As principais bolsas fecharam a semana algo hesitantes. As quebras nos setores mais defensivos, como o farmacêutico (-5,9%), que foi penalizado pelo risco de anúncios desfavoráveis esta semana (impostos alfandegários, medidas para baixar o preço dos medicamentos, etc.) penalizaram os índices. O S&P 500 e o Nasdaq desceram 0,5% e 0,3%, respetivamente. Perante as notícias sobre a guerra comercial, sem surpresa, a Fed manteve as taxas de juro, o que não teve impacto nos mercados.
Um mês depois da suspensão por 90 dias das tarifas impostas unilateralmente, a administração Trump assinou um primeiro acordo com o Reino Unido na quinta-feira, o que não foi suficiente para animar a bolsa de Londres (-0,5%).
O encontro entre os EUA e a China no fim de semana também foi positivo e marcou o início das negociações entre os dois países, que anunciaram esta segunda-feira uma descida muito significativa das tarifas recíprocas durante 90 dias.
Na Europa, o Stoxx Europe 600 ganhou 0,3%, apesar da subida de 1,8% do DAX alemão. A eleição do conservador Friedrich Merz como chanceler foi conseguida apenas à segunda volta, o que enfraqueceu a coligação. Porém, o índice beneficiou dos bons resultados da Rheinmetall, que estimulou o setor da defesa (+1,2%), e da Siemens Energy.
Apesar da queda da Alphabet (-6,9%), devido aos receios de concorrência nos motores de busca de IA, o setor tecnológico caiu apenas 0,1%, com os semicondutores (+2,3%) em alta, apesar dos resultados dececionantes da ARM Holdings (-6,4%).
A imprensa noticiou que Trump está a considerar levantar as restrições à exportação de chips de IA. A Nvidia subiu 1,9% e a ASML ganhou 2,9%.
Por fim, os media (+2,3%) beneficiaram dos fortes resultados da Disney (+14,5%) e o setor do retalho também fechou em alta (+0,2%), suportado, entre outros fatores, pelos resultados da Ahold Delhaize (+2,2%).
Semana de resultados em Lisboa
A bolsa nacional fechou a ganhar 0,3%, numa semana dominada pela apresentação dos resultados trimestrais das empresas.
Pela positiva, a Jerónimo Martins (+4,8%) registou uma subida dos lucros de 31,4%, um valor que, ainda assim, é ligeiramente inferior ao que esperávamos, já que a margem EBITDA se manteve estável.
Por sua vez, a NOS (-0,1%) anunciou uma queda de 13% do lucro trimestral devido a ganhos não recorrentes obtidos em 2024. Contudo, este valor superou as nossas previsões e, sem efeitos extraordinários, corresponde a uma subida de 20,8%.
O lucro da EDP Renováveis (+0,9%) recuou 24%, apesar das melhorias operacionais, e ficou um pouco abaixo do que prevíamos devido ao aumento das amortizações e dos custos financeiros e à não existência de ganhos com rotações de ativos.
Ao invés, a sua casa mãe, EDP (+1,3%) anunciou uma subida de 21% dos lucros, um valor acima do esperado, que beneficiou da melhoria do desempenho operacional (maior capacidade instalada e subida do preço da eletricidade) e de menores interesses minoritários.
A REN (-5,6%) divulgou lucros a subirem um pouco acima do esperado graças à melhoria do resultado financeiro e menos impostos, apesar do lucro operacional ter recuado 4%. A queda da ação reflete o ajuste do dividendo.
Números da semana
-25,9%
Apesar do crescimento de 9,5% das receitas, o lucro trimestral dos CTT recuou 25,9%, devido sobretudo ao efeito positivo que as eleições tiveram nos resultados de 2024, e ficou abaixo do esperado. A cotação corrigiu 11,9% na semana e liderou as perdas em Lisboa.
4,25-4,50%
Como se previa, a Reserva Federal norte-americana (Fed) manteve as suas taxas de juro diretoras no intervalo 4,25-4,50%. O contexto atual de elevada incerteza determinou a decisão, embora se continue a prever que a Fed corte as taxas de juro mais do que uma vez em 2025.
Top subidas
Walt Disney +13,0%
Trigano +12,3%
Mota-Engil +11,1%
Ralph Lauren +10,2%
Generali +9,1%
Top descidas
CTT -8,1%Solvay -6,9%
Eli Lilly -4,7%
Merck -4,5%
Pfizer -4,2%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +0,3% |
EUA S&P 500 | -0,5% |
EUA Nasdaq | -0,3% |
Lisboa PSI | +0,3% |
Frankfurt DAX | +1,8% |
Londres FTSE 100 | -0,5% |
Tóquio NIKKEI 225 | +1,8% |
Variação das cotações entre 2/05/25 a 9/05/25, em moeda local.
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