No último ano a
Mota-Engil tem vencido a corrida por várias adjudicações de grandes obras públicas, tanto em África e na América Latina, os seus mercados preferenciais, como em Portugal.
No Peru, um contrato no valor de aproximadamente 160 milhões de euros foi adjudicado para o projeto de Toromocho. Em Angola, foram assinados contratos que incluem vários projetos, no valor total de cerca de 875 milhões de euros. No México, mais um contrato no valor de cerca de 100 milhões de euros para construir um viaduto de ligação entre Chalco e Santa Martha.
Em Portugal, a Mota-Engil garantiu o contrato do complexo hospitalar de Lisboa Oriental, avaliado em cerca de 380 milhões de euros, e a liderança no consórcio responsável pela expansão da Linha Vermelha do Metro de Lisboa, com um valor de 322 milhões de euros.
Estas encomendas, todas comunicadas nos últimos 3 meses, levaram a ação a valorizar 68%, nesse período. A valorização face há 1 ano é de 176%.
A expectativa é que as encomendas continuem a chegar, a empresa lidera um consórcio português que irá disputar a construção das linhas de TGV em território nacional. Só o primeiro troço, que vai assegurar a ligação entre o Porto e Oiã poderá ultrapassar os 2 mil milhões de euros.
As principais dúvidas que subsistem serão outras, a execução das encomendas e as margens de lucro das mesmas. A construtora já desiludiu várias vezes quanto à sua capacidade de traduzir em lucros o grande volume de negócios.
Ainda assim, parece que desta vez, pode ser diferente. As contas do acumulado de 2023 só serão conhecidas a 5 de março, mas nos primeiros nove meses o lucro da empresa já atingiu os 51 milhões de euros, mais do que os 41 milhões registados em todo o ano de 2022.
Conselho
A margem líquida (lucro/receita total) ficou, no final do 3º trimestre nos 3,3%, depois de muito tempo sem ultrapassar os 2%. Mesmo que seja difícil haver mais melhorias significativas, uma manutenção desta margem, aliada ao aumento do volume a que temos vindo a assistir resultará num aumento significativo dos lucros. O objetivo da empresa de alcançar um resultado líquido de 180 milhões de euros em 2026 parece agora totalmente atingível.
Para 2024 revemos em alta a nossa previsão de lucros por ação de 0,28 para 0,30.
Aguardamos a divulgação dos resultados de 2023 para tirar elações mais definitivas. Por agora, e apesar da forte valorização dos últimos meses, se tem a ação mantenha-a em carteira.
