Os fortes resultados da fabricante de semicondutores Micron Technology (+10,3%) também tranquilizaram os investidores, que continuam preocupados com a valorização das ações tecnológicas.
O S&P 500 e o Nasdaq subiram 0,1% e 0,5%, respetivamente. Os investidores continuam algo hesitantes em investir em ações tecnológicas, que ainda não demonstraram capacidade de gerar retorno dos seus elevados investimentos em IA. As principais ações tecnológicas perderam terreno, como foram os casos da Alphabet (-0,7%), da Apple (-1,7%) ou da IBM (-2,7%).
Menos dependente do setor tecnológico, o Stoxx Europe 600 ganhou 1,6%. O setor europeu das matérias-primas valorizou 3,1% e o financeiro 3%. Como era esperado, o BCE manteve as suas taxas de juro inalteradas, mas não descartou um eventual novo corte, o que são boas notícias para os mercados bolsistas.
A bolsa suíça subiu 2,2% graças ao UBS (+7,2%) e à Novartis (+2,9%).
O setor automóvel mundial subiu 2,1% (-1,7% na Europa) após a União Europeia ter flexibilizado a regulamentação sobre as emissões de CO2. Os fabricantes poderão continuar a vender automóveis com motores de combustão interna (que enfrentam menos concorrência da China) após 2035. Esta decisão não altera as nossas recomendações. A Mercedes caiu 3% e a Volkswagen VZ desceu 4,2%. Nos EUA, a Tesla (+4,8%) fixou um novo máximo.
Por fim, o Morgan Stanley elevou a sua recomendação para as ações da Aperam de "neutral" para "comprar", devido à força dos últimos resultados, mas as ações subiram apenas 0,3% na semana.
Semapa estimula bolsa de Lisboa
A bolsa nacional voltou a sorrir na semana passada, ao valorizar 2,6%, uma das maiores subidas entre as principais bolsas mundiais.
A liderar os ganhos esteve a Semapa (+19,2%), que vai vender a cimenteira Secil ao grupo espanhol Molins por 1,4 mil milhões de euros (ME). A operação deverá gerar uma mais-valia de cerca de 400 ME nos resultados do grupo em 2026.
Igualmente em alta estiveram a Mota-Engil (+8,2%) e o BCP (+5%), que apesar de serem duas das três melhores ações nacionais em 2025 (a outra é a Sonae), mantêm boas perspetivas para o próximo ano.
Pela positiva, destaque ainda para a NOS (+4,6%) e para a EDP (+2,8%), que vê com bons olhos a subida para 6,7% da taxa de retorno dos investimentos nas redes, que foi decretada pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) para o próximo período regulatório (2026-2029).
De resto, houve apenas duas ações a fechar no vermelho: a Corticiera Amorim (-0,6%) e a REN (-0,3%), cuja cotação ajustou ao pagamento de um dividendo intercalar de 0,064 euros por ação no dia 23 de dezembro.
Números da semana
587,50
Valor de fecho do índice europeu Stoxx Europe 600, que constitui novo máximo histórico. Em 2025, está a ganhar 15,7%. A menor dependência das bolsas europeias do setor tecnológico tem sido uma vantagem, dadas as preocupações com a valorização de algumas empresas deste setor.
2,7%
Valor da inflação nos EUA em novembro, abaixo dos 3% registados em setembro – os dados para outubro ainda não estão disponíveis devido ao "shutdown" - e abaixo das expectativas. Um bom sinal para os mercados acionistas, ao reforçar a probabilidade de novas descidas de taxas de juro por parte da Fed.
Top subidas
Semapa +19,2%Mota-Engil +8,2%
UBS Group +7,2%
Société Générale +7,2%
Mapfre +5,2%
Top descidas
Euroapi -27,5%Telefónica -7,9%
VF Corp -5,3%
Volkswagen VZ -4,2%
Novo Nordisk -3,5%
A semana em números
Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 +1,6%
EUA S&P 500 +0,1%
EUA Nasdaq +0,5%
Lisboa PSI +2,6%
Frankfurt DAX +0,4%
Londres FTSE 100 +2,6%
Tóquio NIKKEI 225 -2,6%
Variação das cotações entre 12/12/25 a 19/12/25, em moeda local.
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