Trump lançou algum gelo nas bolsas, ao indicar que está pronto para aumentar os direitos aduaneiros nos setores automóvel (-2,2% na Europa) e farmacêutico (+2,7% na Europa).
Este anúncio tem efeitos incertos na inflação e, por conseguinte, na evolução das taxas de juro da Reserva Federal. Por isso, é preferível contar com um cenário de maior prudência em matéria de taxas, até porque a inflação mantém-se elevada.
Este facto contribuiu ainda para a queda da confiança dos consumidores americanos, em fevereiro, o que afetou os índices no final da semana. O S&P 500 e o Nasdaq recuaram 1,7 e 2,5%, com a Meta Platforms a desvalorizar 7,2%.
Na Europa, a semana fechou mista, com o índice Stoxx Europe 600 a subir uns ligeiros 0,3%. Frankfurt recuou 1% e Paris caiu 0,3%.
A época de resultados anuais continua a decorrer na Europa, com boas surpresas por parte da Schneider Electric (+4,4%), da Repsol (+4,7%) e da Zurich Insurance (+2,6%).
Em contrapartida, outras empresas dececionaram, como foram os casos da Philips (-10%), Aegon (-8,4%) e Carrefour (-9,8%). Os resultados da norte-americana Walmart (-8,9%) também desiludiram, o que muito contribuiu para a descida de 4% do setor da distribuição.
O setor farmacêutico, mais defensivo, subiu 3,4% com várias empresas em alta: Novo Nordisk (+13%), Gilead (+5,6%), Merck (+7,8%), Teva (+3%) e Eli Lilly (+3,5%).
Por fim, as empresas de defesa europeias ganharam 6,5% graças ao aumento das despesas militares no velho continente. A francesa Thales subiu 10,2% e a britânica BAE Systems valorizou 2,2%.
Praça nacional mantém-se positiva
A bolsa de Lisboa conseguiu fechar positiva na semana passada, com o índice PSI a subir 0,9%. A liderar os ganhos esteve a Novabase (+20,8%), que anunciou um dividendo de 1,35 euros por ação (rendimento de 21,4% face ao fecho de quinta-feira), que poderá ser pago parcial ou totalmente em espécie (emissão de novas ações).
De resto, os seus resultados recorrentes quase duplicaram. Por sua vez, a Corticeira Amorim (-3%) aumentou o dividendo de forma surpreendente para 0,32 euros pro ação, apesar dos lucros terem caído 21,6% em 2024, em linha com o que prevíamos.
Destaque uma vez mais para os CTT (+5,1%), que beneficiam de boas recomendações de investimento e fixaram um novo máximo desde agosto de 2016.
Ao invés, a Galp (-6,1%) liderou as quedas, já que os lucros de 2024 saíram abaixo do esperado e confirmam a degradação da conjuntura do setor.
Números da semana
+29,1%
Estimulada pelas boas perspetivas do negócio de Expresso e Encomendas, onde se reforçou no final de 2024 com uma aquisição e uma nova parceria, a cotação dos CTT já subiu 29,1% em 2025 e fechou a semana num novo máximo desde agosto de 2016, há quase 9 anos.
2931,45 $
Beneficiando do seu estatuto de ativo refúgio e numa altura de grande incerteza a nível global, o ouro voltou a subir na semana passada (+1,1%) e continua a fixar sucessivos máximos, estando cada vez mais perto dos 3000 dólares por onça.
Top subidas
Novabase +20,8%
Novo Nordisk B +13,0%
Texas Instruments +10,4%
Thales +10,2%
Merck +7,8%
Top descidas
Philips -10,0%Carrefour -9,8%
Walmart -8,9%
Aegon -8,4%
Meta Platforms -7,2%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +0,3% |
EUA S&P 500 | -1,7% |
EUA Nasdaq | -2,5% |
Lisboa PSI | +0,9% |
Frankfurt DAX | -1,0% |
Londres FTSE 100 | -0,8% |
Tóquio NIKKEI 225 | -1,0% |
Variação das cotações entre 14/02/25 a 21/02/25, em moeda local.
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