Vale a pena investir no hidrogénio?

Investir em hidrogénio pode ser uma boa opção na transição energética
Investir em hidrogénio pode ser uma boa opção na transição energética
Apesar das atenções recebidas, o hidrogénio não é uma fonte de energia como a eólica, solar, nuclear… Ao invés, o hidrogénio atua como um “transportador de energia” ao facilitar o armazenamento e transporte de energia. Logo, tem de ser produzido a partir de outras fontes antes de poder ser utilizado.
Por exemplo, o hidrogénio é usado para produzir células de combustível que depois podem ser usadas para gerar eletricidade ou calor. Ao não exigir pesadas baterias e serem mais rápidas para abastecer são ideais para a indústria, transporte aéreo, marítimo e pesados de mercadorias.
O hidrogénio tem ainda a vantagem de já ser uma solução testada. O processo de eletrólise e transporte já são conhecidos, embora em menor escala do que o necessário no futuro.
Na nossa seleção encontra 5 ETF e 1 fundo dedicados à “cadeia de valor” do hidrogénio. Porém, as dúvidas sobre o papel do hidrogénio e a sua rentabilidade têm-se refletido num desempenho médio desastroso dos ETF. Nos últimos doze meses, desvalorizaram, em média, 16%. Nos últimos três anos, a perda média anual foi de 11% nesta subcategoria.
Este fenómeno reflete a perda de protagonismo das empresas especializadas. Paradigmática, a Nikola (camiões a hidrogénio) revelou-se uma fraude. A cotação, desta empresa, que chegou aos 60 dólares, vale agora menos de 1 dólar! Outras como a Plug Power, Nel e Ceres Power também viram as suas cotações colapsar.
O fraco desenvolvimento do hidrogénio torna-o numa atividade demasiado incipiente para que muitas empresas lhe sejam totalmente dedicadas. Por isso, nas carteiras dos ETF encontra igualmente químicas (Air Liquide), eólicas (Oersted); construtores automóveis (Toyota), utilities (Iberdrola)… Nestas, o hidrogénio representa apenas uma pequena parcela dos negócios.
Entre os ETF, o Amundi Global Hydrogen ESG Screened (FR0010930644) tem registado, de longe, o melhor desempenho: ganho médio anual de 24,3% nos últimos três anos, contra uma perda média de 11% da subcategoria. Face à concorrência, será uma aposta mais indireta no hidrogénio. Em teoria poderá ter menos potencial, mas certamente tem muito menos risco.
Fique afastado dos restantes produtos. E se já tem exposição a ETF dedicados à transição energética não se justifica, dado o elevado risco, uma aposta extra específica no hidrogénio.