Os números de inflação americana acima do esperado levantaram preocupações sobre o rumo da política monetária da Reserva Federal (Fed), cujo presidente tem ainda menos pressa em cortar as taxas de juro.
Ainda assim, os mercados recuperaram o ânimo rapidamente e fecharam a semana positivos, estimulados pelas ações tecnológicas, como a Intel (+23,6%), a Apple (+7,5%) e a Nvidia (+6,9%).
Além disso, o risco de uma guerra comercial imediata está a diminuir, pelo que o S&P 500 subiu 1,5% e o Nasdaq ganhou 2,6%, com os semicondutores a valorizarem 5,7% nos EUA.
A perspetiva de paz na Ucrânia deu um novo impulso ao Stoxx Europe 600 (+1,8%), que beneficiou também da publicação de sólidos resultados de empresas como a Heineken (+17%), a Siemens (+8,1%) a Nestlé (+6,4%), a Michelin (+2,6%) e o banco ABN Amro (+2,3%). O setor alimentar europeu subiu 4,5% e o setor financeiro ganhou 2,9%.
O índice alemão Dax subiu 3,3% (+13,1% desde o início do ano) e atingiu um novo máximo. A BMW progrediu 8,6% e a Mercedes valorizou 7,8% à medida que o risco de uma guerra comercial diminui. O setor automóvel europeu ganhou 7,5%.
As especulações sobre a paz na Ucrânia, que sugerem o regresso do petróleo russo ao mercado mundial, estão a penalizar um pouco o preço do ouro negro (75 dólares por barril).
O setor energético subiu 0,6%, com a Repsol a valorizar 5,1%. O setor químico ganhou 5,4% na Europa, a beneficiar da especulação sobre os preços futuros dos hidrocarbonetos. A BASF subiu 7,2% e a Air Liquide valorizou 2,9%. Por fim, a Schneider progrediu 4% depois da sua rival Legrand (+12,6%) ter reportado uma forte procura nos centros de dados dos EUA.
Bolsa nacional regressa aos ganhos
A praça lisboeta regressou aos ganhos na semana passada, com o índice PSI a valorizar 2,2%. A liderar as subidas estiveram os CTT (+7,5%), a beneficiar das boas perspetivas do negócio de Expresso e Encomendas, seguidos pelo BCP, que manteve a tendência ascendente e fixou novos máximos desde 2016. A NOS fechou o pódio, ao ganhar 3,7%.
A nível de resultados, a Navigator apresentou uma subida dos lucros de 4% em 2024, um pouco abaixo do esperado, pelo que a cotação liderou as perdas, ao recuar 4,1%. Já esta segunda-feira, foi a vez da Galp Energia (+1,1%) anunciar uma descida de 16% dos lucros totais, um valor que também saiu abaixo do previsto.
Esta semana será ainda a vez da Novabase (+2,6%) e da Corticeira Amorim (+0,8%) apresentarem as suas contas anuais.
Números da semana
1040 ME
Lucro total da Galp em 2024, o que representa uma queda de 16% face a 2023. Sem fatores não recorrentes, o lucro caiu 4% para 961 ME, um valor abaixo das expectativas.
A Galp anunciou um dividendo referente a 2024 de 0,62 euros por ação, um pouco acima do esperado.
3%
A taxa de inflação americana subiu para 3% em janeiro, face aos 2,9% de dezembro, acima das estimativas (manutenção nos 2,9%). Porém, as bolsas resistiram bem, apesar da resiliência da inflação reduzir a possibilidade da Fed efetuar novos cortes de taxas de juro em breve.
Top subidas
Intel +23,6%
Ferrari +10,3%
BMW +8,6%
Gilead Sciences +8,4%
Coca-Cola +7,9%
Top descidas
Novo Nordisk B -11,3%Telecom Italia -8,2%
Zoetis -8,1%
Euroapi -7,4%
Applied Materials -6,0%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +1,8% |
EUA S&P 500 | +1,5% |
EUA Nasdaq | +2,6% |
Lisboa PSI | +2,2% |
Frankfurt DAX | +3,3% |
Londres FTSE 100 | +0,4% |
Tóquio NIKKEI 225 | +0,9% |
Variação das cotações entre 07/02/25 a 14/02/25, em moeda local.
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