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Poupar para a Reforma: Bruxelas anuncia medidas para reforçar pensões

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As regras do PPR europeu serão revistas de forma a torná-lo mais atrativo.

Publicado em: 21 março 2025
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As regras do PPR europeu serão revistas de forma a torná-lo mais atrativo.

A comissária Maria Luís Albuquerque pretende estimular a poupança para a reforma através da inscrição automática em fundos de pensões. As regras do PPR europeu vão ser alteradas. 

Atualmente, as famílias da União Europeia têm mais de 10 biliões de euros depositados nos bancos a renderem muito pouco. A Comissão Europeia pretende que parte dessas poupanças seja aplicada noutros produtos financeiros potencialmente mais rentáveis. Isto não significa de forma alguma que os consumidores serão obrigados a tirarem o dinheiro do banco e a optar por investimentos mais arriscados. Ao contrário do que tem sido propagado em algumas redes sociais, os europeus continuarão a ter liberdade de escolha.

Maria Luís Albuquerque, comissária europeia, com o pelouro dos serviços financeiros e União da Poupança e do Investimento da Comissão Europeia, pretende que os consumidores sejam mais proativos a planearem a sua reforma e a gerirem as suas poupanças. O objetivo é promover a riqueza dos cidadãos e estimular o crescimento económico e a competitividade da UE. Como? Canalizando a poupança dos particulares para investimentos mais produtivos, como o mercado de capitais. 

“Os europeus contam-se entre os melhores aforradores a nível mundial, mas muitas das suas poupanças estão em contas de depósito de fraca rendibilidade. Simultaneamente, a Europa tem dificuldades em satisfazer as suas necessidades de investimento. Com a União da Poupança e dos Investimentos podemos criar um ciclo virtuoso em benefício dos cidadãos e das empresas, ajudando os europeus a obter um melhor retorno das suas poupanças e atraindo em paralelo investimentos substanciais para a economia”, sublinha a comissária europeia. 

O plano, apresentado em março, consta da União da Poupança e do Investimento, que assenta em quatro pilares: cidadãos e poupanças; investimento e financiamento; integração e escala; e supervisão do mercado único. Segundo Ursula von der Leyen, tem um duplo benefício: “As famílias terão mais oportunidades para investir com segurança nos mercados de capitais e de aumentar os seus rendimentos. Ao mesmo tempo, as empresas terão um acesso mais fácil a capital para inovar, crescer e criar empregos de qualidade na Europa.”

Urgência é a palavra de ordem: “É um projeto para o longo prazo, mas quanto mais depressa começarmos a implementar, mais depressa vamos ver resultados”, sublinha Maria Luís Albuquerque.

O fará a Comissão Europeia em relação às pensões?

A União da Poupança e do Investimento visa desenvolver e melhorar os sistemas de pensões complementares, para garantir a segurança financeira dos cidadãos da UE. Por outras palavras, reforçar os vários pilares de financiamento para complementar as pensões públicas e não substituí-las.

Como já alertou a Comissão Europeia anteriormente, o valor das pensões irá reduzir significativamente a partir da década de 50. No caso de Portugal, estima-se que o montante da pensão de velhice corresponderá a menos de 40% do último salário.

Para encorajar os cidadãos a planearem melhor a sua reforma, o plano apresentado por Maria Luís Albuquerque prevê, no que respeita às pensões, o seguinte:

  • Rever as regras dos Pan-European Personal Pension Product, o chamado PPR europeu, de forma a torná-lo mais atrativo; 
  • Promover a inscrição automática (auto-enrolment) em regimes de pensões complementares com vista a aumentar as taxas de participação dos trabalhadores. A experiência em alguns Estados-membros “tem-se mostrado eficaz na melhoria dos retornos para os pensionistas graças à diversificação dos investimentos e à maior escala dos fundos de pensões”. Ao facilitar a adesão a regimes complementares aos sistemas públicos, os fundos de pensões, por exemplo, poderão ganhar escala. Em Portugal, têm um tamanho diminuto; 
  • Para facilitar o acesso aos mercados de capitais, a Comissão Europeia irá “remover as barreiras às atividades transfronteiriças de infraestruturas de mercado de negociação e pós-negociação”, bem como as barreiras à distribuição transfronteiriça de fundos de investimento dentro da UE;
  • Promover a literacia financeira para garantir que potenciais novos investidores estejam bem informados sobre as implicações e os riscos dos investimentos. Níveis mais altos de literacia financeira ajudam as pessoas a tomar decisões informadas sobre como e onde alocar as suas poupanças.

Texto de Myriam Gaspar

 

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