O ouro e a Bitcoin foram as estrelas da semana, tendo ambas atingido níveis recorde. O primeiro beneficia das compras dos bancos centrais e do apetite dos investidores por ativos mais defensivos. Já os amantes do risco elevado voltaram-se para a Bitcoin.
Outro facto da semana foi a nova ameaça de Trump à China com direitos aduaneiros. Este regresso das tensões comerciais ocorre poucos dias antes dos primeiros resultados das empresas e acabou por derrubar as bolsas na sexta-feira. No total da semana, o S&P 500 desceu 2,4% e o Nasdaq caiu 2,5%. Na Europa, o Stoxx Europe 600 recuou 1,1%.
A bolsa de Paris perdeu 2%, pressionada pela crise política que o país atravessa, com os títulos do setor financeiro a serem os mais afetados: Société Générale (-5%), BNP Paribas (-3,2%) e Axa (-2%).
O setor tecnológico (-2,3%) também fechou em queda, com a Nvidia a perder 2,4% apesar de ter fixado um novo máximo durante a semana, e a ASML a corrigir 7,5%.
Novo revés no setor automóvel europeu (-5,9%) que continua pressionado pela fraca procura e pelo aumento dos custos. A BMW (-9,2%) reduziu as metas anuais e o reforço dos objetivos da Ferrari (-19,4%) para 2025 não convenceu os investidores, que os consideraram demasiado cautelosos. A Michelin (-5,5%) também anunciou perspetivas dececionantes.
O setor europeu da defesa caiu 6%, com a diminuição das tensões em Israel. A Thales perdeu 5% e a BAE Systems desceu 3,5%. Os setores mais defensivos fecharam em alta, como o de alimentação e bebidas a ganhar 0,3% e o das utlities a subir 0,6%.
Lisboa resiste às quedas
A bolsa nacional resistiu às quedas generalizadas das bolsas mundiais e subiu 0,7% na semana passada. Na semana em que o Governo apresentou a proposta de Orçamento do Estado para 2026, a subida do índice PSI esteve novamente suportada pelo setor de serviços públicos, com a EDP Renováveis, a REN e a EDP a valorizarem 4,5%, 2,8% e 2,3%, respetivamente.
O grupo EDP beneficiou de algumas recomendações positivas de investimento. Ainda assim, a liderar os ganhos esteve a Mota-Engil (+13,6%), que anunciou novos contratos de valores elevados no Brasil. O setor da distribuição também fechou em alta, com a Jerónimo Martins (+0,5%) e a Sonae (+0,3%) a registarem subidas ligeiras.
Pela negativa, a Galp Energia (-4,3%) liderou as perdas, na sequência de uma nova queda de 2,7% do preço do petróleo. Seguiram-se a Navigator (-2,3%), o BCP (-2,2%) e os CTT (-2,1%), todos a cair mais de 2%, embora sem notícias especificas que o justifiquem.
Números da semana
+7,3%
A subida de “apenas” 7,3% da bolsa de Paris em 2025 reflete as sucessivas crises políticas que o país tem enfrentado nos últimos meses. Este valor é claramente inferior à valorização de 11,1% do índice Stoxx Europe 600 e de 21,8% da praça de Frankfurt.
51,70 $
A prata atingiu um novo máximo histórico acima dos 51 dólares por onça troy, aproveitando o rally que o ouro tem protagonizado nos últimos meses. O atual clima de incerteza global contribui para a forte procura que os metais preciosos têm registado.
Top subidas
Mota-Engil +13,6%
Netflix + 5,8%
EDP Renováveis + 4,5%
Ahold Delhaize +4,2%
Gilead Sciences +4,0%
Top descidas
Ferrari -19,4%
VF Corp -12,5%
Pfizer -9,5%
BMW -9,2%
Verizon -8,7%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -1,1% |
EUA S&P 500 | -2,4% |
EUA Nasdaq | -2,5% |
Lisboa PSI | +0,7% |
Frankfurt DAX | -0,6% |
Londres FTSE 100 | -0,7% |
Tóquio NIKKEI 225 | +5,1% |
Variação das cotações entre 03/10/25 a 10/10/25, em moeda local.
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