As bolsas americanas continuam a ficar para trás face às suas congéneres europeias, com o S&P 500 e o Nasdaq a subirem apenas 0,5 e 0,2% na semana passada, respetivamente.
Como se previa, a Reserva Federal manteve as taxas de juro, mas sugeriu que poderia cortar o custo do dinheiro em 0,5% até ao final do ano, como planeado, e indicou que a inflação derivada das taxas aduaneiras poderá ser transitória e limitada a este ano.
Na Europa, realce para a Alemanha, onde o parlamento aprovou uma reforma histórica do travão da dívida e a criação de um fundo de infraestruturas de 500 mil ME, pondo fim a décadas de conservadorismo fiscal, o que poderá estimular o crescimento e apoiar as despesas militares. O Dax alemão caiu 0,4%, mas o Stoxx Europe 600 subiu 0,6%.
O ouro, considerado um porto seguro, subiu mais 0,9%, atingindo um novo máximo histórico de 3014,50 dólares por onça. O sector da defesa europeu (-3,9%) foi vítima de mais-valias, apesar das persistentes tensões geopolíticas, com uma nova escalada da tensão entre Israel e o Hamas. A francesa Thales desvalorizou 4%.
Os EUA impuseram novas sanções ao Irão e o preço do petróleo recuperou 1,6%, com o setor energético a ganhar 1,8%. A Chevron e a Repsol subiram ambas 4,9%. O setor dos serviços públicos ganhou 1,1% na Europa, com a Engie a subir 1,8% (+14,6% em 2025).
Ao invés, o setor tecnológico americano (-0,1%) continua sob pressão. A Alphabet (-0,8%) anunciou a maior aquisição da sua história, a especialista em cibersegurança Wix, por 32 mil MD. Os anúncios feitos pelo CEO da Nvidia (-3,3%) numa conferência não conseguiram reavivar o interesse no título.
Lisboa regressa aos ganhos
A bolsa nacional subiu 0,4% numa semana marcada pela divulgação de resultados. O lucro da Sonae (+1,6%) caiu 37,6% em 2024, um pouco abaixo do esperado, devido a uma elevada mais-valia registada em 2023. Sem este fator, o resultado subiu 18%.
Ainda na distribuição, os lucros da Jerónimo Martins (-1,8%) caíram 20,8% em 2024, muito ligeiramente aquém do que prevíamos.
Nos CTT (+3,1%), os lucros desceram 24,7% no ano passado devido à menor procura por títulos de dívida pública, que ofuscou o crescimento do Expresso e encomendas. Ainda assim, os resultados superaram as nossas previsões.
Por fim, a Altri (+1,3%) teve lucros de 107,2 ME, mais 150,6% face a 2023, mas em linha com o esperado. O crescimento deveu-se à subida dos preços da pasta de papel.
Números da semana
599 ME
Lucro da Jerónimo Martins em 2024, uma descida de 20,8%, que ficou apenas ligeiramente abaixo do que prevíamos e que se deve à redução das margens e a maiores custos financeiros. A empresa anunciou ainda um dividendo de 0,59 euros por ação, menos 10% face a 2023.
+65%
Apesar da correção da semana passada, o setor europeu da defesa acumula um ganho impressionante de 65% desde o início de 2025 devido ao esforço de rearmamento do velho continente. Veja os nossos conselhos de compra para este setor.
Top subidas
Endesa +6,9%
BNP Paribas +5,3%
Autodesk +5,0%
Chevron +4,9%
Repsol +4,9%
Top descidas
Volkswagen VZ -5,8%Lockheed Martin -5,7%
Atlas Copco -5,6%
Accenture -4,2%
Deutsche Post -4,1%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +0,6% |
EUA S&P 500 | +0,5% |
EUA Nasdaq | +0,2% |
Lisboa PSI | +0,4% |
Frankfurt DAX | -0,4% |
Londres FTSE 100 | +0,2% |
Tóquio NIKKEI 225 | +1,7% |
Variação das cotações entre 14/03/25 a 21/03/25, em moeda local.
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