo de oito anos e uma remuneração mínima. Com a tendência de descida das taxas de juro em 2024 e 2025, os rendimentos destes seguros são, cada vez, menos atrativos.
No início do segundo semestre 2025, a melhor solução passa pelos depósitos a prazo se procurar as melhores ofertas. Nos prazos de seis meses, encontra ainda taxas líquidas próximas de 2%.
O problema é que alguns desses depósitos podem exigir condições especiais ou montantes elevados. Os Certificados de Aforro exigem apenas um mínimo de 100 euros. A um ano, a taxa líquida deverá ficar em torno de 1,4%.
Agora que colocou de parte o dinheiro necessário para acautelar imprevistos, o restante capital deve ser aplicado numa ótica de longo prazo, para potenciar o rendimento.
Não há dois investidores iguais, mas a solução mais simples e adequada para a maioria será a compra de ETF (fundos negociados em bolsa).
O rendimento é incerto (depende da carteira do ETF) e não há garantias de reaver o capital aplicado no momento em que decide vender. Mas a maioria dos ETF são bastante diversificados e permitem aceder aos principais mercados financeiros mundiais mesmo com pequenas quantias. Se bem escolhidos, podem fazer crescer as suas poupanças de forma sustentada.
- Os ETF são negociados em bolsa através das apps ou dos sites de bancos e corretoras
- Os ETF têm uma carteira diversificada por dezenas ou centenas de ativos diferentes
- Precisa apenas de algumas dezenas de euros para começar, mas dependerá das comissões exigidas pelo banco ou corretora .
- Pode manter o ETF fundo durante o tempo que desejar, mas aconselha-se vários anos para se proteger das oscilações das bolsas e não perder parte do que investiu.
- Para vender basta transmitir uma ordem de bolsa.
- Comece com uma estratégia bastante simples. Compre um par ETF que investem a nível global
- Depois, vai um pouco mais além, selecione os mercados (países, regiões, divisas, setores) com as melhores perspetivas de valorização tendo em conta o risco
- Se prefere uma solução “chave na mão”, recorra à nossa parceria com a Optimize
Se quer um rendimento mais elevado, a solução seguinte passa pelo investimento direto em ações de empresas:
- A compra de ações pode propiciar elevadas rentabilidades
- As ações são negociadas em bolsas como a Euronext Lisboa, Nova Iorque, Londres, Frankfurt…
- Tem de ter conta num banco ou numa corretora que disponibilize o acesso à bolsa onde a empresa está cotada
- Negociar implica suportar comissões e que variam consoante o banco/corretora e a bolsa onde os títulos são negociados.
- Tem de dispor de vários milhares de euros para diluir as comissões e diversificar adequadamente a carteira
- É uma tarefa mais exigente em termos de conhecimentos e de tempo
O investidor tem de analisar as perspetivas das empresas e manter um acompanhamento permanente da sua evolução. Para o auxiliar na decisão, consulte os conselhos da DECO PROteste Investe e que são baseados em metodologias comprovadas.
No início do segundo semestre de 2025, entre a centena e meia de ações nacionais e estrangeiras, cerca de um terço merecem a recomendação de compra.
Para outra solução “chave na mão” consulte a nossa parceria com o Banco Carregosa que replica a carteira de ações da DECO PROteste Investe.
A necessidade de investir a longo prazo não significa que deve aplicar o dinheiro e depois esquecê-lo. É essencial fazer um acompanhamento regular dos investimentos e ajustá-los sempre que for necessário.
Até mesmo quando se vence um depósito a prazo é importante não cair no comodismo da renovação automática do banco e procurar novas alternativas. Nas ações, cujos resultados são mais voláteis, a proatividade é ainda mais importante.
Há momentos em que os mercados sobem bastante. Se estiver satisfeito com o rendimento obtido, aproveite para vender as ações, colher os ganhos e procurar outros investimentos.
Em alturas de queda também há oportunidades, pois as cotações podem ter sido excessivamente penalizadas. Ao invés, pode acontecer as quedas serem justificadas por uma deterioração das expectativas, sendo preferível vender, assumir as perdas e partir para outra.
Para aumentar a disciplina, pode estabelecer limites. Por exemplo, se um mercado subir ou descer mais de 10%, pode resgatar parcialmente os fundos para encaixar ganhos ou minimizar as perdas. Esta abordagem é imprescindível quando investe diretamente em ações.
Investir implica normalmente obrigações declarativas quando preenche a declaração anual de IRS.
Ao obter ganhos (mais-valias, dividendos, juros) com os seus investimentos, não escapa à fatura do Fisco. Em regra, os ganhos são alvo de tributação à taxa de 28 por cento.