Pela primeira vez em mais de uma década, a taxa de juro da dívida pública japonesa a 10 anos atingiu 1%. Os investidores apostam que Banco do Japão (BoJ) será forçado a normalizar a política monetária, reduzindo o enorme diferencial de taxas que separa a dívida japonesa do resto do mundo. Já foram dados alguns passos, como o fim das taxas diretoras negativas, em março.
Além disso, o BoJ tem vindo a reduzir as compras de dívida soberana nipónica. Como é o grande comprador, e absorve mais de 40% destas obrigações, a redução das compras, forçará o Estado japonês a encontrar outros compradores para uma dívida pública que atinge 260% do PIB! Por isso, é improvável que, mesmo no recorde de 1% das taxas de juro, os investidores estrangeiros aceitem financiar o Japão.
É inevitável um aumento das yields, o que penalizará o valor da dívida, mas, ao mesmo tempo, esse efeito negativo seria mais do que compensado por uma apreciação (finalmente) do iene. Os fundos de obrigações JPY são interessantes para diminuir o risco global de uma carteira.