A América Latina foi o principal motor deste crescimento, com um aumento de 129% no volume de negócios, representando 36% do total.
As outras duas geografias em que o grupo opera também tiveram um aumento significativo do volume de vendas, +30% no caso da Europa e +31% em Africa.
Tendo em conta a carteira de encomendas, Africa é mesmo onde a gestão prevê crescer mais nos próximos anos.
Contribuindo para alcançar a meta de um volume de negócios superior a 6 mil milhões de euros (ME) em 2026.
O EBITDA atingiu os 551 ME, um aumento de 56% em relação ao período homólogo. No entanto, a margem EBITDA tem estado a decair ligeiramente, situa-se agora nos 13,7% quando há dois anos rondava os 16%.
Não é um dado animador, mas encontra-se dentro do espectável tendo em conta o acentuado aumento do nível de encomendas.
O lucro dos primeiros nove meses de 2023 atingiu os 51 ME, valor que já ultrapassa em 24% o lucro de todo o ano anterior (41ME).
O trading update divulgado pela Mota-Engil menciona ainda que o rácio dívida líquida/EBITDA continua abaixo de 2, de acordo com os objetivos estabelecidos no plano estratégico para 2026.
Este rácio indica o número de anos de atividade que a empresa precisa para poder pagar a dívida e, sendo inferior a 2 revela solidez financeira.
No entanto não revela nem o rácio exato nem os valores totais de dívida. Pelo que não há como saber se esta aumentou ou diminuiu neste período.
Também não há informação acerca dos valores das amortizações e depreciações, resultados financeiros e impostos.
A cotação da empresa foi afetada pela crise política nacional. Nomeadamente, devido à possibilidade de atrasos na execução de projetos.
No entanto, todos os projetos já decididos devem avançar dentro dos prazos estabelecidos (incluindo o Hospital de Lisboa Oriental).
É verdade que em relação a outros projetos ainda em fase de decisão como a linha ferroviária de alta velocidade e o aeroporto, a expectativa é que demorem mais a avançar.
Ainda assim, relembramos que Portugal representa neste momento apenas 6% da carteira de encomendas da empresa.
Conselho
Os resultados dos primeiros nove meses de 2023 confirmam a trajetória positiva da Mota-Engil.
A execução da carteira de encomendas, manutenção das margens e controlo da dívida são sem dúvida os pilares do crescimento da empresa, e apesar das dificuldades notórias, parecem estar a ser respeitados dentro do possível.
Não alteramos as nossas previsões de lucros por ação, 0,22 euros em 2023 e 0,28 euros em 2024.
Desde o início do ano a Mota-Engil valorizou 172% liderando a subida das cotadas nacionais, mas se detém a ação, pode mantê-la em carteira.