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Como poupar e investir para a reforma: guia dos 30 aos 60 anos

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Em Portugal, o valor médio das reformas fica, muitas vezes, aquém do esperado,

Publicado em: 22 outubro 2025
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Em Portugal, o valor médio das reformas fica, muitas vezes, aquém do esperado,

Saiba como planear o seu futuro financeiro com antecedência. Ao aplicar bem as suas poupanças ao longo dos anos, pode garantir uma reforma confortável e sem preocupações. 

Uma reforma confortável paga pelo Estado é uma promessa que pode não se concretizar. Em Portugal, o valor médio das pensões de velhice fica, muitas vezes, aquém do esperado, comprometendo os planos e sonhos construídos ao longo de uma vida de trabalho. 

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), 70% dos pensionistas recebem menos de mil euros por mês, valor assegurado quase na totalidade pelo Estado, nacional ou estrangeiro. Ao contrário de outros países europeus, os sistemas de pensões privados em Portugal têm ainda uma expressão muito reduzida. 

Ao mesmo tempo, a esperança de vida continua a aumentar e 38,5% dos trabalhadores reformam-se antecipadamente, segundo o INE. Como consequência, recebem pensões mais baixas, devido às penalizações aplicadas por reforma antecipada. 

A longevidade é um dos maiores desafios financeiros da atualidade. A esperança de vida aos 65 anos é, atualmente, de 20 anos, o que significa que poderá usufruir de mais anos de vida. A Comissão Europeia prevê, no entanto, perdas de 60% de rendimento na pensão de velhice a partir da década de 50.  

Como explica Kourtney Gibson, CEO da TIAA Retirement Solutions, “Subestimar o número de anos que vai viver na reforma é como planear uma viagem de carro de uma ponta à outra do país com apenas meio depósito de combustível. Se não tiver combustível suficiente, não chegará ao destino.” O mesmo se aplica à poupança para a reforma: se o planeamento for insuficiente, o dinheiro pode não durar todo o período da vida pós-trabalho. 

Criar um complemento à pensão do Estado é, por isso, essencial para garantir segurança e qualidade de vida. Planear a reforma cedo, investir com regularidade e diversificar as fontes de rendimento são passos fundamentais para manter o nível de vida desejado durante a aposentação.

Como planear a reforma dos 30 aos 40  

A preparação da reforma pode levar décadas, mas esse é precisamente o seu maior trunfo. Como se trata de uma poupança de longo prazo, o tempo trabalha a seu favor, permitindo que o retorno cresça de forma exponencial. É a magia dos juros compostos, a chamada capitalização. O rendimento gera mais rendimento, e o efeito multiplicador aumenta com os anos. 

1. Elabore um orçamento mensal, com receitas e despesas  

Este é o primeiro passo para bem gerir o dinheiro e saber quanto consegue poupar por mês. Pode reduzir ou cortar pequenos hábitos, como jogos da sorte, tomar o pequeno-almoço fora de casa todos os dias, para aumentar a poupança. Essas despesas, somadas, e aplicadas num produto financeiro ao longo de vários anos permite acumular milhares de euros.  

Por exemplo, se levar comida de casa em vez de almoçar no restaurante durante a semana, pode poupar entre 7,5 e 11 euros por dia. Suponhamos que aplica 242 euros por mês (11 €x22 dias) até à reforma, ou seja, durante 37 anos. Colocará de parte 107 448 euros. Se os aplicar num produto que rende 5% ao ano, terá quando se reformar cerca de 303 mil euros.

2. Elimine dívidas de curto prazo 

Nesta fase da vida, é comum acumularem-se créditos de montante elevado (casa, carro, etc.). A taxa de esforço de um agregado familiar não deve, no entanto, ultrapassar os 35 por cento. Evite, por isso, acumular créditos mais pequenos. Por exemplo, se tem por hábito usar o cartão de crédito e não pagar o montante que gastou no final do mês, terá de suportar juros pesados de dois dígitos.

Ao reduzir as dívidas paga menos juros e consegue poupar mais. Há também quem contrate créditos para pagar outros créditos, mas quando se chega a esse ponto de sobre-endividamento, dificilmente se consegue gerar poupança e riqueza. Por isso, pense bem antes de adquirir algo a crédito.

3. Defina metas e quanto precisa de poupar 

Elabore um plano SMART (em inglês, Specific, Measurable, Achievable, Relevant e Time Bound), que permita definir objetivos (criar um complemento de reforma), estabelecer o montante necessário, decidir o horizonte temporal (quantos anos faltam para a reforma) e a poupança mensal que precisa de fazer para ser bem-sucedido.

