As tarifas dos EUA vão impactar o crescimento global?
Sim. A nova vaga de tarifas alfandegárias impostas pelos EUA aumenta a incerteza económica ao ameaçar as cadeias de produção e abastecimento globais. As empresas terão de mudar ou adiar os seus planos de investimento.
Continuamos a recomendar o investimento em fundos/ETF de ações dos EUA e em menor dimensão no Brasil, mas evitamos a Europa no âmbito das estratégias de carteira.
EUA ameaçam tarifas alfandegárias à União Europeia
A União Europeia e o México podem enfrentar tarifas de 30% ameaçou Donald Trump. A Comissão Europeia, que planeava retaliar com tarifas sobre 21 mil milhões de euros em importações dos EUA a partir de 15 de julho, adiou a medida para o início de agosto.
O objetivo é ganhar tempo para negociar uma solução menos prejudicial para ambas as regiões.
Bruxelas tenta negociar antes de aplicar contramedidas
As diferenças de ritmo entre Washington e Bruxelas dificultam o diálogo. Os EUA de Trump exigem resultados imediatos para divulgar nas redes sociais. A UE e outros parceiros reconhecem que as negociações necessitam de processos demorados.
Além disso, os Estados-membros não estão alinhados quanto à resposta. A incerteza sobre o comércio externo europeu deverá manter-se, penalizando as perspetivas económicas da região. Para investir nos mercados acionistas europeus preferimos apenas fazê-lo através ações individuais.
EUA multiplicam tarifas alfandegárias
Depois de ter aprovado a sua Big, Beautiful Bill, Trump voltou a intensificar a retórica em torno das tarifas. O Canadá pode enfrentar tarifas de 35%, o Japão e a Coreia do Sul de 25%, a Tailândia de 36% e as Filipinas, entre 20% e 36%.
Outros países, mesmo sem notificação formal, enfrentarão tarifas entre 15% e 20% a partir de agosto.
Os BRICS também foram ameaçados com tarifas de 10% caso adotem políticas contrárias aos interesses dos EUA.
Investidores apostam no recuo tático de Trump
A incerteza é elevada, mas os mercados acionistas mostram resiliência. Os investidores acreditam que Trump recuará se os mercados reagirem negativamente. É a estratégia TACO (“Trump always chickens out”).
Nas últimas sessões, os índices S&P 500 e Nasdaq atingiram máximos históricos. Acreditamos que os EUA continuarão, a longo prazo, a dominar setores estratégicos e a proteger as suas empresas.
Mantemos uma presença significativa das ações norte-americanas no seio das estratégias de carteira.
Brasil sob pressão
O Brasil, anfitrião do último encontro dos BRICS, já enfrentava as tarifas base de 10%. Agora, a Casa Branca ameaça com tarifas de 50% se o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro avançar.
Brasília anunciou que tentará negociar e encontrar compromissos antes de responder. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com trocas equilibradas em 2024.
O Presidente Lula afirma que o Brasil encontrará novos mercados. No entanto, tarifas de 50% podem custar 1% do PIB. Para já, o real brasileiro perdeu algum terreno e a bolsa de São Paulo está sob maior pressão.
A bolsa brasileira é volátil, mas representa uma oportunidade de diversificação. Pode incluir ações do Brasil através de fundos ou ETF se tiver um perfil de investimento mais agressivo.
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