Investir na Polónia: crescimento e bolsa em destaque

A Polónia tem um crescimento económico muito acima da média europeia.
A Polónia tem um crescimento económico muito acima da média europeia.
A polónia é uma das economias mais dinâmicas da Europa. Com um crescimento projetado ligeiramente acima de 3% em 2025 e em 2026, supera as grandes economias como a Alemanha, a França e o Reino Unido.
Desde 2016, o PIB praticamente duplicou em termos nominais. Esta evolução resulta de uma política económica coerente, integração bem-sucedida no mercado único europeu e da capacidade de transformar desafios em oportunidades. A Polónia é hoje símbolo de sucesso.
Um sinal claro é o regresso de emigrantes. Após a saída do Reino Unido da União Europeia, muitos polacos voltaram ao seu país. Uma tendência que se estendeu aos emigrados em outros países. Voltaram mais qualificados e motivados para contribuir para o desenvolvimento nacional.
Este fenómeno reforçou o consumo, estimula a inovação e o investimento e fortalece o tecido económico. Revela também que a Polónia não é apenas um destino de investimento, mas um país onde se volta para construir futuro.
O dinamismo do mercado interno constitui ainda uma vantagem significativa num momento em que o comércio mundial está sob pressão. É igualmente um dos fatores que sustentam o sucesso da bolsa polaca. Em 2025, acumula uma valorização de 33% (em euros).
Grande parte da valorização da bolsa de Varsóvia ocorreu no primeiro semestre e, desde então, o mercado pouco evoluiu. O motivo é a eleição presidencial de junho, que deixou o país profundamente dividido.
A polarização entre o Presidente Nawrocki e o Governo de Donald Tusk gera bloqueios legislativos e uma governação imprevisível. Esta instabilidade constitui um entrave ao investimento, sobretudo para estrangeiros que privilegiam quadros regulatórios estáveis.
As repercussões já se notam nas finanças públicas. Tradicionalmente, a Polónia apresenta uma dívida pública relativamente moderada, cerca de 55% do PIB. Mas em 2025 o défice poderá aproximar-se de 7%, levando as agências Fitch e Moody’s a rever em baixa a perspetiva da notação da dívida soberana.
O plano de saneamento orçamental de Tusk prevê o aumento da receita através de maior carga fiscal, mas Nawrocki defende reduções de impostos para estimular a natalidade.
Em 2024 se situava em 1,1 filhos por mulher, um dos mais baixos da Europa. Este é um exemplo da divergência que gera incerteza e justifica a postura mais cautelosa das agências de rating.
Apesar disso, o zloty e as obrigações polacas têm-se mostrado resistentes, com a taxa a 10 anos estável em torno de 5,5%. No entanto, a menor confiança dos investidores pode traduzir-se em custos de financiamento mais elevados. O risco é mitigado pelo facto de 75% da dívida pública estar nas mãos de investidores polacos.
Depois de um início de ano impulsionado pelos fundos europeus, o reforço das despesas na frente leste da NATO e as esperanças de paz na Ucrânia, os investidores mostram-se agora mais prudentes.
Ainda assim, a bolsa de Varsóvia conserva trunfos importantes. Por um lado, oferece uma rentabilidade de dividendo de 6%. Por outro lado, o rácio cotação/lucro esperado é de 9,4, aquém da sua média histórica de 11,6 e muito abaixo dos 18,3 apresentados pelas ações globais.
A elevada exposição ao setor financeiro, que representa metade da bolsa Varsóvia, pode gerar dúvidas. Porém, as instituições bancárias polacas, bem capitalizadas e rentáveis, oferecem uma exposição direta ao crescimento económico da Polónia.
A Polónia dispõe de uma margem de manobra importante e, apesar das tensões políticas, o Governo mantém o compromisso com a trajetória de crescimento.
A Polónia continua a oferecer perspetivas interessantes e um dinamismo único na Europa. Recomendamos a compra do ETF dedicado à bolsa de Varsóvia (máximo 5% da carteira).