Quanto mais renderem os produtos financeiros em que investe, menor será o investimento mensal necessário.

4. Faça os primeiros investimentos  

Após criar um fundo de emergência para imprevistos (doença, desemprego, etc.), aplicado em produtos de capital garantido, como depósitos, invista as poupanças. Quanto mais cedo investir, mais generoso será o seu complemento de reforma.

Fundos PPR: nesta fase da vida, em que ainda está longe da idade da reforma, prefira fundos PPR, com maior componente de ações, em vez de seguros PPR, pois proporcionam rentabilidades bem mais interessantes.

Para saber o montante que deve aplicar mensalmente para atingir a meta, dispõe de uma ferramenta que lhe diz quanto precisa de aplicar num PPR. Se aplicar 50 euros mensalmente durante 37 anos, até à reforma colocará de parte 22 200 euros. Se o PPR render anualmente 5%, conseguirá quase 63 mil euros, graças ao efeito de capitalização. 

ETF de ações globais permitem investir de forma ampla nas principais bolsas do mundo, acompanhando o seu desempenho e obtendo, a longo prazo, rendimentos médios de cerca de 9% ao ano. É uma opção de investimento simples, bem diversificada e que requer pouca gestão ativa, ideal para quem prefere uma estratégia de “comprar e manter.

Dica: faça uma transferência mensal automática para um PPR, para criar uma rotina de poupança, e reinvista os dividendos se tiver ações.

Como planear a reforma dos 40 aos 50 

Esta é a fase da vida em que consolida os seus investimentos. O seu foco deve ser o crescimento equilibrado e diversificado dos seus investimentos.

1. Aumente a poupança 

Agora que ganha um pouco mais do que no início da carreira, pode poupar um pouco mais. Reveja o seu orçamento familiar e defina o montante que pode pôr de lado todos os meses, para investir.

2. Diversifique os seus investimentos 

A diversificação é uma das regras mais importantes para quem investe. Não aplique todo o seu dinheiro num único produto financeiro. A razão é simples: se o desempenho dessa aplicação não correr bem, todo o seu património é afetado.

Para ser bem-sucedido na repartição das poupanças por diferentes ativos financeiros deve ter em conta vários níveis de risco, diferentes horizontes temporais e mercados. Claro que, a diversificação exige mais tempo no acompanhamento do património. Porém, esse esforço é compensado pela redução do risco da sua carteira.

Depósitos a prazo e/ou Certificados de Aforro ou Certificados do Tesouro

ETF de ações e obrigações

Imobiliário, através de fundos imobiliários ou REITs. É uma forma de investir no mercado sem ter de lidar com inquilinos.

Dica: como se trata de um investimento a longo prazo, deve optar por fundos e ETF com capitalização de rendimentos.

Como planear a reforma dos 50 aos 60  

Dos 50 aos 60 anos, já tem tempo e experiência para acumular ativos que geram rendimento, mas ainda estás longe o suficiente da reforma para deixar esses ativos crescerem com segurança e consistência.

Nesta fase, o foco deve ser proteger os ganhos e equilibrar segurança com rentabilidade. Crie fontes de renda passiva diversificadas, que continuem a gerar rendimento estável na reforma.

1. Reduza gradualmente o risco das aplicações 

À medida que se aproxima da idade da reforma, deve reduzir o risco de forma gradual, para preservar o que já acumulou. A dez anos do momento em que planeia retirar-se da vida ativa, transfira o fundo PPR para um seguro PPR, com capital garantido e um rendimento mínimo.

A Escolha Acertada é o Lusitania Poupança Reforma PPR. No caso de subscrever ao abrigo do protocolo da DECO PROteste Investe com a Lusitania, está isento das comissões de subscrição e resgate. Beneficia ainda de um prémio de fidelização anual de 0,1%, aplicados sobre o saldo médio anual, nos primeiros cinco anos de vigência do contrato. 

Privilegie ETF e fundos indexados, com comissões baixas. 

2. Crie rendas passivas  

Invista em ETF ou fundos que paguem dividendos trimestrais ou semestrais. A partir dos 60 converta os seus investimentos em fluxos mensais, recebendo, por exemplo, dividendos de ações em que investiu, fazendo resgates parciais do PPR, obtendo juros de obrigações, ou rendas de imóveis em que tenham investido.  

3. Resgate o PPR de forma inteligente 

Aos 60 já pode resgatar o seu PPR, embora não seja obrigado a fazê-lo. Há várias formas de pedir o reembolso. Veja o que fazer  para pagar menos impostos.  

Dica: reavalie a carteira e ajuste o risco. Até aos 60, reinvista sempre. 

Texto de Myriam Gaspar

 

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