O denominado “rally do Natal” foi apenas muito ténue, mas há motivos para esse desfecho. Primeiro, os mercados acionistas norte-americanos já acumulam ganhos substanciais ao longo de 2024.Segundo, as taxas da dívida soberana dos EUA continuam a aumentar e atingem novamente os 4,6%, o que penaliza a valorização das ações.
Mesmo assim, não se assistiu a uma grande tomada de mais-valias e, na Europa, o Stoxx 600 avançou 1% e nos Estados Unidos, o índice S&P 500 valorizou 0,7%. Tratou-se igualmente de uma semana mais curta para a maioria das bolsas devido à pausa de negociação do Natal. Além disso, não foram divulgados dados económicos importantes para os mercados.
Por seu turno, a bolsa de Tóquio, que não encerrou no dia 25, ganhou 4,1%. O mercado local está a ser estimulado pelas mexidas no setor automóvel e que são vistas como muito positivas para o setor. Assim, a fusão entre a Honda e a Nissan também ajudou a impulsionar a cotação da Toyota (+15%).
A perspetiva do Banco do Japão continuar a normalizar a política monetária, após os números da inflação em Tóquio (2,4%), é igualmente tido como um sinal do maior dinamismo interno nipónico.
Entre as ações que mais variaram na última semana, destaque para o recuo de 3% dos CTT Foi sobretudo uma tomada de mais-valias após um ganho de 17,4% na semana anterior, quando os CTT fixaram um novo máximo desde agosto de 2017, após o reforço da sua aposta estratégica na logística de comércio eletrónico.
Entre as empresas nacionais da nossa seleção, além dos CTT apenas a Novabase também recuou. Na semana, o PSI valorizou 1,5%.
Em termos setoriais, os semicondutores voltaram a ser o destaque (+3,6% na semana). A euforia tem estado agora virada para a norte-americana Broadcom (+9,5% na semana e 49% em dezembro).
Alguns investidores veem potencial em “chips feitos à medida” que a Broadcom poderá produzir para os gigantes tecnológicos como a Meta e a Alphabet. A produtora de equipamentos para a produção de semicondutores ASML, a nossa preferida no setor, valorizou 4% na semana passada. A Melexis ganhou 3,2%.
Seguiu-se o setor farmacêutico com um ganho semanal de 1,9%. Um resultado que se deve, em parte, à Novo Nordisk que se destacou na semana com uma valorização de 7,9%. No entanto, esta recuperação da farmacêutica dinamarquesa não apaga o forte colapso de 22% da cotação na semana anterior.
Os investidores ficaram bastante desiludidos com os resultados dos testes ao novo medicamento para a obesidade. Esta é a área que catapultou a Novo Nordisk para o estatuto de umas empresas europeias mais valiosas.
A norte-americana UnitedHealth, um dos pesos-pesados do setor também recuperou 2%. A cotação havido caído acentuadamente após o assassinato do seu CEO em Nova Iorque.
Números da semana
4,6%
As taxas de juro a 10 anos nos EUA terminam 2024 em alta (3,9% no início do ano). Os cortes das taxas diretoras por parte da Fed foram relativamente contidos em 2024 face ao que era esperado inicialmente e 2025 haverá ainda menos cortes se as políticas de Trump se confirmarem como inflacionistas.178%
Valorização acumulada pela cotação da Nvidia em dólares desde o início do ano. 2024 ficará, sem dúvida, marcado pelo impacto do fenómeno a Inteligência Artificial nas bolsas.
Top subidas
Novo Nordisk +7,9%
Mota Engil +5,8%
Intel +4,0%
UBS Group +3,5%
Semapa +3,4%
Top descidas
Telefônica Brasil -5,1%
CTT -3,0%
Accenture -2,8%
VF Corp -2,3%
Radius Recycling -1,9%
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