O PIB de um país mede a quantidade de riqueza produzida nesse país. Já o rendimento per capita revela qual é a riqueza média gerada por habitante. Sendo um indicador de desenvolvimento, este permite comparar o nível de vida entre países.
Desta forma, ao analisar a variação acumulada do PIB por pessoa, desde o início do milénio, concluímos que o crescimento das economias difere muito de país para país, como pode ver no quadro mais abaixo.
Emergentes à frente
Os países emergentes registam o crescimento mais expressivo, como é o caso da China, cujo rendimento médio aumentou 484 por cento. Este resultado reflete décadas de industrialização acelerada, reformas económicas profundas e uma integração bem-sucedida na economia global.
O crescimento foi sustentado por um modelo exportador e investimentos maciços em infraestruturas. O país de Xi Jinping passou de exportador de bens de baixo valor acrescentado para líder em áreas como energia fotovoltaica e veículos elétricos.
A Índia, com uma progressão de 216%, demonstrou avanços igualmente notáveis, sustentados por algumas reformas estruturais e a adoção rápida das tecnologias Beneficia de uma população jovem, que impulsiona o consumo interno.
Na Roménia, o PIB per capita quase triplicou (178%). É um caso de sucesso na Europa de Leste. O país tirou partido da integração na União Europeia, de uma mão-de-obra mais barata e relativamente qualificada, atraindo investimento estrangeiro e modernizando o setor produtivo.
Outras economias em transição revelam, no entanto, um desempenho dececionante. Por exemplo, o Brasil registou um crescimento de 40%, e a África do Sul somente 18 por cento. Apesar do elevado potencial, ambos os países enfrentam grandes desafios, incluindo políticas pouco consistentes, elevadas desigualdades sociais e baixa diversificação económica.
O maior potencial de muitos emergentes justifica o interesse que despertam junto dos investidores. Todavia, esse potencial nem sempre se concretiza ou não se reflete adequadamente na valorização das respetivas bolsas, pelo que há um risco elevado para os investimentos. Embora haja emergentes atrativos, o peso nas carteiras deve ser limitado.
Países desenvolvidos a ritmo mais lento
Na Europa Ocidental, a Irlanda destaca-se como exceção, com um crescimento de 112%, muito acima da média europeia. Este desempenho está associado à política fiscal atrativa. Um regime excessivamente favorável e que foi alvo de processos pela Comissão Europeia.
Por outro lado, outras economias registaram crescimentos mais modestos. Os Estados Unidos ficaram-se por 39%, mas, ainda assim, à frente de países europeus como Alemanha (23%), Espanha (22%) e França (19%), que revelam os desafios económicos estruturais, envelhecimento populacional e a falta de competitividade.
Já Portugal, com um crescimento acumulado de 24% (apenas 0,9% ao ano), ocupa uma posição intermédia entre os países da Europa Ocidental. Este desempenho reflete tantos os progressos quanto as limitações estruturais, que continuam a afetar a economia portuguesa.
PIB por pessoa
| País | Evolução entre 2000 e 2024 |
|---|---|
| China | 484% |
| Vietname | 244% |
| Índia | 216% |
| Roménia | 178% |
| Indonésia | 133% |
| Irlanda | 112% |
| Coreia do Sul | 109% |
| Brasil | 40% |
| Estados Unidos | 39% |
| Portugal | 24% |
| Suíça | 24% |
| Alemanha | 23% |
| Reino Unido | 23% |
| Espanha | 22% |
| Japão | 19% |
| França | 19% |
| África do Sul | 18% |
| Grécia | 14% |
| México | 7% |
| Itália | 5% |
| Fonte: Fundo Monetário Internacional | |
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